IMPOSTO

Governador Brandão anuncia suspensão da taxa de grãos

Compartilhe
Brandão taxa
Brandão isenta temporariamente a contribuição sobre grãos, em meio a críticas do setor, liminar judicial e dúvidas sobre a legalidade da cobrança.

MARANHÃO, 14 de maio de 2025 – Durante a abertura da 21ª edição da AgroBalsas, realizada nesta segunda (12), em Balsas, o governador Carlos Brandão anunciou que os produtores rurais do Maranhão estão temporariamente dispensados de pagar a Contribuição Especial de Grãos (CEG) até 31 de julho.

A partir de 1º de agosto, a alíquota passará a 0,5%, com previsão de nova elevação para 1% em 2026. Tudo em nome da competitividade, assegura o governo, mesmo após ter criado uma contribuição que, segundo o próprio setor, colocaria a produção maranhense em desvantagem frente aos vizinhos.

“O Piauí, por exemplo, cobra 1,2% e nós cobraremos apenas 0,5% a partir de agosto, ou seja, até julho ninguém paga nada”, afirmou Brandão, sem mencionar que o Maranhão partiu de uma cobrança de 1,8% — suspensa por decisão judicial —, e que os produtores do estado enfrentaram semanas de insegurança jurídica e previsões de prejuízos.

O governo sustenta que os valores arrecadados com a CEG seriam destinados exclusivamente à recuperação de estradas. “O produtor rural tem tecnologia e produtividade da porteira para dentro. Da porteira para fora, depende das estradas”, justificou Brandão.

Inscreva-se e não perca as notícias

O detalhe é que, para essa recuperação ocorrer, o setor precisaria primeiro aceitar pagar uma taxa cuja legalidade foi contestada em pelo menos oito ações judiciais.

Recentemente, a juíza Teresa Cristina De Carvalho Pereira Mendes concedeu liminar suspendendo a cobrança da CEG, atendendo a um pedido do grupo Terrus S.A., do empresário Ricardo Faria.

A magistrada apontou “sérios indícios de inconstitucionalidade”, observando que a nova taxa pode ferir a imunidade tributária sobre exportações e não respeita os critérios da reforma tributária em curso no país.

Antes mesmo da suspensão judicial, representantes do agronegócio vinham alertando sobre os danos causados pela cobrança.

O presidente da Aprosoja Maranhão, José Carlos Oliveira de Paula, destacou que a medida afetaria a circulação de recursos nas cidades do interior, prejudicando setores como postos de combustíveis, borracharias, supermercados e restaurantes. Segundo ele, haveria risco de demissões e redução da qualidade de vida da população local.

Além disso, a Contribuição Especial de Grãos colocaria o Maranhão em desvantagem no competitivo cenário da região MATOPIBA — que reúne Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, além de áreas do Mato Grosso e Goiás.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e empresas exportadoras também se manifestaram, alegando que o novo custo comprometeria a operação no Tegram, um dos principais terminais portuários da região.

Compartilhe
0 0 votos
Classificação da notícias
Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários

Gostaríamos de usar cookies para melhorar sua experiência.

Visite nossa página de consentimento de cookies para gerenciar suas preferências.

Conheça nossa política de privacidade.

0
Adoraria saber sua opinião, comente.x