Venezuela prende mais de 30 alegando conspiração contra Maduro

VENEZUELA, 23 de janeiro de 2024 – Autoridades venezuelanas anunciaram, nesta segunda (22), a prisão de 32 pessoas, entre civis e militares, sob acusações de “traição à pátria” relacionadas a cinco supostas conspirações para assassinar o ditador Nicolás Maduro. O Ministério Público do país também mencionou um suposto apoio dos Estados Unidos às ações. O procurador-geral, Tarek William Saab, revelou que mandados de prisão foram emitidos para mais 11 pessoas, incluindo ativistas de direitos humanos, jornalistas e soldados exilados. Saab afirmou que todos os detidos confessaram e forneceram informações sobre os planos, alegadamente dirigidos contra a maioria do povo venezuelano e a sociedade democrática. As supostas conspirações foram mencionadas por Maduro em um pronunciamento ao Parlamento em 15 de janeiro, onde apontou o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, como um dos alvos. Padrino responsabilizou a “extrema direita venezuelana” pelos planos, alegando apoio da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) e da Agência Norte-americana Antidrogas (DEA). O ministro destacou que as operações contra as conspirações estavam em sigilo, coincidindo com as negociações entre Maduro e os EUA, resultando na redução de algumas sanções ao país. Candidato à reeleição em 2024, Maduro frequentemente tem denunciado planos de conspiração, culpando EUA, opositores e narcotraficantes colombianos.
Lula não critica amigo ditador venezuelano por veto a opositora

VENEZUELA, 30 de janeiro de 2024 – Na última sexta (26), o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela determinou a proibição de María Corina Machado, líder da oposição, de ocupar cargos públicos pelos próximos 15 anos. Esta decisão levou a América Latina e os Estados Unidos a condenarem o ditador Nicolás Maduro, exceto o governo Lula, um aliado histórico do líder venezuelano. María Corina, que venceu as eleições primárias em outubro de 2023, teve sua inelegibilidade decidida em 2015 pela Controladoria-Geral da Venezuela, controlada pelo chavismo. A justificativa inicial foi a omissão de valores em sua declaração de bens, posteriormente ampliada por supostamente apoiar as sanções dos EUA à Venezuela. Corina nega ambas as acusações. Após a decisão da Suprema Corte venezuelana, a líder da oposição declarou que Maduro e seu regime escolheram o pior caminho: eleições fraudulentas. “Isso não vai acontecer”, afirmou. A decisão impede María Corina de disputar as eleições no segundo semestre deste ano, indo de encontro à promessa anterior de Maduro de realizar eleições limpas. O silêncio do governo brasileiro diante desse cenário é notável. Desde 2023, o Ministério das Relações Exteriores ainda não se pronunciou sobre a decisão da Venezuela. O governo de Lula, aliado de Maduro, não tem censurado as ações do líder venezuelano. Em maio, Lula afirmou que Maduro precisava “construir sua narrativa”, defendendo a soberania da Venezuela. Lula, ao assumir a presidência, reatou as relações diplomáticas com a Venezuela, rompidas por Jair Bolsonaro em 2019 devido a denúncias de fraude nas eleições de 2018. Enquanto líderes sul-americanos, como Argentina, Uruguai, Paraguai e Equador, manifestam preocupação e condenam a ditadura de Maduro, o Brasil sob o governo de Lula permanece em silêncio diante das ações autoritárias no país vizinho. A falta de críticas também é notada pela Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas, composta por 37 ex-presidentes, que condenaram a decisão da Venezuela.
Ditador Nicolás Maduro afasta opositora de concorrer eleições

