
BRASÍLIA, 28 de abril de 2025 – O ministro da Previdência, Carlos Lupi, sabia desde 2023 que algo cheirava mal nos descontos de benefícios do INSS – mas, decidiu dar ao problema o tratamento padrão do governo: esperar.
O Conselho Nacional de Previdência Social recebeu denúncias formais do Sindnapi, liderado por Tonia Galetti, que exigia transparência nos acordos de descontos com entidades. Lupi, em um raro momento de reconhecimento da realidade, admitiu que o assunto era “relevante”.
Mas, claro, não havia condições de resolvê-lo naquele momento – afinal, era preciso um “levantamento mais preciso”.
O tempo passou, as reuniões se sucederam, e o tema só voltou à pauta em abril de 2024 – coincidentemente, quando a Operação Sem Desconto, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), já havia descoberto R$ 6,3 bilhões em descontos suspeitos entre 2019 e 2024.
Enquanto o ministro Carlos Lupi aguardava o momento ideal para agir, a fraude seguia firme e forte. Agora, com R$ 2 bilhões já apreendidos e o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, fora do cargo, o ministro garante que o INSS fez uma auditoria e que o ex-diretor de Benefícios foi exonerado para “tomar as providências cabíveis”.
Enquanto isso, os aposentados e pensionistas que tiveram seus benefícios cortados ilegalmente seguem na fila – não do INSS, mas da Justiça – para tentar reaver o que perderam.