Paulo Victor
Os antecedentes e horizontes das eleições em São Luís após a desistência do vereador Paulo Victor.

UM CORPO QUE CAI

O presidente da Câmara de Vereadores de São Luís, Paulo Victor (PSDB), desistiu da disputa para a Prefeitura de São Luís no próximo ano. Entre todos os pré-candidatos que já haviam manifestado interesse na disputa, ele é o primeiro a desistir. Com a saída de Paulo Victor, quem sairá beneficiado?

Contando com o evidente desinteresse do prefeito Eduardo Braide em se aproximar dos vereadores, Paulo Victor tentou recriar a estratégia do respaldo público e conseguiu obter o apoio de 27 deles. Em 5 de maio deste ano, cinco meses atrás, os vereadores firmaram e entregaram uma carta manifestando apoio à sua pré-candidatura para prefeitura de São Luís em 2024.

Paulo Victor ainda ocupou o cargo de Secretário de Cultura do Governo Estadual, em abril 2022, após eleger-se presidente da Câmara de São Luís.

Como uma das táticas, Paulo Victor foi forçando o apoio público de outros vereadores. A tática esmagou o candidato de Eduardo Braide, Dr Gutemberg, antes mesmo da eleição e Victor disputou o pleito sozinho.

Naquele ano, o vereador conseguiu unir sua imagem à do governador Carlos Brandão. A parceria deu certo e Brandão conseguiu ser o mais votado no primeiro, e único, turno em São Luís, com 45,57%. O que equivale a 256.029 votos.

Com o apoio do governador, Paulo Victor chegou a deixar a presidência da Câmara em fevereiro deste ano. Até aquele mês, a aliança com Carlos Brandão era tida como absoluta. Contudo, em abril o secretário decidiu abandonar a pasta e voltar ao cargo de presidente.

MESMO SE NADA DER CERTO

Rumores de um possível rompimento entre ele e o governador foram comuns na época. Com o passar do tempo, a filiação no PSDB e uma nova onda de apoio público.

Contando com o visível desinteresse do prefeito Eduardo Braide em aproximar-se dos vereadores, Paulo Victor tentou reeditar a estratégia do apoio público e chegou a contar com o apoio de 27 deles. Em 5 de maio deste ano, cinco meses atrás, os vereadores assinaram e apresentaram uma carta declarando apoio à sua pré-candidatura para prefeitura de São Luís em 2024.

Nos últimos dias começaram a eclodir rumores de que alguns dos signatários da tal carta pretendiam anunciar a desistência e declarar apoio à reeleição de Eduardo Braide.

Então, na manhã desta segunda (2), Paulo Victor anunciou oficialmente sua desistência.

A desistência aconteceu pela percepção de que a disputa pela prefeitura iria resultar em derrota. Paulo Victor deixou a Secretaria de Cultura após entreveros com o governador Carlos Brandão. A relação entre os dois ficou desgastada e o principal trunfo nas eleições do ano que vem, incerto.

Poucas semanas atrás, algumas exonerações de aliados deixados por Paulo Victor fortaleceram a percepção de que a corrida pela Prefeitura, antes uma possibilidade viável, transformou-se em uma aventura fadada ao fracasso.

Deputados, vereadores e outros operadores da política elogiaram a decisão. “Não teve vaidade, foi racional e percebeu que a desistência era um caminho menos ruim que a ilusão”, disse um vereador.

NO LIMITE DO AMANHÃ

Ao desistir da candidatura, Paulo Victor deixa órfãos 27 vereadores que já haviam empenhado apoio a ele. Não há candidatura de vereador sem a de um candidato a prefeito para chamar de seu. Neste aspecto, a desistência de Paulo Victor abriu a temporada de caça a candidato a prefeito.

Sobrou o prefeito Eduardo Braide, o deputado federal Duarte Jr, o ex-prefeito Edvaldo Holanda Jr e os deputados estaduais Neto Evangelista, Wellington do Curso e Yglésio Moyses.

Apenas dois políticos hoje possuem relevo para tentar investidas mais eficazes em relação ao apoio dos vereadores: Carlos Brandão e Eduardo Braide.

O FRANCO-ATIRADOR

A precarização da relação com Paulo Victor já mostra que Brandão não deve ter na eleição de vereadores em 2024 uma de suas principais metas. O que significa que Neto Evangelista e Edivaldo Holanda, postulantes ao cargo de candidato do governador, também não devem ter amparo na busca por consolidação de apoio entre os vereadores.

