Estupidez endêmica

Algumas ideias espalham-se com grande sucesso não apesar de serem estúpidas, mas precisamente porque o são. A estupidez maciça exerce um poder anestésico e paralisante sobre a inteligência humana, detendo o seu movimento natural e fazendo-a girar em falso em torno de alguma crença idiota por anos, décadas ou séculos, incapaz de livrar-se do seu magnetismo perverso ou de pensar o que quer que seja fora do círculo de ferro da idiotice consagrada. O exemplo mais assombroso é este: É impossível descobrir ou traçar qualquer conexão lógica entre as liberdades civis e a estatização dos meios de produção. São esquemas não somente heterogêneos, mas antagônicos. Antagônicos lógica e materialmente. Qualquer garoto de ginásio pode compreender isso tão logo lhe expliquem o sentido dos dois conceitos. A candura com que tantos homens adultos falam em “socialismo com liberdade” – isto quando não chegam a acreditar que essas duas coisas são a mesma, ou que uma decorre da outra com a naturalidade com que as bananas nascem das bananeiras – é a prova inequívoca de uma deficiência intelectual alarmante, que desde há um século e meio se espalha sem cessar pelas classes cultas, semicultas e incultas com a força avassaladora de uma contaminação viral, sem dar sinais de arrefecer mesmo depois que a experiência histórica comprovou, de maneira universal e repetida, aquilo que poderia ser percebido antecipadamente por mera análise lógica e sem experiência histórica alguma.

Bobinha

Na Carta Maior desta semana, uma professora de ciências políticas da Universidade Federal de Pelotas, Luciana Ballestrin, adverte que enxergar alguma hegemonia comunista nas instituições superiores de ensino é “paranóia” e insinua que, ao contrário, o verdadeiro perigo que se esboça no horizonte nacional é o do fascismo. A prova que ela oferece desse deslumbrante diagnóstico é que três pessoas reclamaram contra o comunismo universitário. Firmemente disposta a dizer qualquer coisa contra essas três minguadas vozes, ela as acusa, ao mesmo tempo, de provir de “um gueto” e de obter “grande repercussão na mídia”. É notório que, entre os estudantes universitários brasileiros, quatro em cada dez são analfabetos funcionais. Temo que entre os professores da área de humanas essa proporção seja de nove para dez. A profa. Ballestrin é mais um exemplo para a minha coleção. Ela fracassa tão miseravelmente em compreender o significado das palavras que emprega, que no seu caso o adjetivo “funcional” é quase um eufemismo. Desde logo, se os direitistas vivem num “gueto”, quem os colocou lá? Enclausuraram-se por vontade própria ou foram expelidos da mídia, das cátedras e de todos os ambientes de cultura superior pela política avassaladora de “ocupação de espaços” que a esquerda aí pratica desde há mais de meio século? Um gueto, por definição, não é um hotel onde a minoria se hospede voluntariamente para desfrutar os prazeres de uma vida sombria, fechada e opressiva, sem perspectivas de participação na sociedade maior. É uma criação da maioria dominante, um instrumento de exclusão usado para neutralizar ou eliminar as presenças inconvenientes. A maior prova de que o esquerdismo domina o espaço é que a direita vive num gueto. Ao acusá-la precisamente disso, essa porta-voz do esquerdismo oficial só dá testemunho contra si própria. Com igual destreza ela maneja a segunda acusação: a de que as três vozes obtiveram “grande repercussão na mídia”. Que grande repercussão? Alguma delas foi manchete de um jornal, foi alardeada no horário nobre da Globo, deu ocasião a uma série infindável de reportagens, congressos de intelectuais e debates no Parlamento como acontece com qualquer denúncia de “crimes da ditadura” ocorridos cinqüenta anos atrás? Nada disso. Foram apenas noticiadas aqui e ali, discretamente, num tom de desprezo e chacota. Mas, para a profa. Ballestrin, mesmo isso já é excessivo. Ela nem percebe que, ao protestar que três direitistas saíram do gueto, ela os está mandando de volta para lá.

