
MARANHÃO, 17 de abril de 2025 – Nem mesmo a estação das chuvas impediu que o Maranhão se destacasse no ranking das queimadas em 2024. De janeiro a março, o estado perdeu 128,3 mil hectares de vegetação para o fogo, segundo dados do Monitor do Fogo, do MapBiomas. Com isso, garantiu um lugar no pódio como o terceiro estado com maior área queimada do Brasil.
A façanha se torna ainda mais emblemática diante do contexto climático: os três primeiros meses do ano foram marcados por chuvas intensas em boa parte do território maranhense.
Mas nem o solo encharcado conseguiu conter os 644 focos de incêndio registrados até 16 de abril, conforme levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
As áreas mais atingidas estão justamente nas zonas de transição entre o cerrado maranhense e a Amazônia Legal, territórios sensíveis onde o fogo encontra espaço para avançar, mesmo sob a tutela da estação chuvosa.
O MapBiomas — iniciativa que reúne universidades e organizações socioambientais — alerta para o agravamento da situação com o fim das chuvas, previsto já para a primeira semana de maio.
E se já choveu e queimou, o que esperar da estiagem? A resposta pode estar nos números do ano passado: mais de 10.400 focos de incêndio foram registrados em 2024. Em alguns casos, as chamas ameaçaram diretamente terras indígenas e comunidades tradicionais.
Diante da recorrência dos incêndios, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) afirma que tem reforçado as ações do Programa Maranhão Sem Queimadas. Segundo a pasta, 91 municípios já foram contemplados com mais de 3 mil equipamentos de combate ao fogo e haverá uma antecipação da campanha educativa para prevenção neste ano.