SÃO JOÃO DO PARAÍSO, 13 de setembro de 2023 – A mãe do maranhense de São João do Paraíso, Danilo Cavalcante, disse em uma entrevista ao jornal The New York Times, antes de seu filho ser capturado pelo FBI nos Estados Unidos, que preferiria vê-lo morto a entregá-lo à polícia norte-americana. Ela também ressaltou que ele foi ensinado a “sobreviver” em meio às dificuldades.
Iracema Cavalcante acredita que, diante da condenação à prisão perpétua, seria melhor que o filho morresse agora. Ela lamentou que, se fosse para ele “ir para um lugar e sofrer e morrer lá, melhor morrer logo”. Acrescentou que ele não precisaria sofrer tanto. Ela descreveu a vida de seu filho como uma jornada de enfrentamento de adversidades e disse que ele foi treinado para suportar o sofrimento. Lembrou que Danilo frequentemente ia dormir com fome.
Com uma busca envolvendo mais de 500 policiais em andamento pelo maranhense, Iracema Cavalcante confessou que estava perdendo as esperanças e via o filho como “morto”. Ela argumentou que o filho não representava uma “ameaça a ninguém”, embora a polícia dos EUA tenha afirmado que ele estava armado. Iracema acreditava que seu filho estava “apenas lutando para sobreviver”, uma habilidade que ele desenvolveu ao longo de sua vida.
Ela compartilhou que Danilo nunca frequentou a escola e começou a trabalhar como engraxate aos cinco anos, chegando a trabalhar na lavoura de outra pessoa aos sete anos. Ela destacou que eram uma família pobre e humilde, mas trabalhadora.
Quando questionada sobre os crimes cometidos pelo filho, a mãe não contestou, mas argumentou que, em ambos os casos, ele foi “encurralado”. Sugeriu que sua ex-namorada ameaçou entregá-lo às autoridades e que o homem que ele matou a tiros em 2017 planejava matá-lo primeiro. Iracema enfatizou que, embora reconhecesse os erros de Danilo, considerava a prisão perpétua “injusta” e desejava que ele enfrentasse as consequências de seus atos com honestidade, sem pagar com sua vida.
A mãe também esclareceu que, se pudesse enviar uma mensagem ao filho antes de sua prisão, não seria um apelo para que ele se entregasse, mas, sim, que “pedisse a Deus que o perdoasse pelo que fez”.
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Danilo Cavalcante foi condenado à prisão perpétua por matar a ex-namorada Déborah Brandão a facadas na frente de seus filhos em 2021, nos Estados Unidos. Após o crime, ele fugiu, sendo posteriormente capturado e classificado como extremamente perigoso.