
SANTA LUZIA, 15 de abril de 2025 – A Polícia Civil do Maranhão concluiu as investigações sobre o assassinato da influenciadora digital Adriana Oliveira, de 26 anos, ocorrido em 15 de março em Santa Luzia.
O inquérito, encaminhado ao Ministério Público, indiciou três homens pelo crime qualificado como feminicídio: João Batista dos Santos (“Bruno Macumbeiro”), identificado como autor material dos disparos; Valdiley Paixão Campos, marido da vítima; e Antônio Silva Campos (“Antônio do Zico”), sogro de Adriana.
João Batista, de 55 anos, foi preso em Paraibano (MA) após análise de imagens que mostravam um motociclista trafegando em alta velocidade nas proximidades da residência do casal no dia do crime. Investigadores afirmam que ele já tinha histórico criminal, com acusações de dois homicídios em Pedreiras.
Valdiley, que estava presente no local durante o ataque, inicialmente descreveu o atirador como um desconhecido. Porém, em novo depoimento na prisão, reconheceu João Batista – contradição que levantou suspeitas. “Ele omitiu propositalmente ter tido contato prévio com o acusado”, declarou o delegado Allan Santos.
Quanto a Antônio do Zico, a polícia encontrou transferências bancárias suspeitas para contas ligadas a João Batista. Além disso, áudios da vítima revelavam seu temor em relação ao sogro: “Acho que trouxe um capanga para me matar”, disse Adriana em mensagem enviada dias antes do crime.
As investigações destacaram várias atitudes consideradas suspeitas: Valdiley acionou a Polícia Militar ao invés do SAMU após os tiros; O marido demorou a reconhecer João Batista, com quem já havia se encontrado; Gravações mostram conversa truncada entre os três suspeitos, que preferiram dialogar pessoalmente; Adriana relatou em áudios sentir-se ameaçada e checou se havia câmeras no muro de casa.
A DEFESA
Irandy Garcia, advogado de Valdiley e Antônio, classificou as acusações como precipitadas. Em nota, afirmou que a defesa “vai provar a inocência dos acusados” e criticou vazamentos de informações:
“Lamentamos profundamente as acusações precipitadas e o uso indevido de imagens antes do sigilo. Vídeos falsos circulando nas redes sociais distorcem os fatos e prejudicam a apuração. Aguardamos os laudos periciais dos telefones, fundamentais para esclarecer a verdade.”
A defesa sustenta que: Não há provas conclusivas contra os réus; As transferências bancárias teriam motivação comercial; Os áudios mostrariam apenas desentendimentos familiares comuns; Valdiley agiu corretamente ao chamar a polícia
O Ministério Público analisará o inquérito e decidirá sobre a aceitação das denúncias e o enquadramento jurídico de cada acusado. Enquanto isso, os três suspeitos permanecem presos.