
BRASIL, 08 de abril de 2025 – Hospitais das redes D’Or, Unimed, Dasa, Beneficência Portuguesa e grupo Kora interromperam os atendimentos aos beneficiários da Postal Saúde, operadora de plano de saúde dos funcionários dos Correios. A suspensão ocorre após a estatal deixar de realizar repasses desde novembro de 2024.
A operadora acumula um déficit de R$ 400 milhões. O plano atende aproximadamente 200 mil usuários, entre funcionários e dependentes, e mantém uma rede credenciada com 13 mil prestadores em todas as regiões do Brasil. Os dados foram divulgados pelo site da revista Veja.
Antes da interrupção, os Correios repassavam cerca de R$ 170 milhões por mês à Postal Saúde, o que totalizava aproximadamente R$ 2 bilhões por ano. A operadora depende desses recursos para manter os contratos com hospitais, clínicas e laboratórios.
Nos primeiros meses de inadimplência, a direção da Postal Saúde negociou a continuidade dos serviços com grandes grupos do setor. No entanto, com o prolongamento da crise, até as principais redes decidiram interromper o atendimento aos beneficiários.
Caso os repasses não sejam retomados até quinta (10), o rombo pode alcançar R$ 600 milhões, conforme apurou a revista. Diante desse cenário, cresce a preocupação de uma possível intervenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A ANS pode intervir quando há descredenciamento unilateral por parte de prestadores. Nesses casos, as instituições de saúde são obrigadas a justificar a suspensão do atendimento, especialmente quando há risco à continuidade dos serviços.
A continuidade da crise ameaça o atendimento de milhares de beneficiários em todo o país. A Postal Saúde ainda tenta buscar soluções para evitar a paralisação total da rede credenciada e uma possível medida da ANS, que acompanha de perto o caso.
Com a rede encolhendo, funcionários e dependentes da estatal enfrentam dificuldades para realizar consultas, exames e internações. Até o momento, não há definição oficial sobre a regularização dos pagamentos por parte dos Correios.