STJ planeja votar aumento de folgas e de próprios salários

BRASÍLIA, 23 de novembro de 2024 – Nos bastidores, ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) têm discutido, de forma discreta, a possibilidade de concederem benefícios a si mesmos. Segundo apuração do UOL, essas vantagens podem levar a salários mais elevados e um número maior de folgas. Conforme informações obtidas pelo portal, está marcada uma reunião para a próxima terça (26), com o intuito de debater essas questões. Ao ser perguntada sobre a pauta, a assessoria do STJ afirmou que o conteúdo ainda não estava definido. Entre os benefícios cogitados está o adicional por tempo de serviço (ATS), conhecido como quinquênios, que proporciona um acréscimo de 5% no salário dos magistrados a cada cinco anos de trabalho, limitado a sete quinquênios. Atualmente, os salários dos ministros são de R$ 41.808,09 por mês. Caso a proposta avance, o ATS também vai der ser estendido aos juízes que atuam nos gabinetes dos ministros. Hoje, o STJ conta com 31 juízes auxiliares e 13 juízes instrutores. Outro benefício em pauta é a licença compensatória, que permitiria ao magistrado com funções acumuladas usufruir de uma folga para cada três dias trabalhados no ano, com um limite de dez folgas mensais, totalizando até 120 dias por ano. Para os que optarem por não usufruir das folgas, existiria a possibilidade de convertê-las em dinheiro. Há ainda a ideia de tornar o benefício retroativo até 2022.
Judiciário liberta traficante preso com quase mil quilos de cocaína

BRASIL, 4 de novembro de 2024 – O ministro Sebastião Reis Júnior, da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu liberdade ao motorista Victor Gabriel Alves, preso com 832 quilos de cocaína enquanto transportava a carga do Paraná para Diadema, na Região Metropolitana de São Paulo. A decisão foi proferida em 30 de outubro e atende a pedido de habeas corpus, justificando que a gravidade do caso, por si só, não é suficiente para justificar a prisão preventiva. DECISÃO E JUSTIFICATIVAS Na decisão, Reis Júnior destacou que o crime, embora grave, exige uma análise proporcional à situação individual do acusado. Segundo o ministro, Victor Gabriel Alves é réu primário, possui residência fixa e demonstrou colaboração com as investigações, confessando que foi contratado para transportar a droga e detalhando o ocorrido. O ministro ressaltou a importância de “proporcionalidade e adequação” da medida cautelar, enfatizando a necessidade de respeito aos princípios da dignidade humana e do devido processo legal. Victor Gabriel Alves foi detido em 16 de outubro, após uma fiscalização na Rodovia Raposo Tavares, em Ipaussu (SP). Na ocasião, ele tentou fugir para uma área de mata, mas foi preso logo em seguida. A droga apreendida teria um valor estimado de R$ 50 milhões, conforme a polícia. Após a prisão, uma juíza de primeira instância concedeu liberdade ao acusado, alegando ausência de risco de fuga e considerando que seria sua primeira infração desse tipo. A decisão de libertar Alves foi inicialmente cassada pelo desembargador Christiano Jorge, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), após pedido do Ministério Público. O desembargador argumentou que a quantidade de droga apreendida representa uma ameaça significativa, afirmando que o tráfico envolve “organizações criminosas” e que a liberdade do acusado colocaria em risco a segurança pública. Christiano Jorge também ressaltou os impactos sociais e de saúde pública do tráfico de drogas. Em sua argumentação, ele frisou a destruição de vidas e famílias causadas pelo consumo de cocaína e derivados, como o crack. O desembargador acrescentou que, ao decretar a prisão, o Judiciário responde ao clamor da sociedade por maior segurança pública, direito garantido pela Constituição.
Recurso de Hemetério Weba aguarda julgamento no STJ

MARANHÃO, 29 de outubro de 2024 – O ministro Og Fernandes, da 3ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi designado para analisar o novo recurso do deputado estadual Hemetério Weba (PP). O parlamentar questiona um acórdão da 2ª Turma, que desfez a decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) suspendendo os efeitos de uma condenação por improbidade administrativa, relativa ao período em que foi prefeito de Nova Olinda do Maranhão. Desde as 9h35 do dia 17, os embargos de divergência estão conclusos para julgamento, permitindo que o ministro Og Fernandes tome uma decisão a qualquer momento. Este recurso visa uniformizar a interpretação jurídica, conforme previsto no artigo 994, inciso IX, e regulamentado nos artigos 1.043 a 1.044 do Código de Processo Civil. Para a admissibilidade do recurso pela 3ª Seção, que resolve divergências de Direito Penal no STJ, a defesa de Weba deve demonstrar discrepância entre a decisão da 2ª Turma e outro colegiado da Corte, como no caso do suplente Catulé Júnior, que também busca afastar o titular da cadeira. Weba foi condenado em ação civil pública movida pelo MPMA em 2006, durante seu mandato como prefeito, por falta de prestação de contas à Câmara Municipal, resultando na suspensão de seus direitos políticos. Essa condenação o impediu de disputar as eleições de 2018, embora ele tenha confirmado a candidatura em 2022 após conseguir a suspensão dos efeitos da condenação no TJMA.
STJ deixa mãe entregar filho para adoção sem pai consentir

