Investigação aponta conexão entre CV e PCC dentro da PGR
BRASÍLIA, 12 de dezembro de 2023 – A Operação Dakovo, conduzida pela Polícia Federal (PF), revelou uma investigação sobre a possível conexão financeira entre integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV) com um servidor da Procuradoria-Geral da República (PGR). O analista processual Wagner Vinicius de Oliveira Miranda, suposto membro do “núcleo financeiro” da quadrilha, é alvo da operação. Os investigadores apontam análises sobre operações envolvendo uma empresa, da qual o servidor é sócio, e outra companhia associada ao recebimento de pagamentos por armas e drogas. Angel Antonio Flecha Barrios, identificado como intermediário da quadrilha na fronteira do Brasil com o Paraguai, controlava contas utilizadas para transações ilícitas. A Justiça Federal na Bahia autorizou buscas na residência de Miranda, suspendendo-o cautelarmente da PGR por 30 dias. A decisão visa evitar interferências do servidor, que possui amplo acesso a sistemas e dados internos. Miranda é mencionado como integrante de um grupo vinculado a depósitos para criminosos no Paraguai. A PF encontrou o nome dele durante a análise de dados de Barrios, responsável por fornecer armas ilegais ao PCC e ao CV. Barrios, figura-chave na quadrilha, coordena contatos com compradores, transporte de cargamentos e a entrada de armas no Brasil via Paraguai. As investigações apontam para uma suposta operação financeira de Miranda ligada a Barrios, sendo sócio de empresas como a Steak House Restaurante e a Bravoshop. Esta última é considerada uma empresa de fachada, sem funcionamento no endereço registrado. Ambas as empresas, com o mesmo cadastro de e-mail e telefone, foram abertas no mesmo dia. Informações relevantes surgiram quando a PF analisou dados armazenados na nuvem de Barrios. Relatórios de Inteligência Financeira também indicam remessas de R$ 100 mil e R$ 50 mil de Miranda para a Bravo Brasil – Iphones, empresa usada por Barrios, em julho e outubro de 2022, levantando suspeitas de lavagem de dinheiro.
Mais de 30 chefes do PCC deixaram a prisão pela porta da frente
BRASIL, 24 de novembro de 2023 – Às vésperas de ser condenado a 47 anos de prisão, Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, com extensa ficha criminal e apontado como o número 3 do PCC, conseguiu deixar uma penitenciária de segurança máxima no interior de São Paulo para assumir, como temia o governo paulista, o comando da facção nas ruas. Para deixar a prisão, em fevereiro de 2017, Simone não precisou de cordas, túneis ou gastar milhões com um plano de resgate. Saiu pela porta da frente após convencer a Justiça desse merecimento, o mesmo caminho seguido por mais de 30 importantes membros do grupo criminoso em sete anos, conforme levantamento da Folha. Essa lista, que tem como base relatórios de inteligência policial, inclui integrantes do PCC soltos após cumprimento de suas penas, seguindo a lei. A maioria das decisões, porém, envolve ritos processuais com medidas polêmicas e que provocaram críticas em setores da polícia. Um dos casos mais rumorosos ocorreu em outubro de 2020, quando o então ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), mandou soltar o narcotraficante André de Oliveira Macedo, 43, o André do Rap, do PCC. Ele foi preso no final de 2019, depois de ficar anos foragido, e colocado em liberdade porque o ministro entendeu que o tempo de prisão preventiva excedia o limite previsto em lei. A decisão foi revertida dias depois, pela presidência do STF, mas ocorreu após o narcotraficante desparecer do monitoramento policial. Segundo a legislação, a prisão preventiva deve ser renovada pela magistratura a cada 90 dias por ser considerado um artifício jurídico excepcional, já que é aplicada antes da condenação formal do preso. Em junho deste ano, ministro do Sebastião Reis Júnior, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), mandou soltar Leonardo Vinci Alves de Lima, 47, o Batatinha, flagrado por policiais com 2 kg de cocaína em agosto de 2019, na sul da capital paulista. A defesa foi questionada, mas respondeu que não irá se pronunciar. O magistrado considerou a abordagem da PM ilegal por ter sido motivada apenas pelo nervosismo demonstrado pelo réu ao avistar uma viatura da Rota. Após a decisão, o ministro da Justiça Flávio Dino publicou nas redes sociais um “apelo à reflexão” para a “nulidade de processos de integrantes de organizações criminosas por suposta ilicitude da prova derivada de buscas pessoais razoáveis e motivadas”. “A análise da legalidade de condenações judiciais deve ser ponderada sob o crivo do conjunto de valores constitucionais”, escreveu. Das 32 solturas de chefes do PCC determinadas pela Justiça nesses sete anos, ainda conforme levantamento feito pela Folha, a maioria delas (81,2%) ocorreu entre 2019 e 2022, no governo Jair Bolsonaro (PL), que, no início do mandato, anunciou esforços para tentar combater o crime organizado. Procurada, o Ministério da Justiça e Segurança Pública não indicou ninguém para falar sobre as medidas adotadas para tentar combater o crime organizado. Em nota, o governo Lula (PT) citou ações implementadas neste, como o Enfoc (Plano de Enfrentamento às Organizações Criminosas), com investimento de R$ 900 milhões, e Amas (Programa Amazônia, Segurança e Soberania), com investimento de R$ 2 bilhões. “O combate ao crime organizado é uma prioridade do MJSP, a partir da descapitalização dessas organizações, com o bloqueio das rotas de tráfico que abastecem as práticas ilícitas. Entre as ações, está o reforço da segurança em portos, aeroportos e nas fronteiras secas, bem como a ampliação do uso de inteligência para rastreio de atividades criminosas.” Continue lendo…