Wellington do Curso e Yglésio Moyses não possuem, e nem têm perspectivas de possuir, os meios para negociar apoio.

Duarte Jr, apesar de bem colocado nas pesquisas, colhe os frutos do discurso desastroso após a derrota nas eleições de 2020. Descontrolado pela derrota, decidiu puxar a orelha dos vereadores que lhe apoiaram e do próprio Carlos Brandão. Na época, a vereadora Fátima Araújo chegou a abandonar a reunião em protesto contra a ingratidão de Duarte.

Aliás, essa reunião foi uma das razões que fez Carlos Brandão aproximar-se de Paulo Victor após aquela eleição.

LARANJA MECÂNICA

O fato é que o principal beneficiado com a desistência de Paulo Victor é Eduardo Braide. Mesmo que não faça nada, o prefeito contará com menos um inimigo de peso pesado contra ele. Se tiver o mínimo de aptidão política, herda a maioria dos ex-aliados do presidente da Câmara. Se for arguto, adquiri o apoio de todos.

A desistência de Paulo Victor beneficiou Braide. E a escala deste benefício vai ser definida pelo próprio Braide.

Flávio Dino Carlos Brandão
Espetáculo armado na ausência do governador foi sinal claro de que único comportamento aceitável de aliados é a submissão.

SÃO LUÍS, 29 de agosto de 2023 – A política brasileira atualmente passa por uma espécie de catarse existencial em que se tenta impor, à fórceps, a supremacia das versões sobre os fatos. Situação semelhante a de um marido que, ao retornar para casa após um dia de trabalho, encontra o pior inimigo deitado em sua cama. Chocado, ao sair do quarto, o cidadão encontra outro homem, completamente despido, que lhe dá um abraço e diz: “Você hoje lidera esta casa e ninguém interfere nisso. Não existem dois, ou três, ou quatro maridos ao mesmo tempo. É um de cada vez”.

Na última sexta (25 de agosto), o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), protagonizou uma visita polêmica ao Palácio dos Leões. Rumores nos últimos meses dão conta de que ele e o governador Carlos Brandão estão com as relações estremecidas desde a eleição de 2022. Brandão não teria, digamos assim, aceitado o papel de governador figurativo e Dino teria irritado-se com a personalidade do novo governador. Rumores até a última sexta, dia em que constatou-se a realidade.

OS FATOS E AS VERSÕES

“Temos que olhar os fatos que estão acima de especulações”, disse Flávio Dino ao ser questionado sobre a relação com o governador Carlos Brandão durante sua performance.

Os fatos? Foi a primeira vez em meses que Dino foi ao Palácio dos Leões desde que, após as eleições do ano passado, foi ventilada uma crise na relação entre ele e Carlos Brandão. Os fatos? O retorno de Flávio Dino ao lugar se deu na ausência de Carlos Brandão. Os fatos? Dino levou consigo o senador Weverton Rocha, um dos maiores adversários políticos de Brandão. Os fatos? Dois dias após o encontro, Weverton deu entrevista a uma emissora de TV em que criticava o governo de Carlos Brandão. Os fatos? O “retorno triunfal” de Flávio Dino foi evitado pela classe política local por medo de represálias do governador Carlos Brandão. Dos 42 deputados estaduais convidados, apenas 9 compareceram ao show no Palácio dos Leões. Muito barulho, pouca adesão.

Estes são os fatos, o resto é nota de enxadrista imprestável que só conhece taco de bilhar.

Se havia alguma dúvida do estremecimento da relação entre os dois, não há mais. A não ser que o indagado em questão seja alguém que ache normal visita de ex-namorado da esposa, em período noturno, em sua ausência. Tem gente em situação de anormalidade cerebral que acha normal. Sigamos.

FELIPE CAMARÃO E WEVERTON ROCHA

Flávio Dino ocupa hoje, pelo menos por enquanto, lugar de proeminência no governo Lula. Dino é para Lula o que Filinto Müller era para Getúlio Vargas. Não sabe quem foi Filinto Müller? Agradeça ao MEC.

O fato é que Flávio Dino, pelo menos por enquanto, goza de muito prestígio em âmbito federal. Uma desavença local, por mais desnecessária e arriscada que pareça, não compromete Dino em curto e médio prazo. Se houver um racha agora, Dino tem até 2026 para prepara-se. Caso saia derrotado em 2026, tem mais quatro anos de senador.

