Petista fala em levar para a vala Bolsonaro e seus eleitores

BAHIA, 05 de maio de 2025 – O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), declarou em agenda pública, na última sexta (2), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus eleitores deveriam ser levados “para a vala” com uma “enchedeira” — retroescavadeira usada para entulho. A fala ocorreu no município de João Dourado e causou ampla repercussão política nacional. Durante o discurso, Jerônimo criticava a atuação do ex-presidente durante a pandemia da Covid-19, especialmente em relação à postura diante dos governadores que não o apoiaram. Foi nesse contexto que usou a expressão, associando os apoiadores de Bolsonaro a resíduos descartáveis. “Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia, sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta dele e quem votou nele podia pagar também a conta! Fazia no pacote. Bota uma ‘enchedeira’. Sabe o que é uma ‘enchedeira’? Uma retroescavadeira, bota e leva tudo para a vala”, declarou o petista. A conotação violenta da declaração foi percebida por aliados de Bolsonaro como uma incitação ao assassinato em massa de opositores políticos. O termo “vala”, comumente associado a descarte de cadáveres, reforçou a gravidade interpretativa da fala. A expressão carrega um histórico semântico pesado. Ao longo da história política mundial, o termo foi associado a execuções sumárias e ocultação de cadáveres em valas comuns. Ao utilizar uma retroescavadeira como exemplo para remover eleitores adversários, o governador transforma a retórica política em apologia a uma ação coletiva e física de eliminação de opositores. A construção da frase, o tom e os gestos durante o discurso não deixam dúvidas sobre a literalidade da sugestão. Entre as ênfases do discurso, o governador alertou eleitores para “rejeitarem” candidatos que traiam a base governista com votos contrários, dizendo que votar em Bolsonaro era “votar contra o povo brasileiro”. “Não entregue seu voto a um deputado federal, deputado estadual ou um prefeito que tiver fazendo aqui, pega teu voto, vem aqui, conversa, e lá vota contra a gente. Quem votou no outro presidente, votou contra o povo brasileiro. De olho, de olho, rejeite o apoio de quem trouxer dinheiro e depois trair a gente com esse voto, sabe? Triste na história da gente”, concluiu.
STF corrobora decisão de Moraes sobre citação de Bolsonaro

SÃO LUÍS, 25 de abril de 2025 – Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) parecem ter adotado uma nova máxima processual: se o paciente faz live, pode receber citação. É o que sugere o entendimento majoritário da corte sobre a notificação do ex-presidente Jair Bolsonaro enquanto ele estava internado em UTI. Para quatro magistrados consultados pelo jornal O Globo, a transmissão ao vivo feita por Bolsonaro na terça (22) – na qual ele mencionou a retirada da sonda e previu alta – seria prova suficiente de que o rigor do Código de Processo Penal para citar doentes graves não se aplicava ao caso. Afinal, se há energia para falar à câmera, receber visitas de figuras como Silas Malafaia e Valdemar Costa Neto, e conceder entrevistas, por que não teria para assinar um papel judicial? Foi com essa lógica que o ministro Alexandre de Moraes determinou a citação no processo que investiga supostos crimes de tentativa de golpe de Estado, dando cinco dias para apresentação de defesa.
Yglésio critica intimação de Bolsonaro durante internação

BRASÍLIA, 24 de abril de 2025 – O deputado estadual Yglésio Moyses (PRTB-MA) criticou, nesta quarta (23), a citação judicial feita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enquanto este se encontrava internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital DF Star, em Brasília. A intimação foi motivada pela abertura de um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou Bolsonaro réu por suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo a decisão do STF, Bolsonaro tem o prazo de cinco dias para apresentar uma defesa prévia. A corte considerou que o ex-presidente demonstrou capacidade de comunicação ao realizar uma transmissão ao vivo nas redes sociais, fato usado para justificar a validade da citação mesmo durante a internação. Em publicação no Instagram, Yglésio acusou o ministro Alexandre de Moraes de agir de forma abusiva ao autorizar a citação judicial. O parlamentar afirmou que Bolsonaro ainda utiliza sonda nasogástrica e que seu estado de saúde é grave, o que, segundo ele, inviabilizaria qualquer tipo de intimação conforme prevê o Código de Processo Civil.
Flávio Dino pode assumir julgamento de Jair Bolsonaro no STF

