
Um luxuoso apartamento de 335 m² na zona nobre de São Paulo é um dos principais indícios de que o empresário Jonas Suassuna, sócio de Lulinha, usou dinheiro de contratos com a Oi para beneficiar a família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Suassuna é sócio do filho do ex-presidiário e adquiriu o apartamento por R$3 milhões (R$1,9 milhão de entrada, e o resto parcelado) em 2009. Além disso, o imóvel foi reformado e mobiliado a um custo de R$1,6 milhão. Totalizando R$ 4.6 milhões. Apesar de ter comprado o imóvel, antes de escolher a planta do apartamento Suassuna mandou um email sobre o assunto a Lulinha.
Quatro anos depois, o apartamento foi “alugado” por Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha. Estranha o fato de Suassuna também ser dono de parte do famoso sítio de Atibaia usado por Lula. A Polícia Federal desconfia que tanto o apartamento quanto o terreno em Atibaia foram comprados com dinheiro de contratos comerciais feitos sem lógica econômica, uma fachada para dar aparência legal às transferências.
O luxuoso apartamento foi alugado por R$ 15 mil mensais. Pesquisa da PF revela que imóvel similar na região, mobiliado, custava R$ 40 mil mensais na época. Além disso, de outubro de 2013 a fevereiro de 2016 só foram realizados 13 dos 28 pagamentos de aluguel.
A Polícia Federal suspeita que até mesmo eletrodomésticos usados por Lulinha tenham sido comprados Suassuna, Fábio Kalil Bittar e Fernando Bittar – que também é dono do sítio de Atibaia.
“Seguem os orçamentos dos produtos escolhidos pelo Fabio (Lulinha) e esposa. Preciso transformá-los em pedido e negociar com você a forma de pagamento e desconto”, diz um email enviado a Kalil em outubro de 2013.
“Há indícios de que esse imóvel possa ter sido adquirido com a finalidade específica de servir de moradia depois para Fábio Luís Lula da Silva”, disse o procurador Roberson Pozzobon na última terça.