Neste aspecto, a firula afrontosa contra Brandão, em caso de reação do governador, não compromete. No entanto, não se pode dizer o mesmo der Weverton e Felipe Camarão.

Era óbvio que, na ausência de Brandão, qualquer evento no Palácio dos Leões, excetuando-se o presidente Lula, deveria ter em Felipe Camarão o seu maior protagonista. O que não aconteceu. Felipe Camarão foi apequenado por Flávio Dino. Pior que isso: foi apequenado por Flávio que tratou de apequená-lo ainda mais em relação ao senador Weverton Rocha.

Fato: absolutamente todas as matérias e comentários tiveram Flávio como destaque, Weverton em segundo lugar e Felipe Camarão, quando lembrado, em terceiro. O que sobre em Brandão parece inexistir em Camarão.

Se o entusiasmo da presença do chefe basta para uns, não se pode dizer o mesmo em relação a outros. O senador Weverton sabe que o mentor ideológico de seu “escanteiamento” foi o ministro Flávio Dino. Se fizer jus à inteligência que aparenta ter, deve saber também que a reaproximação de Flávio Dino se dá por puro interesse em ter aliados em Brasília. Weverton é influente no PDT, um partido chave na coalisão de extrema-esquerda que sustenta o governo Lula. Flávio Dino sabe que, para manter seus sonhos de Presidência, ou vice-presidência, vivos em 2026, irá precisar de uma base partidária.

Na aritmética do benefício pessoal, hoje o senador adiciona muito mais aos interesses do ministro do que o governador. A pergunta é: Weverton irá aceitar ser reciclado tão facilmente quanto fora descartado?

PRESENTE, FUTURO E FUTURÍSSIMO

Flávio Dino foi cria de um movimento revoltoso dentro do grupo Sarney. Desconhecido em 2006, foi eleito pelo ex-governador Zé Reinaldo Tavares, que esmagou o Grupo Sarney após o rompimento. Na época, Lula vivia seu melhor momento como presidente após ser salvo pelo próprio Sarney do escândalo do Mensalão.

Zé Reinaldo não se intimidou, manteve-se no governo e aniquilou os antigos aliados naquela eleição. Brandão era um dos principais generais de Zé Reinaldo naquela batalha.

Dadas as circunstâncias, existem algumas situações a acontecer: rompimento imediato (em minha opinião improvável), rompimento após 24 (em minha opinião provável), a submissão (em minha opinião possível) e o xeque-mate de que não está acontecendo nada (coisa de gente que não acredita no que escreve).

É esperar para ver….

Hoje pela manhã eu acordei com um som diferente na minha janela. O diário cântico dos pássaros foi substituído pelo som de asas batendo. Era você, menina? Descanse em paz, Luh.

Falar de vida e morte quase sempre não é difícil. Porque na maioria absoluta das vezes as pessoas vivem vidas comuns, são pessoas comuns. Desde que não se trate de alguém com feitos absolutamente extraordinários, aos olhos dos outros somos todos comuns. Somos fáceis.

Falar de vida e morte em algumas outras situações é dificílimo. Porque em algumas situações são pessoas que viveram vidas extraordinárias. Por favor, não confunda vida extraordinária com ostentação vazia e felicidade forjada. Grandes vidas são feitas de puro amor, amor incondicional. Grandes vidas são feitas de lutas tortuosas e batalhas incansáveis. Grandes vidas são feitas de coisas que redes sociais não podem divulgar, que toneladas de likes não podem entender, de coisas que dinheiro não pode comprar e por mundos que os mentes limitadas não conseguem imaginar.

Grandes vidas… Eu não acredito em perfeição, nunca acreditei. Só que em algumas vezes ela bate às portas da minha consciência trazida por pessoas tão imperfeitas. Eu sei, é meio paradoxal. Vamos lá.

Algo humano não significa ser humano. Sendo assim, se existe algo humano perfeito, ele só pode ser alcançado por pessoas imperfeitas. Porque a perfeição não é uma condição, é um estado passageiro. É perfeito por breves momentos, por poucos dias, por alguns minutos. É perfeito durante uma respiração apenas, um sorriso, um toque na mão, um beijo, um abraço, um “bom dia”. Nada humano é eternamente perfeito. Porque nós, humanos, em nossa imperfeição, somos temporários.

Você era uma dessas pessoas perfeitas em sua imperfeição, Luh. E deixe-me explicar por quê.

