
MARANHÃO, 19 de março de 2025 – O Brasil registrou mais de 344 mil internações em 2024 devido a doenças relacionadas ao saneamento básico inadequado, conforme levantamento do Instituto Trata Brasil divulgado nesta quarta (19). O estudo foi apresentado próximo ao Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março.
Entre os casos notificados, 168,7 mil foram provocados por doenças transmitidas por insetos vetores, principalmente a dengue. Outras 163,8 mil internações ocorreram devido a doenças de transmissão feco-oral, como gastroenterites virais, bacterianas e parasitárias.
Apesar do volume significativo, o número de hospitalizações tem reduzido anualmente, com uma média de queda de 3,6% desde 2008.
O estudo também aponta disparidades regionais. O Centro-Oeste apresentou a maior taxa de internações do país, com 25,5 hospitalizações por 10 mil habitantes, impulsionado pelo surto de dengue. Na Região Norte, a taxa de internação por doenças feco-orais chegou a 14,5 por 10 mil habitantes, o dobro da média nacional.
No Nordeste, o cenário é também preocupante. A região registrou 12,6 internações por 10 mil habitantes devido a infecções feco-orais, sendo a segunda maior taxa do país. O Maranhão, no entanto, apresentou um índice ainda mais alarmante, com 42,5 internações por 10 mil habitantes, valor seis vezes superior à média nacional.
As doenças feco-orais estão diretamente relacionadas à precariedade do saneamento básico. Elas são causadas por vírus, bactérias e parasitas presentes nas fezes de indivíduos infectados. A transmissão ocorre principalmente pelo consumo de água e alimentos contaminados, bem como pela falta de higiene adequada das mãos.
O acúmulo de lixo e o esgoto a céu aberto também contribuem para o agravamento da situação, favorecendo a proliferação de insetos vetores de doenças. Esses fatores tornam o cenário sanitário ainda mais crítico em regiões onde a infraestrutura de saneamento é deficiente.