
BRASÍLIA, 23 de dezembro de 2024 – Os 43 senadores que viajaram para o exterior neste ano gastaram R$ 3,5 milhões com diárias e passagens. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco PSD-MG), torrou mais R$ 366 mil com viagens em jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele viajou para Buenos Aires e Roma, onde fez visita de cortesia ao presidente do Senado Italiano. Contando com as diárias dos seguranças e assessores do presidente (mantidas sob sigilo), a gastança de todos os senadores chega a R$ 4 milhões.
Senadores do PSD estão entre os que mais gastaram com viagens de missões oficiais no exterior. Os oito senadores do partido fizeram despesas no valor total de R$ 1,3 milhão. O líder do ranking da gastança nas viagens em aviões de carreira é Nelsinho Trad (PSD-MS), com R$ 263 mil. Laércio Oliveira (PP-SE) gastou R$ 4.210 mil. No ano anterior, havia torrado R$ 318 mil com viagens internacionais. Mara Gabrilli (PSD-SP) gastou R$ 203 mil neste ano. As despesas de Jorge Seif (PL-SC) chegaram a R$ 192 mil. Irajá (PSD-TO) gastou R$ 190 mil. Quinze senadores gastaram mais de R$ 100 mil com viagens pelo mundo.
PACHECO NAS ASAS DA FAB
Em setembro, Pacheco esteve na comitiva presidencial na Assembleia Geral das Nações Unidas. O presidente do Senado acompanhou, ao lado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o discurso no presidente Lula na abertura dos debates dos chefes de Estado. Pacheco recebeu do Senado cinco meias diárias no valor total de R$ 8,4 ml. Não é possível apurar quanto custaram as diárias de assessores e seguranças que o acompanharam. Esses dados foram colocados sob sigilo no mandato de Pacheco na presidência do Senado.
Pacheco viajou em jatinho da FAB para compromissos em Roma, de 9 a 15 de outubro. Ele cumpriu agenda oficial no Senado italiano “para a troca de iniciativas comuns entre as casas legislativas”, segundo informou a assessoria do Senado. Reuniu-se com o presidente do Senado italiano, Ignazio La Russa, com o senador Pier Casini e com o deputado Fabio Porta. “Os encontros foram ainda uma retribuição às visitas recentes de autoridades italianas alusivas aos 150 anos da imigração italiana no Brasil, celebrados neste ano”, acrescentou a assessoria. Enfim, foi uma troca de cortesias.
Mas custou caro. As 25 horas de voo, ida e volta a Roma, considerando apenas o custo da hora-voo do jatinho, custaram R$ 280 mil. Não é possível apurar quanto custaram as diárias de seguranças e assessores. Esses dados estão sob sigilo. O presidente do Senado já havia feito uma viagem em jato da FAB para a Argentina, no final de fevereiro, para missão oficial na Faculdade de Direito e Ciências Sociais da Universidade Nacional de Buenos Aires, a convite do Instituto Justiça e Cidadania. Mais R$ 84 mil de despesas com a aeronave. Quanto às diárias dos seguranças.
OS LÍDERES DE GASTOS
Trad afirma que as missões realizadas refletem o seu compromisso com pautas estratégicas. O parlamentar é presidente de dois colegiados que reúnem países do Mercosul e do território amazônico: o Parlamento do Mercosul (Parlasul) e o Parlamento Amazônico (Parlamaz). O senador afirma que liderou debates com parlamentares do bloco e da União Europeia sobre o Acordo Mercosul-União Europeia, cuja assinatura foi anunciada em 2024 após mais de duas décadas de negociações.