Em um mundo de pessoas tão frágeis, de pessoas tão exigentes por reconhecimento advindo de bobagens como cor de pele, genitália, condição social. Em um mundo de orgulho derivado de fantasias sexuais coletivas. Em um mundo de vítimas, de coisas feias e superficiais. Um mundo de pessoas que se acham fortes ao mesmo tempo em que desmoronam com simples palavras. Um mundo de empoderamento fundamentado em poder conseguido por meio de concessões obrigatórias. Neste mundo você escolheu ser belíssima, ser sorridente, ser forte, uma mulher rochedo. Escolheu viver a sua batalha sem transformar-se em escrava dessa batalha. Sempre sorridente, sempre linda, sempre imperfeitamente forte.

Li em algum lugar que você “perdeu a batalha”. Quanta tolice! Se morrer é perder, quem irá vencer no final? Vitória e derrota não são determinadas por quem vive e quem morre. O maior e mais glorioso dos guerreiros, o mais reluzente, o mais heróico e corajoso pode deixar o campo de batalha em um caixão. E isso não significa que o covarde, aquele que passou toda a combate esgueirando-se e escondendo-se pelos cantos. O fraco que se rendeu ao medo e culpou outros por sua condição de vida. Apenas tolos acreditam que ele terá vencido por ter terminado vivo.

Você venceu vida e sua morte não irá apagar isso, Luh.

Deus, seus familiares e você mesma devem saber o quanto deve ter sofrido. O que não a impediu de realizar tanta coisa. Terminou a universidade, virou policial, deu dor de cabeço aos comunas… Sempre linda, sem um mínimo rastro de sua tragédia pessoal.

Já imaginou se tivesse tido mais tempo e não tivesse que carregar essa doença desgraçada?

Pois é… Em tão pouco tempo e com um dos maiores pesos que uma pessoa pode carregar, você foi lá e fez. E deixa uma rede social cheia de sorriso para quem não te conhece e esse sorriso bacana na memória de quem te conheceu.

Foi-se mais uma imperfeita que deu sua contribuição à perfeição.

Viveu, venceu e morreu. Se não tivesse morrido, teria vencido mais.

Parabéns, guerreira. Não tarda e a gente se encontra.

Ivo Rezende
Menos de um ano após fazer o L, presidente da associação de prefeitos do Maranhão vê Lula surrupiar recursos de municípios e convoca greve.

O presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), Ivo Rezende, afirmou que as cidades maranhenses devem “entrar em greve” no próximo dia 30 de agosto. A razão? Uma redução inesperada e injustificada recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) pelo Governo Federal. Poucas vezes na política uma manifestação de insatisfação carregou em si tanta ironia e bazófia.

Ivo Rezende é o representante de uma categoria que hoje reclama, justificadamente, por um corte de recursos inesperado e ilegal pelo Governo Lula. O atraso ameaça a paralisação de serviços e a completa falência das gestões municipais.

Onde está a graça de uma situação que, à primeira vista, deveria despertar comoção? Bem, poucas semanas atrás a impressão que se tinha era de que a situação financeira não era problema para os prefeitos do interior do Maranhão. O clima era de festa. De péssimo gosto, mas era de festa.

Na comemoração dos 200 anos de Caxias semanas atrás, um entusiasmado Fábio Gentil (Republicanos) requebrava (ou pelo menos tentava) de forma bizarra ao lado do cantor Léo Santana. Caxias dançava de felicidade, não por falta de recursos. Não muito tempo antes, Manu Bahtidão protagonizava um show de horrores, ostentação e deboche em Estreito, cidade governada pelo prefeito Léo Cunha.

O clima eterno de micareta reinava no interior do Maranhão e acontecia quase todo fim de semana em dezenas de cidades estado à dentro. Tudo devidamente pago com dinheiro público.

Os gastos com shows inúteis chegaram a ser alvo do Ministério Público. Afinal de contas, são, no mínimo, tal qual a dancinha de Fábio Gentil: estranhamente estranhos em uma embalagem de bizarrice. Entretanto, as aparências enganam. O que parece ser um ataque epiléptico, pode ser uma dança. E uma situação de penúria pode, na verdade, ser um momento de bonança e prosperidade. Nem só de Léo Santana, Manu Bahtidão e prefeito requebrando “tumbalacatumba” se faz gestão municipal no Maranhão.

