BRASÍLIA, 17 de julho de 2024 – O presidente Lula afirmou nesta semana que o cumprimento da meta fiscal não é obrigatório se houver prioridades mais urgentes. A declaração foi feita em entrevista à TV Record, onde Lula destacou que outras necessidades podem sobrepor a meta fiscal.
“A meta não precisa ser cumprida se houver coisas mais importantes a fazer”, disse Lula.
Após a fala de Lula, o dólar, que estava em baixa, subiu para R$ 5,46. Na tarde desta quarta (17), a moeda americana operava estável, cotada a R$ 5,49. A oscilação refletiu a preocupação do mercado com a política fiscal do governo.
Lula enfatizou a diferença de visão entre ele e o mercado, afirmando que vê algumas ações como investimentos, enquanto o mercado as considera gastos. Ele reforçou seu compromisso com a seriedade fiscal e garantiu que o importante é manter o crescimento econômico do país.
Sobre cortes de gastos, Lula disse que precisa ser convencido de sua necessidade, criticando a alta taxa de juros como o único elemento fora de controle na economia. Ele mencionou sua experiência em administração bem-sucedida de seus primeiros mandatos como presidente.
O mercado e o setor produtivo pressionam os ministérios da Fazenda e do Planejamento por um ajuste fiscal, preocupados com os sinais de fragilidade do arcabouço fiscal.
A fala de Lula aumenta a preocupação de que a equipe econômica anuncie um contingenciamento menor do que o necessário para cumprir a meta de déficit zero para 2024.
Na próxima segunda (22), será divulgado o terceiro relatório bimestral de receitas e despesas, onde se espera um bloqueio de recursos significativo para demonstrar compromisso com a meta e o limite de gastos estabelecido pelo arcabouço fiscal.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comprometeu-se com um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias no próximo ano, revisando os cadastros de benefícios sociais.