
COREIA DO SUL, 8 de março de 2025 – Yoon Suk-yeol, presidente afastado da Coreia do Sul, foi libertado neste sábado (8) após dois meses de prisão. O Tribunal Distrital Central de Seul decidiu na sexta (7) que a permanência de Yoon no centro de detenção excedeu o limite permitido antes do indiciamento.
Os promotores, que tinham sete dias para recorrer, solicitaram sua liberação.
O presidente afastado enfrenta acusações de insurreição por tentar impor lei marcial em dezembro de 2024. A medida restringiu direitos e alterou a legislação para conceder maior poder às ordens militares, mas foi revogada pelo Parlamento sul-coreano poucas horas depois.
Em decorrência da ação, Yoon sofreu impeachment e está afastado do cargo desde 14 de dezembro.
O Tribunal Distrital de Seul avaliou que a detenção do presidente afastado foi prolongada ilegalmente, levando à sua liberação. Segundo a agência Yonhap, Yoon deixou a prisão ao sul de Seul sorrindo e acenando para apoiadores.
A libertação, no entanto, não interfere no processo criminal que investiga a declaração de lei marcial, tampouco na análise do Tribunal Constitucional sobre a validade de seu impeachment e eventual destituição definitiva do cargo. A decisão apenas permite que Yoon responda ao processo em liberdade.
Os advogados de Yoon negam as acusações e sustentam que a lei marcial não pode ser classificada como insurreição. A defesa argumenta que a medida serviu como um alerta à oposição parlamentar e que as acusações são “ilegais e fraudulentas”.
O caso ocorre em meio a uma crise política significativa na Coreia do Sul, onde vários ex-presidentes já enfrentaram processos judiciais após deixarem o cargo. Yoon é o primeiro presidente do país a declarar lei marcial desde Chun Doo-hwan, na década de 1980, um período que remete à era autoritária sul-coreana.