VENEZUELA, 30 de janeiro de 2024 – O regime de Nicolás Maduro impôs a sua solução final para varrer a oposição das eleições presidenciais deste ano, ratificando que María Corina Machado, a franca favorita para derrotar o presidente, não poderá concorrer ao pleito, previsto para o segundo semestre. Ela e o ex-governador Henrique Capriles foram inabilitados para ocupar cargos públicos por 15 anos, numa decisão do Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo venezuelano. A sentença não surpreende, por ter sido aplicada anteriormente para afastar opositores do caminho do chavismo, mas desta vez as circunstâncias são diferentes. A participação da oposição nas eleições era o fio condutor do Acordo de Barbados, assinado em outubro passado entre governo e a Plataforma Unitária, sob a mediação da Noruega e observação de outros países como EUA e Brasil. Etapas como a libertação de prisioneiros foram cumpridas, entre eles o empresário colombiano Alex Saab, aliado do presidente e detido em 2020 nos EUA por suspeita de lavagem de dinheiro. Numa primeira reação à sentença de inabilitação da candidata, o governo americano prometeu revisar a política de sanções contra a Venezuela, sinalizando claramente que o mecanismo que resultou em alívio econômico para o país será revertido. Regime e opositores concordam que o pacto firmado em Barbados ruiu, mas cobrem de incertezas os próximos passos. Maduro tem o controle das instituições, mas é rechaçado por 80% dos venezuelanos, segundo as pesquisas. Sem o nome de Machado na cédula, as especulações recaem sobre um substituto na oposição ao presidente, há uma década no poder. O nome do atual governador de Zulia, Manuel Rosales, que concorreu às presidenciais em 2006 e foi derrotado por Hugo Chávez, é o mais cotado. Ele se apressou a classificar como indesculpável a inabilitação da candidata, que ganhou as primárias de outubro com mais de 90% dos votos.
Biden acerta com ditador venezuelano para liberação de presos

AMÉRICA, 21 de dezembro de 2023 – O governo Joe Biden concretizou uma troca de prisioneiros com o governo da Venezuela, comandado pelo ditador Nicolás Maduro. O acordo, finalizado nesta quarta (20), resultou na libertação de vários prisioneiros norte-americanos detidos na Venezuela, enquanto o empresário Alex Saab, associado a Maduro, foi solto nos EUA. A operação encerrou meses de negociações discretas entre os dois países, conforme informações de fontes ao jornal El Nuevo Herald, de Miami, EUA. Alex Saab, de nacionalidade colombiana, é descrito como testa-de-ferro de Maduro. Detido anteriormente, ele estava associado a acusações de lavagem de dinheiro, entre outras. O presidente Joe Biden desempenhou um papel central no acordo final, de acordo com duas autoridades norte-americanas. A negociação enfrentou momentos delicados durante a última semana, quase colapsando em diversas ocasiões, conforme relataram fontes aos portais McClatchy e Herald. Há ainda incerteza sobre o número e identidade dos norte-americanos libertados na Venezuela. O processo envolveu intensas discussões sobre a liberação dos detidos, a extradição de um fugitivo abrigado na Venezuela e outros pontos cruciais. O acordo atual ocorre após Maduro não cumprir um compromisso anterior estabelecido pela Casa Branca, que determinava a libertação de todos os cidadãos norte-americanos detidos na Venezuela até 30 de novembro. Em contrapartida, os EUA planejavam aliviar, de maneira limitada, as sanções ao setor petrolífero venezuelano. Entretanto, diante do não cumprimento por parte de Maduro, as sanções não foram retomadas imediatamente. Apesar da quebra anterior do acordo, as conversas, incluindo Alex Saab, prosseguiram, resultando em sua soltura. O empresário desempenhou um papel crucial devido ao seu conhecimento interno sobre o regime de Maduro, o que pesou em sua prisão, conforme informações do Herald.
Maduro “anexa” território da Guiana em novo mapa venezuelano

