BRASIL, 12 de setembro de 2024 – Um estudo da Nielsen sobre o perfil de compra e o acesso das classes de menor renda às marcas revela que 63% dos consumidores das classes C, D e E visitaram lojas de atacarejo em algum momento no último ano, até março. No entanto, entre os consumidores mais ricos, esse percentual ultrapassa 75%.
“Isso evidencia como o atacarejo ainda pode expandir seu mercado entre as camadas de menor renda, contrariando a percepção comum de que o atacarejo já está saturado entre as classes de baixa renda”, afirmou Gabriel Fagundes, diretor de insights para a indústria da NielsenIQ (NIQ).
No Brasil, o percentual de 63% entre as classes de menor renda está abaixo da média nacional, que é de 75,1%.
O fato de as lojas estarem localizadas, em sua maioria, fora dos grandes centros urbanos — áreas com um custo de metro quadrado mais acessível para a expansão do atacado —, o que demanda uma maior locomoção para as compras, influencia esses números. O elevado desembolso por compra, devido ao maior volume adquirido, acaba atraindo predominantemente as classes A e B para as lojas, o que também explica esse perfil de consumidores, segundo o executivo.
Nos últimos anos, houve um aumento no número de unidades em capitais, especialmente de redes como Assaí e Atacadão, com o objetivo de aproximar o atacarejo de outros tipos de público. Isso eleva o custo geral das empresas, devido ao valor dos terrenos, mas pode ser compensado por um aumento no volume vendido e ganhos de escala.
As lojas de atacarejo oferecem preços, em média, de 10% a 15% menores em comparação com outros canais, como supermercados. Isso indica que as classes de renda mais alta têm mais acesso a esses canais para economizar nas compras de alimentos do que as classes de menor renda.