Um grupo de deputados estaduais do PT cita a obra para construção do prédio da sede da Petrobras em Salvador em uma representação feita ao Ministério Público estadual (MP-BA) contra a prefeitura de Salvador, nas gestões de ACM Neto e Bruno Reis. A obra foi um dos alvos da operação Lava Jato por suspeita de corrupção nos governos petistas, inclusive com envolvimento da cúpula do partido na Bahia.
Na denúncia, os petistas induzem ter havido irregularidade na contrapartida social que o Petros, proprietário da ‘Torre Pituba’, prestou à cidade a partir do Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC) que foi assinado à época. A representação é assinada pelos deputados petistas Robinson ALmeida, Bira Corôa, Jacó da Silva, Neusa Cadore e Osni Cardoso.
A denúncia foi recebida com ironia pelo deputado estadual Sandro Régis (União Brasil), líder da oposição na Assembleia Legislativa. “Eles estão se denunciando, é isso?”, questionou. “Eles estão tão desesperados em atacar o nosso pré-candidato ao governo que estão citando os escândalos que eles mesmos produziram na Petrobras. Seria cômico, se não foi trágico saber como eles destruíram a estatal durante tantos anos no poder”, acrescentou.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a construção foi orçada em R$ 320 milhões, mas custou quase R$ 1,2 bilhão. A obra do edifício, que ficou pronto em 2016, recebeu denúncias de superfaturamento, sendo apontado pelas investigações da força-tarefa como fonte de propina para pagar a construtoras durante os governos petistas. As investigações da Lava Jato apontaram, inclusive, que um terço da propina foi destinada ao PT baiano em 2010, de acordo com uma delação premiada.
O deputado federal Paulo Azi, presidente estadual do União Brasil, classificou a representação dos petistas como eleitoreira e fantasiosa. “Como estão vendo o tempo passar e que o pré-candidato do grupo segue anônimo e sem subir nas pesquisas, decidiram apelar. Em vez de tentarem discutir a Bahia, discutir os graves problemas que eles deixam em nosso estado, principalmente na educação e segurança pública, eles preferem fazer política suja”, avaliou.