GUIANA, 06 de dezembro de 2023 – Nessa semana, o ditador venezuelano Nicolás Maduro divulgou em suas redes sociais o que chamou de “novo mapa da Venezuela”, incorporando a Guiana. Segundo Maduro, o mapa é resultado de um referendo realizado em 3 de dezembro, no qual mais de 95% dos votos aprovaram a criação de um Estado venezuelano chamado Guiana Essequiba, abrangendo território da Guiana. “Este é nosso mapa amado!”, declarou Maduro em suas redes sociais, ordenando a distribuição do novo mapa em escolas, universidades e estabelecimentos públicos. Ordené de manera inmediata publicar y a llevar a todas las escuelas, liceos, Consejos Comunales, establecimientos públicos, universidades y en todos los hogares del país el nuevo Mapa de Venezuela con nuestra Guayana Esequiba. ¡Este es nuestro mapa amado! pic.twitter.com/qliW31Lyb9 — Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) December 6, 2023 No mesmo dia, Maduro apresentou um projeto de lei para formalizar a criação do novo Estado, que será discutido pelos deputados venezuelanos nesta quarta (6). Além disso, o ditador venezuelano emitiu uma ordem à PDVSA, estatal petroleira do país, para conceder licenças de exploração de petróleo e gás natural na região anexada.
Venezuela aprova referendo de Maduro sobre território da Guiana

VENEZUELA, 03 de dezembro de 2023 – O Referendo na Venezuela que definiu o posicionamento da população em relação à anexação de Essequibo, um território que representa 70% da Guiana, ocorreu neste domingo (3). A votação contou com a participação de mais de 10 milhões de venezuelanos, que responderam “sim” às cinco perguntas elaboradas por Nicolás Maduro. O referendo, proposto pela Assembleia Nacional da Venezuela e aprovado por órgãos controlados por partidários de Maduro, como o Conselho Nacional Eleitoral e o Supremo Tribunal de Justiça, gerou controvérsias devido à baixa adesão popular. Diante disso, o regime chavista prorrogou o período de votação. As cinco perguntas abordaram questões como a rejeição da fronteira atual, apoio ao Acordo de Genebra de 1966 e a criação do estado Guiana Essequiba. A consulta não visa a autodeterminação, uma vez que a Guiana administra o território e seus habitantes não participam do processo. O resultado, que favoreceu a posição de Maduro, não terá implicações concretas imediatas. A Venezuela busca, por meio desse referendo, reforçar sua reivindicação sobre a região disputada, rica em recursos naturais, especialmente após a descoberta de reservas de petróleo em 2015 pela ExxonMobil. A Venezuela alega que o Rio Esequibo é a fronteira natural, baseando-se em acordos antigos, e apela ao Acordo de Genebra de 1966. A Guiana, por sua vez, busca ratificar os limites definidos em 1899, contestados pela Venezuela. A intensificação da reivindicação venezuelana está ligada à descoberta de petróleo na região, tornando-a uma das áreas com maiores reservas per capita do mundo. A disputa, que envolve interesses econômicos significativos, continua a ser um ponto de tensão na geopolítica regional.
Após afundar Venezuela na miséria, Maduro quer enfiar Mercosul em uma guerra

