
BRASIL, 21 de fevereiro de 2025 – A renda média dos trabalhadores em São Paulo foi quase o dobro da registrada no Maranhão em 2024, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada pelo IBGE.
Enquanto os paulistas receberam R$ 3.907 por mês, os maranhenses tiveram um rendimento médio de apenas R$ 2.049. A diferença evidencia as disparidades regionais que persistem no mercado de trabalho brasileiro.
No cenário nacional, o rendimento médio cresceu 3,7% em 2024, atingindo R$ 3.225. No entanto, essa média esconde realidades distintas.
Enquanto São Paulo se mantém como o segundo estado com maior rendimento, atrás apenas do Distrito Federal, o Maranhão segue com o menor salário médio do país, mesmo com um leve aumento em relação ao ano anterior.
desigualdade entre os dois estados reflete desafios estruturais. De acordo com Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE, a alta informalidade no Maranhão, que supera 50%, é um dos principais fatores para os baixos rendimentos.
“Trabalhos informais costumam estar associados a salários menores”, explica. Além disso, a economia do estado é mais focada em serviços, com pouca presença de indústrias, setor que geralmente oferece melhores remunerações.
Já em São Paulo, a diversificação econômica e a forte presença de indústrias e serviços de alta qualificação contribuem para os salários mais elevados. O estado também concentra uma parcela significativa de empregos formais, que garantem melhores condições de renda para os trabalhadores.
Tobler destaca a importância de políticas públicas que considerem as particularidades de cada região. “O Brasil é um país de dimensões continentais, com desigualdades profundas. Uma política nacional nem sempre funciona no nível regional”, afirma.
Para ele, é essencial desenvolver estratégias que estimulem a geração de empregos formais e a diversificação econômica em estados como o Maranhão.