
BRASÍLIA, 22 de maio de 2025 – A Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos decidiu, por unanimidade nesta quinta (22), conceder à ex-presidente Dilma Rousseff o título de anistiada política e uma indenização de R$ 100 mil – valor máximo permitido pelas regras atuais.
A petista, que hoje vive na China e preside um banco de desenvolvimento, alegou ter sido torturada durante a ditadura e impedida de concluir seus estudos na UFMG.
O pedido de Dilma foi protocolado em 2002, mas ficou engavetado enquanto ela ocupava cargos como ministra e, posteriormente, a Presidência da República. Só após seu impeachment, em 2016, o processo foi retomado.
Em 2022, durante o governo Bolsonaro, a comissão negou o requerimento, mas a defesa recorreu – e, agora, sob nova gestão, a decisão foi revertida.
Curiosamente, a ex-presidente já havia recebido R$ 72 mil em indenizações por anistia em três estados, valores que doou a instituições sociais.
Além disso, em fevereiro de 2023, a Justiça Federal já a havia reconhecido como anistiada e determinado o pagamento de R$ 400 mil por danos morais. Mas, como a Comissão de Anistia é o órgão oficial para reparações, o caso seguiu em análise.
O relator do caso, conselheiro Rodrigo Lentz, destacou que Dilma sofreu torturas e foi impedida de retomar sua vida acadêmica e profissional após a prisão em 1970, quando integrava grupos de luta armada.
“Era perseguida no trabalho pelo seu passado político”, afirmou. Ao final da sessão, os conselheiros aplaudiram e gritaram “Dilma, presente!” – mesmo ela acompanhando tudo de forma remota, alegando “compromissos internacionais”.