SÃO LUÍS, 23 de outubro de 2023 – Tudo indica que a Venezuela planeja acirrar a disputa com a Guiana por uma questão territorial que envolve os dois países há mais de 50 anos. O conflito acontece pela disputa da área de Esequibo, território rico em petróleo. O CONFLITO No final do século XIX, a soberania sobre uma região (hoje território da Guiana) em disputa foi concedida ao Império Britânico por uma decisão arbitral em Paris. Em 1962, a Venezuela desafiou essa decisão nas Nações Unidas. Quando a Guiana conquistou sua independência do Reino Unido em 1966, o Acordo de Genebra foi firmado, reconhecendo o controle guianense sobre a área, mas permitindo a reivindicação venezuelana. Recentemente, em abril, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), localizado em Haia, Holanda, afirmou sua competência para julgar a controvérsia entre Guiana e Venezuela. A corte, com uma votação de 14 a 1, rejeitou os argumentos venezuelanos que buscavam declarar as alegações guianenses como “inadmissíveis”. A Guiana, por sua vez, havia solicitado que o tribunal desconsiderasse as objeções iniciais da Venezuela e prosseguisse com o julgamento do caso, cujo mérito ainda está pendente. No início de setembro que pretende realizar leilões de licenciamento para blocos de petróleo na região. A Venezuela reagiu com dureza ao anúncio e disse que qualquer “exploração ilegítima” será retaliada com ” todas as medidas necessárias” contra a Guiana e empresas que participam da licitação. Após afastar investidores de sua própria região e afundar o país em uma crise sem precedentes, agora o governo venezuelano pretende minar e impedir o desenvolvimento do país vizinho. A Guiana negou as alegações da Venezuela, afirmando que possui direitos soberanos de realizar atividades econômicas em seu território. Mohamed Irfaan Ali, presidente da Guiana, enfatizou que o país tem o direito exclusivo de explorar os recursos nas águas, pois eles fazem parte de sua Zona Econômica Exclusiva. Em declaração recente, a Guiana também ressaltou que as ameaças da Venezuela não afetam apenas eles. “A Guiana considera isso uma ameaça não apenas à Guiana, mas à paz e à segurança regional e internacional, bem como a todos os atuais e potenciais parceiros de investimento da Guiana”, declarou o governo guiano. O interesse venezuelano em acirrar o conflito com a Guiana após um cenário de crescimento promissor na economia de petróleo na região. A recente rodada de licitações atraiu grandes players do setor, como ExxonMobil e TotalEnergies. Apesar das ameaças venezuelanas, a Guiana está determinada a avançar em seus planos. Enquanto a Venezuela afunda na crise, a Guiana tem trabalhado para se tornar um destino estável e receptivo para investimentos. Diferente da Venezuela, que já teve conflitos com todas as empresas que poderiam investir no país, caso da ExxonMobil e Chevron. AS AMEAÇAS VENEZUELANAS Após as ameaças do governo, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, anunciou na última sexta (20) que a decisão sobre a área em conflito será decidida por um plebiscito. Ou seja: caberá aos venezuelanos o destino de uma área que corresponde a mais de 50% do território da Guiana. Indiscutivelmente viciado, o plebiscito irá perguntar se a população venezuelana concorda com a “defesa do território em disputa com a Guiana”. O plebiscito está marcado para acontecer, incialmente, em 3 de dezembro.
Venezuela se torna membro do Banco dos Brics após aval de Dilma

VENEZUELA, 12 de setembro de 2023 – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou que o país se tornará o mais recente membro do Banco dos Brics, uma notícia anunciada em uma transmissão ao vivo na TV estatal diretamente da China, nesta terça (12). “Dei instruções à vice-presidente executiva para tomar todas as medidas necessárias para que a Venezuela entre para o Banco dos Brics”, afirmou Maduro durante a transmissão. Ele reforçou essa decisão em uma postagem nas redes sociais. #EnVivo ???? | Venezuela tiene la certera esperanza de que muy pronto ingresará al grupo BRICS, recalcó el presidente @NicolasMaduro “He dado la orden a la Vicepresidenta Ejecutiva para adelantar todos los pasos necesarios para que Venezuela ingrese al Banco de los BRICS”,… pic.twitter.com/ZGyMScXkmz — Prensa Presidencial (@PresidencialVen) September 11, 2023 Essa confirmação segue um encontro recente entre Maduro e Dilma Rousseff, atual presidente do Banco dos Brics, a quem ele se referiu como uma “grande amiga da Venezuela”. Durante a visita, Maduro elogiou o edifício sede do Banco dos Brics e destacou a parceria com a presidente Dilma Rousseff. O Banco dos Brics tem como objetivo mobilizar recursos para investir em projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em mercados emergentes. Sua estratégia para o período de 2022 a 2026 se concentra em aumentar o financiamento do desenvolvimento para um futuro sustentável, com áreas de operação que incluem energia limpa, infraestrutura de transporte, água e saneamento, proteção ambiental, infraestrutura social e infraestrutura digital. A entrada da Venezuela no Banco dos Brics representa um passo significativo para Maduro em direção ao seu objetivo de integrar o país ao bloco. Recentemente, o Brics expandiu suas fileiras, incluindo seis novos membros, além dos países fundadores, e o presidente Lula defendeu a participação do governo de Maduro na coalizão.