BRASÍLIA, 19 de abril de 2025 – O ministro Flávio Dino pode ser o presidente do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para começar em outubro de 2025. Segundo a revista IstoÉ, Dino assumirá a Primeira Turma da Corte no mesmo período em que o processo deve entrar em pauta. O colegiado é responsável por analisar ações relacionadas às acusações de tentativa de golpe após as eleições de 2022. A mudança ocorrerá com a saída do ministro Cristiano Zanin da presidência da Primeira Turma, abrindo espaço para Dino. O julgamento, que deve ser prolongado devido ao volume de testemunhas e à complexidade do caso, pode estar sob sua condução quando for deliberado.
STF mantém Moraes, Dino e Zanin no caso Bolsonaro

BRASÍLIA, 16 de abril de 2025 – O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta terça (15) para manter os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin no julgamento das denúncias sobre a suposta trama golpista de aliados de Jair Bolsonaro. A decisão rejeitou também o afastamento do procurador-geral Paulo Gonet. O único voto dissidente foi de André Mendonça, que considerou Moraes impedido por ser “eventual vítima” dos fatos investigados. Esta é a segunda vez que o STF rejeita pedidos de impedimento no caso. Em março, o presidente Luís Roberto Barroso já havia negado os afastamentos. Fachin, Nunes Marques, Fux, Cármen Lúcia e Toffoli acompanharam Barroso. A defesa de Filipe Martins (ex-assessor de Bolsonaro) alegou suspeição sem sucesso.
Moraes descarta volta de Bolsonaro ao comando do país

ESTADOS UNIDOS, 10 de abril de 2025 – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse em entrevista à revista americana The New Yorker que “não há possibilidade” de Jair Bolsonaro retornar à Presidência da República. Mesmo com um julgamento criminal em curso, o magistrado cravou um veredito antecipado. Ao comentar a inelegibilidade de Bolsonaro até 2030, Moraes afirmou: “somente o Supremo Tribunal Federal poderia revertê-las, e não vejo a menor possibilidade de isso acontecer”. A frase soou menos como uma análise jurídica e mais como uma sentença definitiva de um juiz que se vê acima da Constituição. A declaração mais polêmica, no entanto, veio com tom de deboche. “Eu brinco com minha equipe de segurança que eu não poderia morrer. O herói do filme tem que continuar”, disse Moraes, se colocando como personagem central de uma narrativa política e judicial que ultrapassa o papel de magistrado. A fala foi feita ao comentar o plano golpista denominado “Punhal Verde e Amarelo”, investigado pela Polícia Federal. Segundo a denúncia, apoiadores de Bolsonaro planejavam matar Moraes e outras autoridades. O ex-presidente nega envolvimento, mas é apontado como líder da articulação. Moraes não escondeu a confiança sobre o destino político de Bolsonaro. Mesmo reconhecendo que o ex-presidente poderia ser absolvido no processo criminal, enfatizou que as condenações no TSE já bastam para barrar qualquer tentativa de retorno. Ele foi além: admitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ou os filhos do ex-presidente poderiam se candidatar, mas minimizou as chances por não possuírem, segundo ele, “as mesmas relações com as Forças Armadas”.
Bolsonaro comenta progressão de pena da missionária Eliene

BRASIL, 07 de abril de 2025 – A missionária Eliene Amorim de Jesus, presa há quase dois anos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), foi autorizada a cumprir prisão domiciliar na última sexta (4). A decisão da Justiça ocorre em meio a protestos organizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que classificou a detenção da jovem como “cruel e injusta”. Nas redes sociais, Bolsonaro declarou que a mudança de regime “ainda não é a liberdade que ela merece”, mas considerou o avanço “uma pequena vitória”. Segundo o ex-presidente, a decisão só ocorreu após intensa mobilização nas redes e nos atos públicos promovidos em todo o país.
Bolsonaro reúne 60 mil e supera ato de Boulos em 11 vezes

SÃO PAULO, 07 de abril de 2025 – O ex-presidente Jair Bolsonaro reuniu cerca de 60 mil pessoas neste domingo (6), na Avenida Paulista, em São Paulo, em manifestação a favor do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. O número de participantes foi quase 11 vezes maior que o registrado no protesto liderado pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), realizado no mesmo local na semana anterior. Ambos os eventos ocorreram na mesma avenida, mas em pontos diferentes. Bolsonaro discursou próximo ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), enquanto o ato de Boulos foi realizado nas imediações do Shopping Pátio Paulista, a cerca de 1,7 km de distância.