Câmara marca sessão solene em memória de Olavo de Carvalho

Olavo luto

BRASÍLIA, 14 de julho de 2023 – A Câmara dos Deputados definiu a data de 1º de setembro, às 10h, para realizar uma sessão solene em homenagem ao escritor e filósofo Olavo de Carvalho (1947-2022). A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) apresentou o requerimento para a sessão, que foi aprovado pelo presidente em exercício da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP), na quarta (12). O evento será realizado no auditório Ulysses Guimarães. No mesmo dia, em um local a ser definido dentro da Câmara, o cineasta Josias Teófilo lançará um livro fotográfico sobre Olavo, de quem foi aluno. O livro, intitulado “Olavo de Carvalho: O filósofo e sua circunstância”, será publicado pela editora Vide Editorial. “Considero muito importante que a Câmara preste homenagem a Olavo de Carvalho. Ele foi acima de tudo um grande educador, seus cursos provocaram uma verdadeira revolução editorial no país, com centenas de obras traduzidas e escritas, além da criação de várias editoras inspiradas por ele. O legado de Olavo de Carvalho não é apenas político, mas também cultural”, afirma Teófilo, diretor do documentário “O Jardim das Aflições”.

Título de Cidadania Honorária a Olavo de Carvalho é aprovado

Design sem nome

A Câmara Municipal de Curitiba aprovou o título de Cidadania Honorária a Olavo de Carvalho nesta semana. A homenagem póstuma foi aprovada em segundo turno por 14 votos a 9. A iniciativa foi apresentada pelo vereador Éder Borges (PP) em novembro de 2021, antes mesmo do falecimento de Olavo ocorrida em 2022, nos Estados Unidos, aos 74 anos. “Esse projeto foi feito quando ele ainda era vivo, mas ele veio a falecer durante o processo de tramitação. Fiz questão que fosse votado em abril, que é o mês de aniversário do professor”, disse o autor da proposta. O texto agora segue para sanção do prefeito Rafael Greca (PSD).

Sobre o professor Olavo

Minha Imag Princ BRANCA

Ontem eu passei o dia sentindo cheiro de morte. As pessoas mais próximas de mim perceberam. Fiz alguns comentários nos status do WhatsApp. Mal sabia que o cheiro de morte antecedia um dia de cheiro de lágrimas. Conheci a obra do professor Olavo de Carvalho em um momento muito peculiar da minha vida. Era militante esquerdista na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Bebia e fumava maconha todos os dias, agredia outros esquerdistas por causa de política (a violência é comum no movimento estudantil), era um dos líderes do PCdoB no movimento estudantil e vivia única e exclusivamente para disputar/ajudar eleição em sindicatos. Dormia em banco de praça, vivia de ressaca e drogado, me vestia como um mendigo, brigava toda semana, não estudava, era reprovado por falta quase todo semestre, não tinha emprego e vivia da caridade do partido. Eu me achava o máximo do revolucionário contra o sistema. Era um adepto dessa ilusão relativista e de repulsa pela verdade. Minha pequenez não era pequena, era “glamour revolucionário”. Minha ignorância não era ignorância, era intelectualidade. Minha miséria pessoal era minha identidade contra o “sistema capitalista”. Identifiquei as mentiras e incoerências do movimento antes de saber da existência do professor. Foram tempos difíceis. Eu sabia que era errado continuar ali, que aquilo não me fazia bem. Contudo, tinha medo de ficar sozinho. Por isso continuava no partido. Aí encontrei o Olavo na Internet. E a partir dali eu comecei a ter noção do que era ser livre, de como o indivíduo é superior ao grupo. De como a sua luz própria deve ser cultivada e valorizada. Percebi que não precisava da aprovação dos outros para ser quem eu deveria ser. E tantas foram as bases da minha formação colocadas por ele. Hoje eu estou aqui, uma antítese do que era aos 20 anos. E hoje, apesar dos pesares, eu estou muito melhor. Não sou perfeito, nunca vou ser. Cometo erros todos os dias. Só que hoje eu sei que meus erros são erros e que meus acertos são acertos porque o professor Olavo me mostrou o caminho. Meu pai morreu cedo. Então, ao longo dos últimos 25 anos eu tive muitos pais. Olavo foi um dos meus pais. Meu pai intelectual. Obrigado por ter sido uma das pessoas que salvaram a minha vida, professor.

