
MUNDO, 07 de maio de 2025 – Em um movimento que certamente tranquilizará os líderes do crime organizado, o governo Lula recusou a proposta norte-americana de classificar o PCC e o Comando Vermelho como organizações terroristas.
A sugestão foi apresentada por uma comitiva do Departamento de Estado nesta terça (6), em Brasília, mas foi prontamente descartada pelo Palácio do Planalto – que, afinal, sabe muito bem diferenciar entre terrorismo e simples atividades criminosas transnacionais.
Os representantes americanos, liderados por David Gamble, coordenador interino de Sanções, argumentaram que o enquadramento permitiria medidas mais duras contra as facções, que já operam em pelo menos 12 estados dos EUA – incluindo Nova York, Flórida e Nova Jersey.
Segundo eles, as organizações usam o território americano para lavar dinheiro, com ajuda de brasileiros que viajam especificamente para esse fim. A preocupação é tanta que a Embaixada dos EUA já negou 113 vistos a suspeitos de ligação com essas facções.
Mas o governo brasileiro, sempre atento às nuances jurídicas, explicou que terrorismo, por definição legal, exige motivação política, ideológica ou religiosa – algo que, aparentemente, não se aplica a grupos que dominam o tráfico de drogas, assassinatos em massa e esquemas bilionários de lavagem de dinheiro. Afinal, são apenas negócios.
Para justificar a recusa, as autoridades brasileiras destacaram as robustas medidas já em vigor: líderes presos em cadeias federais, operações conjuntas com Ministérios Públicos estaduais e a atuação dos Gaecos. Nada como confiar no sistema que, até agora, manteve o PCC e o CV como duas das organizações criminosas mais poderosas do mundo.