
MARANHÃO, 17 de março de 2025 – O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), admitiu, em entrevista ao jornal O Globo, que está politicamente afastado do ex-governador e atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino. No entanto, ele negou rompimento entre os dois.
“Deixamos de conversar quando ele foi para o Supremo. Há um grupo mais próximo a ele, quatro ou cinco deputados, que se distanciaram um pouco do governo. Há alguma insatisfação por espaço, e acabam envolvendo o próprio ministro. Acho que, depois de governar, é preciso esquecer que foi governador. Quando tem muita interferência, começa a ter problema. Estamos politicamente afastados, mas não rompidos”, afirmou Brandão.
O governador também comentou a decisão de Dino que suspendeu uma indicação ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Maranhão. Segundo ele, essa intervenção prejudica o funcionamento do órgão e gera dificuldades para a administração estadual.
“No caso do TCE, está atrapalhando muito o funcionamento da instituição, considero muito ruim para o estado. Tem um grupinho no estado ligado ao ministro (Dino) que cria essa situação e leva a nível de Supremo. O que a gente esperava é que não tivesse interferência do Supremo, lamento muito isso. É muito ruim o Judiciário entrar nessa esfera. Espero que seja resolvido. Tentei algumas vezes (falar com o ministro), mas não prosperou”, declarou.
Questionado sobre uma eventual candidatura ao Senado em 2026, Brandão afirmou que a decisão será tomada apenas no momento adequado. Ele destacou que seu foco atual é a gestão e que discutir eleição antes do tempo pode desviar atenção das entregas governamentais.
“Existe uma condição natural de o governador se candidatar para o Senado, mas isso é algo que eu só vou discutir em 2026. Por mais que eu queira, preciso saber como pensam os 13 partidos da minha base. Se antecipar a discussão, as pessoas ficam focadas na política e não enxergam suas entregas”, assegurou.
Brandão também comentou sobre sua reaproximação com o Grupo Sarney e sobre sua relação com o governo do presidente Lula.