BRASIL, 17 de setembro de 2024 – O número de candidaturas indígenas registradas para as eleições de 2024 aumentou 14,13% em comparação com o pleito anterior. Os dados são baseados em informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A análise, divulgada pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e pelo coletivo Common Data, indica um crescimento significativo no engajamento político das comunidades indígenas em todo o Brasil.
Segundo o estudo, o número de candidaturas indígenas subiu de 2.172, em 2020, para 2.479, em 2024. A novidade deste ano é a possibilidade de os candidatos se declararem por etnia, o que resultou na identificação de 176 etnias diferentes.
Os povos Kaingang, Tikúna e Makuxí lideram com o maior número de candidaturas.
O crescimento das candidaturas indígenas foi observado em todas as regiões do país. Roraima é o estado com a maior proporção de candidaturas indígenas, representando 7,10% do total.
Mesmo com o aumento das candidaturas, a representatividade dos indígenas eleitos ainda é limitada. Os eleitos enfrentam obstáculos como racismo e violência política, além de dificuldades para promover políticas públicas que defendam os direitos de seus povos e territórios.
Em termos de alinhamento político, 41,87% dos candidatos indígenas estão filiados a partidos de direita, 40,42% a partidos de esquerda, e 17,71% a partidos de centro.
O Inesc explica que essa diversidade reflete a complexidade das dinâmicas políticas dentro das comunidades indígenas, onde os interesses locais muitas vezes se sobrepõem às agendas partidárias nacionais.