
BRASÍLIA, 1ª de fevereiro de 2025 – Os deputados federais brasileiros utilizaram R$ 243 milhões da cota parlamentar em 2024, conforme levantamento recente. Dentre os gastos, R$ 95,6 milhões foram direcionados à divulgação de atividades parlamentares, frequentemente associadas à autopromoção.
O aluguel de veículos alcançou R$ 41,4 milhões, com 40 deputados investindo cerca de R$ 150 mil em modelos de luxo, como Hilux, Trailblazer e Jeep Commander. Aproximadamente R$ 2 milhões foram destinados ao fretamento de aeronaves, utilizado por 30 parlamentares.
Principais gastadores
Pompeo de Mattos (PDT-RS) liderou os gastos individuais, somando R$ 647 mil. Desse valor, R$ 306 mil foram aplicados em serviços de mídia, incluindo fotografia, filmagem e transmissões ao vivo. Yury do Paredão (MDB-CE) concentrou R$ 483 mil em comunicação, com foco em redes sociais e assessoria.
Eunício Oliveira (MDB-CE) e Moses Rodrigues (União Brasil-CE) destacaram-se pelos investimentos em mídia digital e emissoras de rádio, somando R$ 466 mil. Já Glaustin da Fokus (Podemos-GO) destinou R$ 446 mil à impressão de 480 mil informativos distribuídos em seu estado.
Fretamento de aeronaves
Átila Lins (PSD-AM) liderou os gastos com fretamento de aeronaves, totalizando R$ 312 mil em viagens para locais como Nova Olinda (CE) e Manaus. Renilce Nicodemos (MDB-PA) e Silas Câmara (Republicanos-AM) também registraram despesas significativas devido às grandes distâncias na Amazônia.
O caso de Antônio Doido (MDB-PA) chamou atenção, com voos entre Belém e Brasília totalizando R$ 227 mil, sem justificativas apresentadas.
Outras despesas
Os parlamentares destinaram R$ 40 milhões a passagens aéreas e R$ 32 milhões à manutenção de escritórios estaduais. Os gastos com combustíveis somaram R$ 22 milhões, seguidos por R$ 3,5 milhões em hospedagem e R$ 660 mil em alimentação.
Telefonia (R$ 2,9 milhões), segurança pessoal (R$ 1,5 milhão) e serviços de táxi, pedágio e estacionamento (R$ 1,1 milhão) também integraram a lista de despesas.
Gastos por partido
O PL, com 93 deputados, liderou o uso da cota parlamentar, atingindo R$ 42,7 milhões — uma média de R$ 459 mil por parlamentar. O PT, com 67 representantes, registrou R$ 33 milhões, correspondendo a R$ 493 mil por deputado.
União Brasil (R$ 28,9 milhões), PP (R$ 24,8 milhões), PSD (R$ 22,3 milhões), MDB (R$ 20,6 milhões) e Republicanos (R$ 21,8 milhões) também contabilizaram despesas expressivas.