
BRASÍLIA, 28 de abril de 2025 – O senador Weverton Rocha (PDT-MA) disse que se governo Lula (PT) demitir o ministro da Previdência, Carlos Lupi, os interesses dos aposentados e pensionistas seriam prejudicados.
“Qualquer movimento para demitir o ministro Carlos Lupi só pode atender a interesses diferentes dos beneficiários da Previdência, o que nós, do PDT, rechaçamos de forma veemente”, disse ao Poder360.
Rocha é líder do Bloco Parlamentar Pelo Brasil no Senado, formado pelo PDT e PT. Ele afirmou que, junto com o partido, apoia “totalmente” o ministro.
“Lupi não é investigado, tem atuado em sintonia com a Polícia Federal e a CGU e, desde 2024, vem implementando medidas para inibir o desconto em folha dos aposentados e pensionistas, inclusive coibindo os abusos que aconteciam com os consignados”, declarou.
A função de Lupi no governo passou a ser ameaçada desde a revelação de que ele foi alertado sobre o aumento de descontos não autorizados em aposentadorias em junho de 2023, mas levou 10 meses para tomar alguma providência.
A informação foi revelada pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo, e confirmada pelo Poder360, nas atas das reuniões do CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social).
Segundo os documentos disponíveis no site do conselho, a 1ª vez que o tema surgiu em reunião foi em 12 de junho de 2023, mas o item só foi incluído na pauta da reunião de 24 de abril de 2024.
Lupi é presidente do conselho, que reúne a cúpula do ministério, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e associações de aposentados, sindicatos e entidades patronais.
OPERAÇÃO SEM DESCONTO
A PF (Polícia Federal) deflagrou na quarta (23) a operação Sem Desconto para apurar as fraudes no INSS. O prejuízo estimado é de R$ 6,3 bilhões no período de 2019 a 2024.
Durante a ação, foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão, 6 mandados de prisão temporária e ordens de sequestro de bens que somam mais de R$ 1 bilhão. A operação foi realizada em 13 Estados, incluindo São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Ceará e também no Distrito Federal.
O governo informou que 6 pessoas foram afastadas de suas funções por determinação da Justiça Federal. Entre os alvos está o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. A CGU (Controladoria-Geral da União) também participa das investigações.
QUEM FOI AFASTADO
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informou nesta quarta (23) os nomes de 5 funcionários afastados, além do presidente do INSS. São eles:
- Alessandro Stefanutto – presidente do INSS;
- Virgílio Ribeiro de Oliveira Filho – procurador-geral do INSS;
- Vanderlei Barbosa dos Santos – diretor de Benefícios e Relacionamento;
- Giovani Batista Fassarella Spiecker – coordenador de Suporte ao Atendimento;
- Jucimar Fonseca da Silva – coordenador de Pagamentos e Benefícios.
Além deles, foi afastado um policial federal, cuja identidade não foi divulgada.