
BRASIL, 31 de janeiro de 2025 – As empresas estatais brasileiras registraram um déficit primário de R$ 8 bilhões em 2024, o pior resultado desde o início da série histórica, em 2001. Os Correios tiveram um papel significativo no desempenho negativo, com um déficit de R$ 3,2 bilhões.
Os dados foram divulgados nesta sexta (31) pelo Banco Central e abrangem empresas públicas de municípios, Estados e da União, excluindo Petrobras, Eletrobras e bancos públicos como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
DÉFICIT NAS ESTATAIS FEDERAIS
Considerando apenas as estatais federais, o déficit somou R$ 6,7 bilhões, o maior da história. O montante é dez vezes superior ao registrado em 2023, que foi de R$ 656 milhões. As empresas controladas por Estados e municípios apresentaram déficits de R$ 1,3 bilhão e R$ 39 milhões, respectivamente.
Os números refletem uma piora acentuada em relação a 2023, quando o déficit das estatais federais, estaduais e municipais totalizou R$ 2,3 bilhões. Com isso, o déficit acumulado nos dois primeiros anos do terceiro mandato de Lula chegou a R$ 10,3 bilhões, o maior do século.
GOVERNO LULA COMENTA RESULTADO
A secretária de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério da Gestão e Inovação, Elisa Leonel, atribuiu o déficit ao desempenho negativo dos Correios.
A ministra Esther Dweck minimizou o impacto dos números, argumentando que parte do déficit decorre de investimentos realizados ao longo de 2024. “Os investimentos estão sendo pagos com recursos já existentes no caixa das companhias. Empresas com lucros expressivos também registram déficit”, afirmou.
Segundo a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, nove das 11 empresas que encerraram o ano com déficit primário tiveram lucro até o terceiro trimestre.
Além disso, 16 das 20 estatais listadas devem terminar 2024 com lucro, destacando uma performance financeira considerada positiva.