
COREIA DO SUL, 14 de dezembro de 2024 – Neste sábado (14), o Parlamento da Coreia do Sul aprovou o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, do Partido do Poder Popular. A decisão foi confirmada por 204 votos favoráveis contra 85, superando o mínimo de 200 votos exigidos dos 300 parlamentares.
Han Duck-soo, atual primeiro-ministro indicado por Yoon, assumiu a presidência interina conforme determina a Constituição do país. O Tribunal Constitucional tem até 60 dias para decidir sobre a remoção definitiva de Yoon.
Durante este período, o presidente afastado estará sob investigação criminal e impedido de sair do território nacional.
MOTIVAÇÃO DO IMPEACHMENT
O impeachment foi motivado pela polêmica decisão de Yoon Suk Yeol de decretar e revogar a Lei Marcial em menos de um mês. Em 3 de dezembro, o presidente justificou a medida alegando ameaça de forças comunistas ao país.
Durante o período de vigência, atividades políticas, como sessões parlamentares e manifestações, foram severamente limitadas. Além disso, a mídia foi submetida a um rígido controle estatal. A resposta do Parlamento, liderada pelo presidente da Casa Legislativa, incluiu uma sessão emergencial que resultou na suspensão imediata da Lei Marcial.
Essa manobra marcou o início do processo de impeachment, respaldado pela insatisfação generalizada tanto no Parlamento quanto na população.
CRISE POLÍTICA E ISOLAMENTO DE YOON
Yoon enfrenta um cenário político cada vez mais hostil. Sua popularidade caiu para menos de 20%, e vários de seus ministros renunciaram após os eventos ligados à Lei Marcial.
Alexandre Uehara, coordenador de estudos asiáticos da ESPM, apontou que o Parlamento, majoritariamente opositor, já vinha pressionando o presidente antes da crise.
O professor Fernando Montenegro, da Autonoma Academy, ressaltou que Yoon está politicamente fragilizado.
Ele acredita que a renúncia do presidente ou a intensificação da instabilidade interna são cenários prováveis para a Coreia do Sul.