BRASIL, 11 de outubro de 2024 – Seis de cada dez municípios brasileiros relataram dificuldades em receber vacinas infantis por conta de falhas na distribuição pelo Ministério da Saúde.
O levantamento, realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), envolveu 2.415 cidades e revelou que 1.563 delas estão enfrentando desabastecimento.
A responsabilidade pela compra das vacinas no Sistema Único de Saúde (SUS) é do Ministério da Saúde, que repassa os imunizantes aos Estados, responsáveis por distribuí-los aos municípios.
Em resposta à CNM, no último dia 4 de outubro, o Ministério da Saúde reconheceu o problema e apontou questões de fabricação, logística e alta demanda como causas.
O órgão, sob a liderança de Nísia Trindade, informou ainda que está tomando medidas, como a aquisição de vacinas por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), para tentar resolver a situação.
A pasta afirmou que algumas vacinas, como a tríplice viral, hepatite A e meningo ACWY, devem ter a distribuição regularizada até o final deste mês. No entanto, vacinas como a meningo C, varicela e tetraviral só terão a situação normalizada em 2025.
A falta prolongada de vacinas essenciais preocupa especialistas e gestores municipais, uma vez que doenças graves como a paralisia infantil podem voltar a se espalhar.
O estudo da CNM também apontou os estados mais impactados pela falta de vacinas. Santa Catarina lidera a lista, com 83,7% dos municípios afetados, seguido de Pernambuco, com 80,6%, e Paraná, com 78,7%.
A vacina contra a varicela, usada para reforço em crianças de quatro anos, é a mais escassa, com 1.210 cidades relatando falta do imunizante e uma média de espera superior a 90 dias.
OUTRAS VACINAS EM FALTA
Além da varicela, outros imunizantes estão em falta em diversos municípios:
- Covid-19 (inativada XBB laboratório Moderna)
- Meningocócica C
- Tetraviral (contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela)
- Tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola)
- Hepatite A
- DTP (contra difteria, tétano e coqueluche)
- Febre amarela