Polícia Federal investiga ligação entre advogado de Adélio e PCC
BRASIL, 21 de outubro de 2023 – A Polícia Federal (PF) está realizando a terceira investigação relacionada à tentativa de assassinato do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2018. Durante essa análise, os investigadores encontraram indícios que conectam um dos advogados de Adélio Bispo ao Primeiro Comando da Capital, o PCC, abrindo novas perspectivas de apuração. De acordo com fontes do Metrópoles, esses indícios, embora não diretamente relacionados ao atentado, resultaram em uma ampliação das investigações. A Polícia Federal decidiu adiar o relatório final para esgotar todas as possibilidades e esclarecer completamente esses aspectos. A PF conduziu uma operação em março, com buscas em residências e escritórios de ex-advogados de Adélio, relacionados ao caso. A suposta ligação entre o advogado Fernando Magalhães e o PCC levantou suspeitas sobre possíveis conexões obscuras no caso Adélio.
Chefão do PCC ameaça Engomadinho e investidores
BRASIL, 11 de setembro de 2023 – O empresário Gustavo Diniz, mais conhecido como Engomadinho do Bitcoin, fugiu para a Ásia após aplicar um golpe estimado em R$ 70 milhões em investidores, incluindo um dos principais generais do Primeiro Comando da Capital (PCC), Márcio Geraldo Alves Ferreira, conhecido como Buda. Diniz, que atua como CEO da plataforma de criptomoedas Bybot, desapareceu após a plataforma sair repentinamente do ar, deixando investidores impossibilitados de acessar seus fundos. As investigações indicam que Diniz teria fugido para a Ásia, levando consigo o dinheiro dos investidores, incluindo R$ 30 milhões pertencentes ao PCC. O golpe deixou as vítimas profundamente revoltadas e determinadas a buscar justiça. Mensagens circulando na internet, amplamente divulgadas pelo portal Metrópoles, revelam a indignação dos investidores, que ameaçam tomar medidas drásticas contra Engomadinho. Gustavo Diniz era notório por seu estilo de vida extravagante, frequentemente exibindo viagens para resorts de luxo, estações de esqui e praias paradisíacas nas redes sociais.
Revelados grupos financiados pelo Partido Comunista da China
BRASÍLIA, 20 de agosto de 2023 – O jornal The New York Times revelou uma rede internacional financiada pela ditadura chinesa para influenciar o mundo das notícias. A estratégia do Partido Comunista da China (PCC) é fazer propaganda política como se não fosse. O grupo tem braços, inclusive, no Brasil. De acordo com jornal, o PCC usa o empresário norte-americano Neville Roy Singham como uma espécie de “laranja”. Atualmente, ele mora em Xangai e, entre outras ações, produz um programa para o YouTube financiado pela cidade. Ou seja: mantido pelo PCC. Singham vendeu sua empresa do ramo da tecnologia, a Thoughtworks, por US$ 785 milhões em 2017 — o equivalente a R$2,5 bilhões à época. A rede liderada pelo empresário movimentou quase US$ 300 milhões nos últimos anos. O esquema envolve o repasse de dinheiro, por um meio de empresas de filantropia de fachada com sede nos Estados Unidos. A estrutura se vale de uma brecha na lei norte-americana que não exige que organizações sem fins lucrativos divulguem a origem das doações. Aparentemente, a única presença real delas na rede de Singham são as caixas postais. Um dos pontos centrais dessa teia é um laboratório de ideias chamado Instituto Tricontinental de Pesquisa Social. Ele se apresenta como “uma instituição internacional orientada por movimentos e organizações populares do mundo, focada em ser um ponto de apoio e elo entre a produção acadêmica e os movimentos políticos e sociais”. O órgão cita Karl Marx e Antonio Gramsci como suas referências e tem Brasil, Índia, Argentina e África como foco de atuação. A rede bancada pela ditadura chinesa no Brasil O instituto tem uma sede no Brasil. O conselho consultivo é formado por chineses, sob a liderança de Neuri Rossetto, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). O New York Times mencionou especificamente o Brasil de Fato como uma publicação financiada pela rede de Singham. O site brasileiro de extrema esquerda faz apologia à ditadura chinesa e ataques aos Estados Unidos e a políticos conservadores. Com influência na esquerda nacional, o Brasil de Fato entrevistou o ex-presidente Lula quando o petista estava preso em Curitiba. A publicação também fez entrevistas exclusivas com o ator Wagner Moura e o ex-presidente do MST, João Pedro Stédile. Recentemente, seu canal de YouTube passou a produzir conteúdo em inglês. Notícias da China Semanalmente, o Brasil de Fato publica um programa no YouTube chamado Notícias da China. Os vídeos traz uma versão dos acontecimentos favorável à ditadura chinesa. Marco Fernandes, âncora, também trabalha para um site chamado Donsheng News, que se identifica como um “coletivo internacional de pesquisadores interessados pela política e sociedade chinesas”. Além disso, Fernandes se apresenta como pesquisador do Instituto Tricontinental e organizador do No Cold War — outra publicação ligada à rede de Singham bancada pela ditadura chinesa. “Uma nova Guerra Fria contra a China vai contra o interesse da humanidade”, afirma a página.
