
MARANHÃO, 14 de maio de 2025 – A sucessão no governo do Maranhão em 2026 ganhou novos capítulos após declarações recentes que reforçaram a tensão entre o governador Carlos Brandão (PSB) e o vice Felipe Camarão (PT), visto como herdeiro político de um ex-governador que hoje ocupa cargo no STF.
Em evento em São Luís na última sexta-feira (9), o ministro Flavio Dino brincou sobre uma possível candidatura de Camarão ao governo estadual, sugerindo que o petista formasse chapa com uma professora local, chamando-a de “popular” e garantindo que seria “imbatível”.
A fala, tratada como descontraída por aliados, foi interpretada como provocação pelo grupo de Brandão, que vê o vice como um adversário em potencial.
O governador tem evitado falar abertamente sobre 2026, mas em discursos recentes deixou recados:
“Não vou entregar [o governo] para quem não pode fazer um bom governo. Tem que ser alguém afinado com os nossos amigos”, afirmou Brandão em evento no interior.
Em outra ocasião, elogiou um ex-prefeito por ter escolhido um parente como sucessor, dizendo: “A gente não pode entregar para qualquer um”. A declaração foi lida como indireta, já que circula nos bastidores a possibilidade de o governador lançar seu sobrinho, Orleans Brandão (MDB), atual secretário, como candidato.
Na oportunidade, o deputado estadual Yglésio Moyses (PRTB), aliado de Brandão, foi direto:
“Vejo claramente que o governador não confia no Felipe para sucessão, acha que será perseguido. E tudo indica que isso vai acontecer mesmo”.
A desconfiança mútua alimenta a crise entre os grupos. Enquanto petistas defendem Camarão como nome natural à sucessão, o bloco Brandão busca alternativas, como a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), ou mesmo o sobrinho do governador.
A nível nacional, PT e PSB tentam costurar uma aliança, mas as rusgas locais dificultam o entendimento. A relação já foi abalada por disputas como:
- A eleição da mesa diretora da Assembleia em 2023, quando Iracema Vale derrotou Othelino Neto (ex-aliado de Brandão);
- Ações judiciais questionando nomeações de familiares no governo;
- Briga por vagas no Tribunal de Contas do Estado.
Enquanto o governador afirma que seu foco é administrar, os sinais de que não apoiará Camarão ficam cada vez mais claros – e a guerra sucessória no Maranhão promete esquentar nos próximos meses.