BRASÍLIA, 28 de outubro de 2024 – O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu por unanimidade garantir o direito de uma mulher entregar seu filho para adoção sem a necessidade de consentimento do pai. A decisão confirma o parecer da primeira instância em Divinópolis, Minas Gerais, onde a Defensoria Pública representou a mãe. O STJ reconheceu o direito da mulher de optar pela entrega voluntária, sem precisar informar o genitor ou sua família. O caso teve início com a decisão favorável da Justiça mineira, assegurando à mãe o direito de não envolver o pai nem familiares paternos no processo.
STJ afasta presidente e desembargadores por corrupção

MATO GROSSO DO SUL, 24 de outubro de 2024 – O Superior Tribunal de Justiça (STJ) afastou nesta quinta (24) cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). A decisão faz parte de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga crimes de corrupção e venda de sentenças no estado. Entre os afastados está o presidente do TJMS, Sérgio Fernandes Martins. A operação também resultou na apreensão de R$ 2,7 milhões em dinheiro na casa do desembargador aposentado Júlio Roberto Siqueira Cardoso. O montante foi encontrado em notas de R$ 50, R$ 100 e R$ 200, além de dólares. Armas de diferentes calibres também foram apreendidas. O ministro Francisco Falcão, do STJ, expediu 44 mandados de busca e apreensão, cumpridos em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo e Brasília. INVESTIGADOS USARÃO TORNOZELEIRAS Além de Martins, os desembargadores Vladimir Abreu da Silva, Marco José de Brito Rodrigues, Sideni Soncini Pimentel e Alexandre Aguiar Bastos foram afastados por 180 dias. Todos estão proibidos de acessar o TJMS e de se comunicar com outros envolvidos. Eles também devem usar tornozeleiras eletrônicas. Outras pessoas, como o conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), Osmar Domingues Jeronymo, e o servidor Danillo Moya Jeronymo, também foram afastados. As investigações apontam que os desembargadores estão envolvidos não só em crimes de venda de sentenças, mas também em lavagem de dinheiro, extorsão e falsificação de documentos. Segundo a Receita Federal, foram identificados casos de magistrados que já foram sócios de advogados das partes interessadas nas decisões judiciais. Servidores públicos de alta influência também teriam atuado para favorecer propriedades rurais milionárias.
STJ conclui oitivas da Operação 18 Minutos neste mês

MARANHÃO, 16 de outubro de 2024 – Nos próximos dias, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) finalizará as oitivas da Operação 18 Minutos. Cerca de 30 pessoas, incluindo investigados e testemunhas de defesa, serão ouvidas até 28 de outubro. Entre os investigados, estão autoridades do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), suspeitas de integrar uma organização criminosa que praticava atos de corrupção e lavagem de dinheiro. Cinco magistrados foram afastados em decorrência das investigações. Entre eles, três desembargadores: Antônio Pacheco Guerreiro Júnior, Luiz Gonzaga Almeida Filho e Nelma Celeste Sousa Silva Sarney Costa, além dos juízes Cristiano Simas de Sousa e Alice de Sousa Rocha.
Ney Bello e favorito de Lula ficam fora de lista para o STJ

BRASÍLIA, 15 de outubro de 2024 – O Superior Tribunal de Justiça (STJ) formou nesta terça (14) as duas listas tríplices para preencher as vagas deixadas pelas ministras Assusete Magalhães e Laurita Vaz. Os nomes selecionados serão encaminhados ao presidente Lula, que fará a escolha final dos novos ministros. Na primeira lista, composta por desembargadores federais, estão Carlos Augusto Pires Brandão e Daniele Maranhão Costa, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), e Marisa Ferreira dos Santos, do TRF-3. Brandão foi o mais votado, obtendo os 17 votos necessários logo na primeira rodada. Outras votações foram necessárias para que Daniele e Marisa também alcançassem o número de votos exigido. NOMES DE FORA DA LISTA DE DESEMBARGADORES Rogério Favreto, do TRF-4, conhecido por sua decisão de soltar o então presidente Lula em 2018, não foi incluído na lista tríplice. A ordem de soltura foi revertida no mesmo dia, mas Favreto se tornou uma figura de grande destaque. Aliados do presidente Lula fizeram pressão junto aos ministros do STJ pela inclusão de seu nome, sem sucesso. Outro nome que ficou fora foi o do desembargador federal maranhense Ney Bello, que era apontado como favorito dos ministros Flávio Dino e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
STJ decide pelo retorno de juiz afastado após operação

BRASÍLIA, 16 de setembro de 2024 – O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou nesta segunda (16) o retorno do juiz Cristiano Simas de Sousa às suas funções. O magistrado havia sido afastado no mês passado após ser envolvido na ‘Operação 18 minutos’, que investiga corrupção e lavagem de dinheiro no Judiciário do Maranhão. O relator do caso, ministro João Otavio Noronha, emitiu um ofício ao Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) comunicando a revogação do afastamento e autorizando o retorno do juiz ao cargo. A ‘Operação 18 minutos’ foi deflagrada em agosto, resultando no afastamento de seis servidores do TJ-MA, entre eles, juízes e desembargadores. A medida, que afastou os envolvidos por um ano, foi motivada por suspeitas de envolvimento em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.