Escritor e filósofo Olavo de Carvalho morre aos 74 anos

Imagem Principal AZUL

O professor, filósofo e escritor Olavo de Carvalho morreu nesta segunda (24) aos 74 anos, na Virgínia (Estados Unidos). O comunicado foi realizado pela família, que não informou a causa do óbito. “Com grande pesar, a família do professor Olavo de Carvalho comunica a notícia de sua morte na noite de 24 de janeiro, na região de Richmond, na Virgínia, onde se encontrava hospitalizado. O professor deixa a esposa, Roxane, oito filhos e 18 netos. A família agradece a todos os amigos as mensagens de solidariedade e pede orações pela alma do professor.” Olavo Luiz Pimentel de Carvalho nasceu em Campinas (SP), em 29 de abril de 1947. Foi astrólogo, ensaísta, ideólogo, influenciador digital, jornalista e polemista. Autoproclamado filósofo, o escritor, filósofo e professor era considerado um representante do conservadorismo no Brasil de expressiva influência na direita brasileira. Desde 2005 vivia em Richmond, Virgínia, nos Estados Unidos. Olavo alegava ter sido militante filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) em sua juventude, de 1966 a 1968, e opositor da ditadura militar brasileira, convertendo-se anticomunista posteriormente. Olavo de Carvalho é considerado o responsável pelo surgimento da Nova Direita brasileira e apontado como um dos maiores conselheiros do presidente da República Jair Bolsonaro, situação que ele, Carvalho, rejeitava. Na madrugada de hoje (25), o presidente Jair Bolsonaro (PL), por meio de suas redes sociais, lamentou a morte do influenciador: “Nos deixa hoje um dos maiores pensadores da história do nosso país, o Filósofo e Professor Olavo Luiz Pimentel de Carvalho. Olavo foi um gigante na luta pela liberdade e um farol para milhões de brasileiros. Seu exemplo e seus ensinamentos nos marcarão para sempre. Que Deus o receba na sua infinita bondade e misericórdia, bem como conforte sua família”, disse Bolsonaro.

Justiça condena Revista IstoÉ por ofensas a Olavo de Carvalho

ISTOE

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) condenou a revista IstoÉ a pagar uma indenização de R$ 40 mil por danos morais ao filósofo, professor e escritor Olavo de Carvalho. A ação foi ajuizada após o periódico publicar a matéria “Generais sob ataque” em que, na manchete, Olavo de Carvalho é chamado de “imbecil”. Segundo a revista, o uso da palavra “imbecil” foi em alusão ao principal livro do filósofo “O imbecil coletivo” e a caricatura do escritor foi editada ironicamente. No entando, a justificativa ao Judiciário foi rejeitada pelos integrantes da 5º Câmara de Direito Privado do TJSP, pois, segundo os juízes, a IstoÉ teve a intenção de ridicularizar o filósofo. Conforme o desembargador Antônio Carlos Mathias Coltro, relator do caso, sob pena de multa diária de R$ 1.000, limitada a R$ 30.000, o veículo tem 72 horas para excluir as ofensas. O advogado e representante de Olavo de Carvalho no processo, João Manssur, emitiu nota: “A imagem veiculada na capa da revista ultrapassou qualquer limite crítico, teve uma conotação de agressão à honra e à imagem do professor Olavo de Carvalho”, defendeu.

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