A “lisura” em poucos dias após a garfada de Lula no FPM contrasta com uma enxurrada de recursos públicos ao longo dos últimos anos. Foram centenas de milhões empurrados nos cofres dos prefeitos do interior do Maranhão por meio das, oficiais e legais, emendas do relator. Batizadas irresponsavelmente de “Orçamento Secreto” na gestão de Bolsonaro e que agora devem virar “Emendas do Amor” com Lula.

Como assim estão em crise estes prefeitos?

Direto ao ponto: a reclamação dos prefeitos é pertinente. O governo federal aplicou-lhes um golpe. Contudo, a situação foi meio que um desejo dos próprios. Uma rememoração simples da história do próprio PT é suficiente para perceber que o entusiasmo de Ivo Rezende e de outros prefeitos em 2022, conclamando os maranhenses a “fazerem o L”, era meio que encenação do papel de mulher de bandido. Daquelas que gostam de apanhar. Que gostam de apanhar com força, aliás.

Poucos sentiram a mão pesada do PT ao longo dos últimos 43 anos como prefeitos. Além da tragédia que culminou com uma crise municipalista sem precedentes em 2013, também foram cruéis com gestores municipais os governos petistas. As gestões estaduais quebraram o rico estado do Rio Grande do Sul e penalizou os prefeitos do Estado. Em Minas Gerais, a gestão do petista Fernando Pimentel resultou no confisco de centenas de milhões de reais que eram de direito de prefeituras. Segundo Romeu Zema, que conseguiu salvar Minas do caos nas contas públicas, alguns prefeitos do estado chegaram a cometer suicídio após serem empurrados para o fundo do poço fiscal por Fernando Pimentel.

Ou seja: ser prefeito e esperar afagos e carinhos do PT não é algo lá muito aconselhável.

Antes de propor uma greve, Ivo Rezende poderia ter criado mecanismos de instrução que mostrassem aos prefeitos do interior do Maranhão que gastar dinheiro com Léo Santana e Manu Bahtidão não era uma boa. Bem como requebrar feito uma caveira gripada em público.

Além disso, também poderia ter ficado na sua e não pedido pela vitória daquele que iria surrupiar o FPM dos prefeitos que representa.

O furto no FPM é um acinte como qualquer roubo promovido por qualquer um em qualquer lugar. Mas, sejamos sinceros, ao criar uma expectativa de greve de prefeito do interior ao som de Manu Bahtidão, com Ivo Rezende chorando em um canto e Fábio Gentil requebrando no meio do salão, a coisa ficou, digamos assim, pitoresca.

Vai, lacraia!

Exposição exagerada, que contou com o suporte da ignorância bolsonarista em relação governo fracassado no Maranhão, começa a sofrer desgaste e a prejudicar imagem de Flávio Dino.

SÃO LUÍS, 24 de agosto de 2023 – Na ânsia de deixar para trás o retumbante, completo e absoluto fracasso no combate à miséria nos tempos em que era governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB) tenta usar o Ministério da Justiça como vitrine de um produto que ele não é. Para isso, passou os últimos meses abusando de declarações bombasticamente inúteis, medidas exibicionistas impossíveis, operações espetacularmente duvidosas e muita, mais muita, propaganda mentirosa.

Incialmente a tática deu certo e, graças à imaturidade melancólica da oposição bolsonarista, o ex-mandatário do governo fracassado do Maranhão domou os holofotes da nascente gestão petista.

O espetáculo do, segundo análise médica, gorduroso ministro, durou cerca de seis meses. Bravatas sem resposta e mentiras sem contraponto são grandes janelas de oportunidade àquele que tem muita vontade de aparecer. Só que nem sempre dura para sempre.

O excesso, não de banha, mas de gabolice, resultou em excesso de atenção. A concordância plena foi transmutada de forma gradativa em dúvida metódica.

Petistas começam a incomodar-se com a extravagância de Dino e, em particular, começaram a criticá-lo. A imprensa submissa também. No início de julho o Estadão fez alguns editoriais criticando a predisposição de Dino em dar declarações obtusas sobre tudo.

Em meados de agosto, a Folha de São Paulo publicou reportagem em que trazia uma suposta irritação e Lula em relação a Flávio Dino. Por tratar-se da Folha de São Paulo, ficou fácil para o governo desmentir a informação. Contudo, é custoso acreditar que Lula, sendo o Lula que é, tenha ligado e parabenizado Dino por uma operação da Polícia Federal que ofuscou o lançamento do PAC 3. Mas, a notícia foi dada pela Folha, então…

Na semana passada mais um editorial, desasa vez direto, evidenciado a tática de Dino de espetacularizar o cargo que ocupa. Agora, após o início do governo, o Poder 360 publica matéria em que divulga uma queda na busca por Flávio Dino no Google e a ascensão de Fernando Haddad. Hoje o ministro da economia tem preferência nas buscas realizadas na ferramenta.

