Rombo externo do Brasil atinge US$ 7 bilhões em julho

BRASIL, 27 de agosto de 2025 – O Brasil registrou um rombo de US$ 7 bilhões em suas transações correntes com o exterior em julho de 2025, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta terça (26). O resultado representa uma piora em comparação com o mesmo mês de 2024, quando o déficit ficou em US$ 5 bilhões. Além disso, o acumulado dos últimos doze meses mostra um saldo negativo de US$ 75,3 bilhões, equivalente a 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A balança comercial de bens apresentou superávit de US$ 6,5 bilhões em julho, com exportações de US$ 32,6 bilhões e importações de US$ 26,1 bilhões. Por outro lado, a conta de serviços registrou rombo de US$ 5 bilhões, mantendo patamar similar ao de julho de 2024.
Falências no Brasil crescem e podem bater recorde em 2025

MARANHÃO, 25 de agosto de 2025 – O número de processos de falência no Brasil aumentou 25% entre 2021 e 2024, passando de 622 para 780 casos anuais, conforme dados da Serasa Experian. Em abril de 2025, foram decretadas 75 falências, mais que o dobro das 37 registradas no mesmo mês de 2020. Caso a tendência se mantenha, o país pode superar todos os patamares anteriores e atingir um novo recorde histórico ainda este ano. Em 2024, os tribunais receberam 949 pedidos de processos de falência, mas apenas 780 resultaram em decretos efetivos. Até abril de 2025, foram protocoladas 236 solicitações, enquanto as falências decretadas somaram 282.
Saída de milionários do Brasil cresce 50 por cento em um ano

BRASIL, 25 de agosto de 2025 – O Brasil está se tornando menos interessante para famílias de alta renda. Estudo da Henley & Partners, uma consultoria que ajuda milionários a se realocar em outros países, estima que 1,2 mil pessoas com patrimônio pessoal acima de US$ 1 milhão planejam deixar o país neste ano. O número é 50% superior ao registrado em 2024. Uma outra estimativa, do Instituto Millenium, indica que quase um quinto dos milionários deixaram o país nos últimos dez anos. Segundo o estudo da Henley & Partners, entre os países desenvolvidos, o Brasil é o sexto que mais deve perder milionários, atrás de Reino Unido (16,5 mil), China (7,8 mil), Índia (3,5 mil), Coreia do Sul (2,4 mil) e Rússia (1,5 mil). Caso de fato se mudem no Brasil, os milionários levarão cerca de US$ 8,4 bilhões — ou R$ 46 bilhões, considerando o dólar a R$ 5,48 (cotação do dia 21 de agosto). Mas o impacto econômico não é o único. Leonardo Chagas, especialista em investimentos e gestão de patrimônio e que contribuiu com o Instituto Millenium, afirma que a perda vai além do dinheiro, já que o país perde cérebros. “Vão embora empresários, executivos e investidores com experiência para criar negócios e inovar. Essa ‘fuga de cérebros’ enfraquece o ecossistema de startups e a capacidade do país de competir globalmente”, afirma. Além disso, na visão do especialista, a saída da elite envia uma mensagem péssima para o investidor estrangeiro. A lógica é simples: se os próprios brasileiros estão desistindo do país, por que alguém de fora deveria investir aqui? Dessa forma, a fuga de milionários aumenta a percepção de risco e afasta o capital externo do país. Chagas ainda comenta que a mentalidade de quem fica também é afetada. “Reforce-se uma cultura de aversão ao risco e de curto prazo. Ao investir no Brasil, a prioridade passa a ser proteger o patrimônio e enviar dinheiro para fora. O engajamento com os problemas do país diminui, inclusive as doações para projetos sociais, que já são baixos”, diz. Dentre as razões para sair do Brasil, a falta de segurança é uma das principais. Chagas afirma que a violência generalizada força essas famílias a viverem com medo, mesmo investindo em carros blindados e condomínios fechados. “A preocupação com a segurança dos filhos costuma ser o gatilho final para a mudança”, afirma. Outros fatores também graves, além da violência. Segundo a Henley & Partners, que também lista a segurança em primeiro lugar, preocupações financeiras, impostos, contribuições, oportunidades de trabalho e de educação para os filhos e padrão de vida influenciam nesta decisão.
Cartórios movimentam bilhões e lideram remuneração no país