Núcleo de pastores do PCC movimenta mais de 200 milhões
Rio Grande do Norte, 28 de maio de 2023 – De acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Norte, um grupo de pastores ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) movimentou mais de 200 milhões de reais no Rio Grande do Norte. O relatório do MP-RN revela que, no período de 2 de janeiro de 2003 a 31 de outubro de 2021, foram identificadas 215 contas bancárias utilizadas pelo núcleo para as transações financeiras. Valdeci Alves dos Santos, conhecido como Colorido, foi apontado como chefe do grupo e membro de alto escalão do PCC. Após fugir de um presídio em São Paulo, ele foi capturado em Pernambuco e transferido para uma Penitenciária Federal em Brasília. Valdeci, seus dois irmãos, um sobrinho, uma cunhada e dois operadores financeiros foram denunciados pelo MP-RN por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Em fevereiro deste ano, tiveram suas prisões preventivas decretadas no contexto da operação La Plata. Outros suspeitos envolvidos no esquema estão sob investigação, alguns deles cumprindo medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. A quebra de sigilo bancário foi autorizada pelo tribunal. Todos os dados mencionados são provenientes do relatório do MP-RN e estão sujeitos à apreciação e análise judicial.
Deputado aponta que Lula comete crime de responsabilidade
O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos/PR) afirmou, em entrevista à CNN Brasil na última semana, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está se colocando ao lado do Primeiro Comando da Capital (PCC) ao insinuar que o plano dos faccionados para realizar ataques contra autoridades seria uma armação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR). “Se você abrir a lei dos crimes de responsabilidade, no artigo nono, é crime de responsabilidade você quebrar o decoro e não atender a dignidade do cargo que você ocupa. Ele (Lula) atacou as instituições, descredibilizou o próprio ministro da Justiça dele, fora a polícia, Justiça, Ministério Público […] Além disso, ele está negando a verdade e criando um risco concreto para vidas de quem arriscou sua própria vida para cumprir seu dever e combater o crime organizado. Se colocando ao lado do PCC, o PCC agora é vítima” disse o ex-procurador da Lava Jato. Na quinta (23), o presidente Lula comentou sobre o plano de integrantes do PCC para realizar ataques contra autoridades. Na oportunidade, o chefe do Executivo afirmou que “é visível que foi armação do Moro”. Inclusive, dois dias antes, na terça-feira (21), o presidente relembrou a época que passou preso, período que de acordo com ele, xingava o ex-juiz e pensava em vingança. “De vez em quando ia um procurador, de sábado ou de semana, para visitar, ver se estava tudo bem. Entravam três ou quatro procuradores e perguntavam: ‘Tá tudo bem?’. Eu respondia: ‘não tá tudo bem, só vai estar bem quando eu foder esse Moro”, admitiu o líder petista.
Integrante do PCC usava endereço de e-mail “lulalivre”
Os dados de um dos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) que tinham intenção de sequestrar o sequestrar e matar o ex-juiz da Lava Jato e outras autoridades, dentre o código do chip, o chamado IMEI, e endereços de email, consta o login “lulalivre1063@icould.com”, segundo o Estado de S. Paulo. Conforme o Estadão, a Polícia Federal acredita, por ora, que as contas de e-mail vinculadas aos aparelhos sejam de terceiros, como forma de estratégia para não deixar rastros que levassem até os criminosos. Apesar disso, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) questionou no sábado o uso do referido e-mail por integrantes do PCC. “Gostaria de entender por que um dos criminosos do PCC, investigado no plano de sequestro e assassinato, utilizava como endereço de e-mail lulalivre1063?”, escreveu Moro em post no Twitter. A Polícia Federal também encontrou filmagens do prédio onde o ex-juiz da Operação Lava Jato morava em Curitiba. Os bandidos também obtiveram dados sobre a rotina dos filhos do ex-juiz, com direito a um relatório detalhado de reconhecimento do local de votação eleitoral do parlamentar. Os investigadores analisam a possibilidade de o PCC ter cogitado agir no segundo turno das eleições. Ao todo, até o momento, nove pessoas foram presas na Operação Sequaz, por suspeita de participação no plano de atentado.