“Conforme o Google Trends, responsável por disponibilizar dados sobre os números de buscas, Haddad acumula 34% das pesquisas em relação aos demais ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Há 3 meses, ele contava com 25%”, diz a notícia mostrando um crescimento de Haddad.

Se não fosse pela absoluta imbecilidade da oposição bolsonarista, incapaz de pesquisar minimamente sobre os 7 anos da fracassada e desastrosa gestão comunista no Maranhão, Flávio Dino não teria tido mais do que algumas semanas de prestígio midiático.

Contudo, segundo disse Abraham Lincoln; “Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo.”

O apocalipse adiposo parece ter sido desencadeado ou Flávio Dino irá virar o jogo e apenas perder gordura?

Eduardo Braide
Tudo indica que as eleições de 2024 em São Luís irão ser um confronto entre duas formas de disputar eleições muito diferentes.

SÃO LUÍS, 18 de agosto de 2023 – Após a eleição de Flávio Dino em 2014, vendida como um confronto de gerações que, após alguns anos, mostrou-se mais do mesmo, Eduardo Braide protagoniza a mais relevante disputa política no estado nos últimos anos. O choque entre a nova fórmula de fazer política, individual e centrada na relação direta com o povo, de um lado; do outro, a ortodoxia das alianças e do apoio de políticos que ocupam a função de “atravessadores” do voto.

No início de sua trajetória política, Eduardo Braide optou pelos caminhos tradicionais. Como resultado, perdeu uma eleição para deputado federal e não conseguiu sequer eleger-se vereador de São Luís nas eleições de 2008. Após duas tentativas, tornou-se deputado estadual.

Nas eleições de 2016, decidiu seguir um caminho solitário. Tudo indicava que a campanha sem alianças, sem tempo de televisão e distribuindo santinhos pelas ruas iria resultar em um retumbante fracasso. Na reta final, Braide aniquilou Wellington do Curso, que ocupava o segundo lugar nas pesquisas. Em uma arrancada histórica, foi para o 2º turno com cerca de 8 mil votos a mais que Wellington. Derrotado na última etapa da campanha, Braide foi eleito deputado federal com avassaladores 189.843 votos dois anos depois.

Em 2020, fez concessões à política que abandonara em 2016 e tornou-se prefeito de São Luís. Enfrentou o uso pornográfico da máquina do Governo do Estado, visível em um consórcio de candidatos tutelados por Flávio Dino.

Após a vitória, Braide conseguiu vencer a desconfiança pós-pandemia e, em um lance de sorte e azar, teve que enfrentar uma variante da COVID-19 que lhe garantiu vigoroso apoio do Governo Federal.

Com a popularidade em alta, virou as costas para a política tradicional assim como em 2016. Veio então uma crise com aliados e com a Câmara de Vereadores, que muitos apontavam como o início do fim.

Com o vácuo deixado por Braide, cresceu o vereador Paulo Victor. Eleito presidente da Câmara na esteira da omissão política do prefeito, Paulo Victor juntou-se ao deputado federal Duarte Jr. na tentativa de tornar-se o antagonista de Braide.

A eles também se juntaram os deputados estaduais Yglésio Moyses, Neto Evangelista, Carlos Lula e o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim.

Entre todos os pré-candidatos que já manifestaram a intenção de disputar as eleições do próximo ano, pelo menos até agora, o único que ainda não alfinetou o prefeito foi o historiador e advogado Diogo Gualhardo, que disputa com Bonfim a preferência do NOVO para a disputa.

Além de Braide e do próprio Diogo, o ex-secretário Simplício Araújo e Yglésio também apostam suas fichas em uma forma de fazer política mais voltada para o eleitor e menos para os políticos. Contudo, há uma impressão de que sozinho, não se leva.

Após a inauguração do período de “temporada de caça ao Braide”, vieram duas pesquisas sobre a popularidade do prefeito nesta semana… Segundo as duas, o prefeito possui uma aprovação folgada que supera, em muito, mais da metade da população da cidade.

Caso Braide mantenha-se firme na decisão de marchar sozinho, ou marchar com poucos, no próximo ano teremos o embate entre dois tipos de política bem distintos.

O prefeito irá subverter a política tradicional?

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