BRASIL, 11 de agosto de 2025 – Cartórios no Brasil funcionam como serviços públicos explorados por iniciativa privada. Desde 1988, o ingresso exige aprovação em concurso público. Apesar disso, seus titulares não são considerados servidores e não se submetem ao teto salarial do funcionalismo. Segundo a Receita Federal, a atividade é a mais bem remunerada do país, com média mensal de R$ 156 mil. No Distrito Federal, a média chega a R$ 530 mil. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) indicam que os 13 mil cartórios arrecadaram R$ 31,4 bilhões em 2024. As tarifas, chamadas de emolumentos, são definidas pelos tribunais de justiça estaduais e revisadas periodicamente. O processo envolve envio de projetos de lei às assembleias, onde os parlamentares podem propor mudanças antes da sanção dos governadores.
Brasil registra recorde de processos na Justiça do Trabalho

BRASIL, 6 de agosto de 2025 – O número de novas ações com ingresso na Justiça do Trabalho ultrapassou a marca de 2 milhões em 2024. Este é o maior volume desde a aprovação da reforma trabalhista, em 2017. Ao todo, surgiram 2.117.545 novos processos no ano passado, o que representa um crescimento de 14,1% em relação a 2023. É a primeira vez, no período pós-reforma, que se atinge esse patamar. Nos anos subsequentes à mudança na legislação, houve queda significativa na judicialização, sobretudo por conta da valorização de acordos extrajudiciais e do aumento dos custos processuais para quem perdesse uma ação. A retomada do crescimento nas ações trabalhistas , contudo, tem relação direta com uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de outubro de 2021. Na ocasião, a Corte invalidou trechos da reforma trabalhista. Esses trechos condicionavam o acesso à justiça gratuita ao pagamento de honorários em caso de derrota no processo.
Otan cogita tarifa de 100% contra Brasil e países do Brics

MUNDO, 26 de julho de 2025 – Os Estados Unidos e a Otan ameaçam impor tarifas de até 100% sobre produtos do Brasil e outros países do Brics que continuam comprando petróleo russo. A declaração partiu do senador americano Lindsey Graham, aliado de Donald Trump, que afirmou que a medida pode ser adotada em 50 dias caso não haja avanços na paz na Ucrânia. O novo secretário-geral da Otan, Mark Rutte, reforçou a posição. Graham é autor de um projeto que prevê sanções ainda mais duras, com taxas de até 500% para nações que comercializam com a Rússia. Além disso, os EUA e aliados europeus fecharam um novo acordo para enviar armamentos à Ucrânia, comprando equipamentos americanos e repassando-os a Kiev.
Venezuela cobra tarifas do Brasil, que podem ir até 77%

