SÃO LUÍS, 07 de agosto de 2024 – As convenções do PL para as eleições municipais deste ano revelaram divergências internas e questionamentos sobre a meta do partido de eleger ao menos mil prefeitos.
Em meio a um cenário de tensões, surgiram campanhas onde Bolsonaro e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, estão em lados opostos, incluindo alianças com partidos de esquerda, contrariando diretrizes nacionais.
Bolsonaro tem enfrentado o comando do partido para vetar nomes de centro. À revelia de Valdemar, grupos de direita têm trabalhado para denunciar novos aliados. O objetivo é fortalecer a “guerra cultural” e preservar as bandeiras do bolsonarismo.
Em algumas cidades, Bolsonaro apoia candidatos alinhados aos seus valores, independentemente da filiação partidária.
Em São Luís, uma aliança entre PT e PL foi formada para apoiar o pré-candidato Duarte Junior (PSB). Essa composição vai contra uma resolução de Valdemar que proíbe alianças com o PT. Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, criticou a situação.
“Em Búzios, por exemplo, não poderíamos apoiar um candidato como Rafael Aguiar, que escolheu um vice já apoiado pelo PT. Para nós, isto é inadmissível e estaremos sempre fora. Mas, quando falamos do partido em todo o Brasil, é necessário entender que ainda temos diretórios do PL que são comandados por pessoas anteriores ao bolsonarismo. É o caso do Maranhão, que tem um diretório completamente desalinhado com nossos valores e permitiram essa bizarrice que é um palanque compartilhado com o PT. Não apoiaremos isto, de jeito algum”, afirmou Flávio ao jornal O Globo.
A presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, pediu que casos de coligações com partidos de esquerda sejam denunciados. Nas redes sociais, militantes bolsonaristas têm pressionado para manter distanciamento da esquerda e de nomes de centro.
O presidente do PL do Maranhão, Hélio Soares, disse que o apoio a Duarte ainda não está confirmado. Ele afirmou que haverá uma reunião com Valdemar Costa Neto para discutir a coligação com o PT.
“Nós estamos avaliando. Vamos conversar primeiro com Valdemar direitinho para vermos as circunstâncias. Nós não queremos, de maneira nenhuma, tumultuar o processo da direita, principalmente no nosso Estado”, afirmou Soares.