VENEZUELA, 30 de janeiro de 2024 – Na última sexta (26), o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela determinou a proibição de María Corina Machado, líder da oposição, de ocupar cargos públicos pelos próximos 15 anos.
Esta decisão levou a América Latina e os Estados Unidos a condenarem o ditador Nicolás Maduro, exceto o governo Lula, um aliado histórico do líder venezuelano.
María Corina, que venceu as eleições primárias em outubro de 2023, teve sua inelegibilidade decidida em 2015 pela Controladoria-Geral da Venezuela, controlada pelo chavismo.
A justificativa inicial foi a omissão de valores em sua declaração de bens, posteriormente ampliada por supostamente apoiar as sanções dos EUA à Venezuela. Corina nega ambas as acusações.
Após a decisão da Suprema Corte venezuelana, a líder da oposição declarou que Maduro e seu regime escolheram o pior caminho: eleições fraudulentas. “Isso não vai acontecer”, afirmou.
A decisão impede María Corina de disputar as eleições no segundo semestre deste ano, indo de encontro à promessa anterior de Maduro de realizar eleições limpas.
O silêncio do governo brasileiro diante desse cenário é notável. Desde 2023, o Ministério das Relações Exteriores ainda não se pronunciou sobre a decisão da Venezuela. O governo de Lula, aliado de Maduro, não tem censurado as ações do líder venezuelano.
Em maio, Lula afirmou que Maduro precisava “construir sua narrativa”, defendendo a soberania da Venezuela.
Lula, ao assumir a presidência, reatou as relações diplomáticas com a Venezuela, rompidas por Jair Bolsonaro em 2019 devido a denúncias de fraude nas eleições de 2018.
Enquanto líderes sul-americanos, como Argentina, Uruguai, Paraguai e Equador, manifestam preocupação e condenam a ditadura de Maduro, o Brasil sob o governo de Lula permanece em silêncio diante das ações autoritárias no país vizinho.
A falta de críticas também é notada pela Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas, composta por 37 ex-presidentes, que condenaram a decisão da Venezuela.