
BRASIL, 14 de abril de 2025 – Os títulos públicos brasileiros atingiram patamares preocupantes em dezembro, com a taxa real dos papéis de dez anos ultrapassando 7% – marco que não era alcançado de forma sustentada desde o auge da crise no segundo mandato de Dilma Rousseff.
O Tesouro IPCA+ 2032 saltou de 5,45% no início de 2023 para 7,84% este mês, enquanto o vencimento em 2035 chegou a 7,57%, o que demonstra a crescente desconfiança do mercado.
Segundo Jeferson Bittencourt, ex-secretário do Tesouro, o mercado já não trabalha com incertezas, mas com a “certeza” de que a política atual não reduzirá o endividamento – hoje em 76% do PIB.
Curiosamente, mesmo com o novo arcabouço fiscal, projeções indicam que o Brasil precisaria de mais de uma década para estabilizar sua dívida, e isso num cenário otimista.
Enquanto isso, títulos de curto prazo como o IPCA 2026 dispararam para 9,51%. Analistas apontam que a equipe econômica parece ter abandonado a agenda de ajustes, privilegiando medidas eleitoralmente populares como expansão de crédito e isenções fiscais.
Julio Ortiz, da Cx3 Investimentos, é categórico: “Até 2027, não vai ter mudança importante nenhuma”.