
BRASÍLIA, 11 de maio de 2025 – O senador Eduardo Girão (Novo-CE) cobrou, nesta quinta (8), a responsabilização dos envolvidos no desvio de recursos na compra de respiradores pelo Consórcio Nordeste durante a pandemia.
O contrato foi feito sem licitação com uma empresa que produzia itens à base de maconha, e os equipamentos não foram entregues. A denúncia foi relembrada pelo parlamentar em pronunciamento no Senado.
Girão apontou que, na época, o caso teve pouca repercussão na grande imprensa e foi ignorado pela maioria dos parlamentares, que, segundo ele, usaram a CPI da Pandemia como ferramenta política.
Ele criticou o Tribunal de Contas da União (TCU) por ter isentado o Consórcio de responsabilidade e reforçou que denunciou o caso repetidamente durante os trabalhos da comissão.
BLINDAGEM AOS ENVOLVIDOS
Segundo o senador, a falta de apuração adequada representou um esforço coordenado para evitar desgaste aos governadores do Nordeste, entre eles Rui Costa, que era coordenador do consórcio à época e atualmente ocupa o cargo de ministro da Casa Civil.
Girão afirmou que houve “blindagem total” por parte da CPI, dominada por parlamentares do PT e de partidos aliados.
Ele classificou o episódio como um dos maiores escândalos da pandemia e o comparou ao caso de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo ele, ambos os esquemas evidenciam falhas graves na gestão de recursos públicos durante os governos petistas, com prejuízos à população mais vulnerável.
Girão destacou que os valores desviados seriam usados para salvar vidas durante o pico da pandemia, mas “evaporaram” sem explicações. Para ele, a impunidade persiste mesmo com o caso ganhando visibilidade, e é urgente que os responsáveis sejam punidos exemplarmente.
Durante o discurso, o senador também propôs a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar descontos não autorizados nos pagamentos de aposentados e pensionistas do INSS. Ele alertou que o esquema pode ser muito maior do que o inicialmente estimado.
O parlamentar afirmou que o esquema, além dos descontos indevidos, inclui fraudes em empréstimos consignados. Ele disse que os valores envolvidos podem ultrapassar R$ 100 bilhões e que um em cada quatro contratos era feito sem o consentimento dos beneficiários. Para Girão, a situação exige resposta imediata do Congresso Nacional.