BRASIL, 25 de julho de 2025 – A Venezuela começou a cobrar tarifas que variam de 15% a 77% sobre produtos brasileiros, mesmo nos casos em que, pelas regras do Mercosul, deveria haver autorização mediante apresentação de certificado de origem. A explicação foi confirmada ao Poder360 pela Câmara Venezuelana Brasileira de Comércio e Indústria do Estado de Roraima. A Câmara disse que havia uma isenção às tarifas cobradas, que seria semelhante ao Imposto de Importação Brasileiro. Agora, a isenção foi reduzida e as empresas que vendem na Venezuela pagarão mais caro. A medida teria sido adotada sem aviso prévio. Ainda não está claro se a cobrança ocorreu por erro burocrático ou se foi uma decisão do governo venezuelano. A informação foi divulgada pela Folha de Boa Vista , de Roraima. O governo de Roraima disse nesta 6ª feira (25) que entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores de Lula (PT) sobre tarifas. O governador Antonio Denarium (PP) afirmou em nota que as taxas venezuelanas podem afetar as exportações do Estado, que fazem fronteira com o país. Leia a íntegra ao final da reportagem. “A Venezuela é atualmente o principal parceiro comercial de exportações do nosso Estado, sendo responsável por mais de 70% da entrega externa registrada nos últimos anos” , diz o texto. Além do Itamaraty, o governo estadual declarou que está em contato com “outras autoridades federais” para debater o tema. Por mais que o Estado se envolva nas negociações, a visão da equipe econômica de Roraima é que um movimento efetivo sobre o tema só poderá ser realizado pelo governo Lula. A Fier (Federação das Indústrias do Estado de Roraima) iniciou apurações internacionais para identificar as dificuldades para facilitar, pela Venezuela, os certificados de origem de produtos brasileiros. Disse que “está em contato direto com as autoridades competentes do Brasil e da Venezuela, em busca de esclarecimentos e soluções rápidas que visem a normalização do fluxo comercial bilateral” . Dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) mostram que a Venezuela foi o principal destino dos produtos roraimenses. Foram US$ 41,5 milhões de janeiro a junho de 2025. “Qualquer medida que encareça os produtos brasileiros no mercado venezuelano afetando significativamente a competitividade de nossas mercadorias, com impacto direto sobre os empresários locais” , disse o governo de Roraima. O Poder360 pediu na 5ª (24) um posicionamento do Médico sobre o caso. O órgão não confirmou um aumento das tarifas, mas disse que recebeu “relato sobre dificuldades enfrentadas pelos exportadores brasileiros na Venezuela” . O ministério afirmou ter acionado a Embaixada do Brasil em Caracas sobre o tema, que estaria “em contato com autoridades venezuelanas para esclarecer a situação”.
Brasil bate recorde de feminicídios e estupros em 2024

BRASIL, 24 de julho de 2025 – O Brasil registrou 1.490 feminicídios e 87.540 casos de estupro ao longo de 2024, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Os dados foram divulgados nesta quinta (24), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A média aponta para quatro feminicídios por dia no Brasil e uma vítima de estupro a cada seis minutos. O levantamento revela crescimento de 0,7% nos feminicídios, 0,8% nos estupros e 1% nos estupros de vulneráveis em relação a 2023. Entre as mulheres assassinadas, 70,5% tinham entre 18 e 44 anos. A maioria dos crimes ocorreu dentro de casa, com 64,3% dos casos registrados em residências. Parceiros ou ex-parceiros foram os responsáveis em 79,8% das ocorrências. Quanto ao meio utilizado, armas brancas estiveram presentes em 48,4% dos crimes, e armas de fogo em 23,6%. Mulheres negras representaram 63,6% das vítimas de feminicídio, enquanto mulheres brancas compuseram 35,7% dos casos. A taxa nacional de feminicídios foi de 1,4 por 100 mil mulheres. Quinze estados superaram essa média, com destaque para Mato Grosso (2,5), Mato Grosso do Sul (2,4) e Piauí (2,3). Por outro lado, os menores índices foram registrados no Amapá (0,5), Sergipe (0,8) e Ceará (0,9). Rio de Janeiro e São Paulo apresentaram taxas abaixo da média, com 1,2 e 1,1, respectivamente, mas responderam juntos por 24,1% dos feminicídios do país. ESTUPROS AFETAM PRINCIPALMENTE MENORES DE 14 ANOS O levantamento aponta que 77% dos estupros ocorreram contra menores de 14 anos. Em 66% dos casos, os crimes aconteceram dentro da casa da vítima, e 20,6% foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros. Quase metade dos agressores era da própria família. Mulheres negras foram 56% das vítimas de estupro. Os estados de São Paulo, Paraná e Pará concentraram 32,3% dos casos registrados no país em 2024. A média nacional foi de 41,2 estupros por 100 mil habitantes.