
MARANHÃO, 18 de janeiro de 2025 – O empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo” e com ligação direta ao União Brasil, está no centro de um esquema de desvio de recursos públicos que movimentou mais de R$ 824,5 milhões em contratos fraudulentos.
Documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF) revelam que o esquema abrangeu 12 estados, incluindo o Maranhão, com R$ 39,3 milhões atribuídos ao estado.
O caso chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) devido à citação do deputado Elmar Nascimento (BA), que possui foro privilegiado. O avanço das investigações gera temor entre lideranças do partido, que já avaliam os impactos nas eleições de 2026.
Há preocupação de que o caso afete outras figuras públicas da sigla, além de comprometer candidaturas e negociações para a corrida presidencial.
Marcos Moura, apontado como líder do esquema, é suspeito de desviar recursos de emendas parlamentares em contratos firmados em municípios da Bahia, Tocantins, Goiás, Amapá e Rio de Janeiro. O empresário foi indicado para um cargo no União Brasil por ACM Neto, que, segundo a PF, não é investigado.
A Polícia Federal detalhou que Moura utilizava empresas de fachada, como a BRA Teles Ltda., para movimentar recursos e pagar propinas.
A apreensão de R$ 1,5 milhão em um avião e documentos relacionados a contratos fraudulentos revelou planilhas indicando valores e pessoas vinculadas ao esquema. Entre os beneficiários estariam estados como Maranhão, Pará, Piauí e São Paulo, com transações intermediadas por operadores ligados à Operação Overclean.
O caso também envolve o senador Davi Alcolumbre, do União Brasil, que pode assumir a presidência do Senado em fevereiro.
Parlamentares observam que a ascensão de Alcolumbre pode criar embates entre o Legislativo e o Judiciário, com possibilidade de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre supostos abusos de poder do STF.
Procurados, Alcolumbre e outros líderes do União Brasil não se manifestaram.