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CPI das Bets prende depoente acusado de falso testemunho

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Instalada em 2024, a CPI das Bets visa investigar os tentáculos do setor de apostas esportivas, especialmente as ligações com possíveis organizações criminosas.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas, conhecida como CPI das Bets, supreendeu nesta terça (29). O empresário Daniel Pardim Tavares Lima saiu do plenário direto para a prisão, sob acusação de falso testemunho.

Segundo os parlamentares, Pardim ofereceu um cardápio completo de informações contraditórias e negativas ao que já constava nos autos. A prisão foi requerida pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, e autorizada prontamente pelo presidente da comissão, senador Dr. Hiran (PP-RR).

O ponto alto do depoimento foi a negativa de Pardim sobre conhecer Adélia de Jesus Soares, sua sócia na Peach Blossom River Technology. A empresa é peça-chave na Payflow, companhia que presta serviços para casas de apostas e está no radar da Polícia Civil do Distrito Federal por suposta lavagem de dinheiro e transações ilegais.

De acordo com Soraya, o empresário começou mal, dizendo não conhecer a sócia, e piorou com o tempo, acumulando três ou quatro respostas que beiraram o absurdo. “Ninguém monta uma empresa com quem não conhece”, ironizou a senadora.

O clima esquentou quando advogados da defesa interromperam senadores e foram acusados de “buzinar na orelha” do depoente, segundo palavras do senador Marcos Rogério (PL-RO).

Não bastasse o enredo, surgiu o velho personagem das CPIs brasileiras: o “laranja”. Os senadores Izalci Lucas (PL-DF) e Damares Alves (Republicanos-DF) sugeriram que Pardim emprestou o nome para negócios dos quais mal tem notícia. Damares chegou a dizer que o empresário “já teve a imagem destruída” e que manter o silêncio “não ajuda mais”.

Izalci apontou que Pardim é sócio de outras empresas, inclusive internacionais, e associou a prática às conhecidas plataformas de jogos online — o famoso “jogo do Tigrinho” foi, inclusive, citado como referência para a movimentação bilionária de dinheiro via empresas de fachada.

Instalada em novembro de 2024, a CPI das Bets visa investigar os tentáculos do setor de apostas esportivas, especialmente as ligações com possíveis organizações criminosas.

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