GOLPE BILIONÁRIO

Fraude no INSS pode ter origem em 2006, diz laudo da Polícia

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Polícia golpe
Relatório da Polícia Civil indica que descontos ilegais em aposentadorias e pensões operavam há quase 20 anos com respaldo de ofícios e digitais falsas.

BRASIL, 28 de maio de 2025 – Um laudo da Polícia Civil de Pernambuco apontou que o esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pode ter começado em 2006. A ação envolvia descontos indevidos em benefícios como aposentadorias e pensões e se manteve ativa por quase duas décadas.

Documentos obtidos pela TV Bandeirantes revelam que a Controladoria-Geral da União (CGU) acompanha o caso desde 2016. No entanto, a investigação mais antiga registrada envolve João Antonio da Silva, um homem analfabeto que teria aderido à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) por meio de uma impressão digital.

Uma perícia realizada em 2020 comprovou que a digital usada no termo de adesão não pertence a João Antonio. A fraude teria permitido descontos automáticos não autorizados, supostamente em nome do beneficiário.

INVESTIGAÇÃO POLICIAL E OFÍCIO ENVIADO

Em 2 de outubro de 2023, a Contag enviou um ofício ao então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. No documento, a entidade alegava dificuldades para desbloquear os descontos nos canais digitais do governo e solicitava a liberação imediata de mais de 32 mil autorizações.

O texto também pressionava o INSS ao declarar que esperava que o serviço de desbloqueio funcionasse normalmente em breve. Para os investigadores, o ofício tinha como finalidade dar aparência de legalidade ao esquema fraudulento.

A Polícia Federal confirmou que, após o envio da comunicação oficial, o INSS autorizou todos os desbloqueios solicitados. Ao todo, mais de 30 mil liberações foram registradas.

IMPACTO FINANCEIRO E REPERCUSSÃO POLÍTICA

Segundo levantamento policial, somente em 2023, a Contag reteve mais de R$ 420 milhões em valores de aposentadorias e pensões. A entidade ocupa um assento no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, conhecido como “Conselhão”, vinculado ao governo federal.

Diante da repercussão, o presidente Lula orientou sua equipe econômica a prever, no Orçamento, uma forma de ressarcir os beneficiários afetados. A determinação é realizar os pagamentos sem aguardar a devolução por parte das associações envolvidas.

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