ESTADOS UNIDOS, 21 de outubro de 2024 – O PCC, conhecido no Brasil por suas operações criminosas, tenta também traficar cocaína para os EUA, mas o controle das rotas ainda pertence aos cartéis mexicanos.
Um relatório do Departamento de Estado dos EUA aponta o potencial da facção em competir no mercado de opioides, droga que mata cerca de 300 pessoas por dia no país.
Autoridades brasileiras e norte-americanas monitoram a entrada ilegal de membros do PCC no território dos EUA. Recentemente, a Unidade de Operação de Fiscalização e Remoção (ERO) deportou integrantes da facção presos em Boston.
Um dos casos envolve um homem de 42 anos, suspeito de integrar um esquema que movimentou R$ 1,2 bilhão.
Desde 2014, o PCC atua nos EUA, com movimentações financeiras em bancos norte-americanos e chineses. A facção utiliza laranjas em casas de câmbio de São Paulo para enviar grandes somas de dinheiro.
No entanto, busca reduzir a dependência de intermediários enviando seus membros para gerenciar os negócios diretamente no exterior.
OPERAÇÕES EM MASSACHUSSETTS
Em 2019, uma célula do PCC foi descoberta em Massachusetts, denominada Primeiro Comando de Massachusetts, envolvida em crimes violentos, tráfico de drogas e armas. Mesmo com prisões e deportações, o grupo segue ativo.
O delegado da Polícia Federal, Marco Smith, informou que o PCC vem assumindo diretamente o controle da produção e tráfico de drogas, eliminando atravessadores.
Há indícios de que a facção já opere refino de cocaína em países andinos, mas em escala limitada. Analistas apontam que o ambiente econômico dos EUA, com acesso fácil a armas, favorece a expansão do PCC.
MEDIDAS CONTRA O CRIME ORGANIZADO
Em dezembro de 2021, o presidente dos EUA, Joe Biden, assinou uma ordem para o bloqueio de bens e ativos de grupos criminosos internacionais, incluindo o PCC.
Essas sanções, aliadas à cooperação com o Ministério Público de São Paulo, buscam punir membros da facção e empresas envolvidas em lavagem de dinheiro.
Em 2024, novas sanções foram aplicadas a um operador-chave do PCC, acusado de lavar milhões de dólares para a organização. As restrições impedem transações de cidadãos norte-americanos com bens ligados à facção.