Declaro o dia 8 de janeiro o Dia Brasileiro da Burrice. Intime-se e cumpra-se.
A burrice é uma das piores características do ser humano. Porque ignorante do que tem obrigação de saber, comete os erros mais estúpidos possíveis. Pior de tudo: sem ter a noção da gravidade de si mesma, segue sendo burra.
O dia 8 de janeiro não foi uma explosão inesperada, foi a apoteose de meses de preparativos.
Tudo começou com idolatria imbecil de militares. Ignorante da praga que foi o governo militar, que além de matar a direita na figura de Carlos Lacerda lá no seu começo, arruinou a economia e montou um estado gigantesco que entregou de mão beijada para a esquerda.
A onipresença social da esquerda em escolas, universidades, sindicatos e na política foi obra dos militares que, 20 anos depois, foram elencados pelo bolsonarismo como “salvadores”.
O processo de emburrecimento não afetou apenas as bases, mas também a cúpula. Enquanto Lula escolheu um vice que foi por mais de dez anos no estado em que o petismo teve seu pior desempenho nas eleições de 2018, Bolsonaro escolheu Braga Netto. O general tão conhecido no Brasil quanto o príncipe soberano Hans Adam II, de Liechtenstein.
Após a divulgação dos resultados eleitorais, uma multidão se reuniu diante dos quartéis, esperando que os militares interviessem para “salvar” o país. O clima de conspiração engolfava qualquer tentativa de racionalidade e, dia após dia, a convicção de que os militares não tomariam nenhuma medida deu espaço ao desespero crescente de que era necessário agir.
Então, uma semana após a posse do presidente Lula, milhares se dirigiram a Brasília para uma grandiosa manifestação em um fim de semana.
Certa vez Nietzche escreveu que “a loucura é uma exceção nos indivíduos, mas a regra nos grupos.” O dia 8 de janeiro deveria carregar essa frase consigo. Temperado por desespero e burrice, o evento não tinha como não dar errado. Como deu!
Em uma Brasília deserta, milhares de bolsonaristas e simpatizantes desarmados, acompanhados por crianças e idosos, decidiram que depredar patrimônio público poderia preencher a lacuna da ação militar que não veio. A quebradeira em 2023 não foi a primeira. Nada que Brasília nunca tenha visto em dia de semana em 2006, 2013 2014 e 2017. Só que a quebradeira, nestas feitas, se deu pelos “movimentos sociais”. Então, melhor deixar para lá.
Televisionados em tempo real para todo o país, os vândalos irresponsáveis desarmados foram transformados em terroristas sanguinários que pretendiam tomar o poder no país sem trazer consigo nem um mísero estilingue.
O que se deu após o dia 8 de janeiro foi uma esperada e organizada propaganda que tratou de demonizar vândalos. Então veio o Judiciário, aquele mesmo que costuma libertar traficantes que carregam milhares de assassinatos nas costas, aplicando penas implacáveis contra pessoas que nem sequer estavam em Brasília no dia 8. Caso do despachante Juliano Martins, que ficou quatro meses presos acusado por participar do ato em Brasília mesmo não estando em Brasília.
Sema anistia, gritam uns. Bem, Cleriston Pereira da Cunha não terá anistia. Réu primário, morreu no presídio da Papuda sem ser condenado após o ministro Alexandre de Moraes negar-lhe a liberdade necessária para cuidar de sua combalida saúde.
É fato que a punição seguida aos atos burros do 8 de janeiro nem de longe são merecidas. No país influencer fica livre após incentivar suicídio, é duro achar que quem quebra cadeira, porá e janela vai pegar anos de prisão. Como a dona de casa Jupira Rodrigues, de 57 anos, condenada a 14 anos de prisão por ser uma terrorista perigosa.
Apesar da injustiça e perseguições cruéis, o fato é que o dia 8 poderia ser evitado se toda a cadeia de burrice que levou a ele tivesse sido evitada.
No fim, essas pessoas foram vítimas da própria ignorância. Deram aos seus algozes tudo, e mais um pouco, que eles precisavam para anestesiar o país por alguns meses. Só foram execradas pela opinião pública e covardemente condenadas pelo Judiciário porque, meses antes, deixaram-se trancafiar no calabouço da ignorância.
Uma ignorância que começou na idolatria por militares que, para bons conhecedores da história, sempre atuaram para piorar as coisas no Brasil.
Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência
Era uma vez, num reino não tão distante chamado República, um aspirante a grandeza conhecido apenas como “Alguém”. Este Alguém, uma figura de ambição gordurosa, embarcou em uma jornada épica – não por terras inexploradas ou mares tempestuosos, mas pelos corredores do poder. Alguém sempre sonhou em mandar.
Filho da aristocracia que sempre “combateu”, Alguém emergiu das sombras do serviço público para o primeiro escalão da política. Sua entrada foi marcada pela indecência de uma cadeira comprada, início que prenunciava o triunfo da imoralidade. Pelas portas dos fundos, o ex-funcionário público entrou rapidamente na política, se transformando em um rebelde e revolucionário moralista, clamando contra a opressão das elites sobre o povo.
Hábil jogador, Alguém manipulou peças em um tabuleiro invisível, onde ele se colocava como o rei, o cinismo político como rainha. Os adversários ele tratou de transformar em peões. Já as torres, essas eram suas colunas de influência e o aparelhamento gradativo da estrutura do estado.
Sob a capa de quebrador de correntes e desejoso por tonar-se uma espécie de regicida do monarca anterior, Alguém virou chefe de sua sofrida província natal. Por longos anos apresentou-se em público como o Senhor da Luz e Pai dos Leões. Na penumbra, agia de forma implacável a tal ponto de ser conhecido pelo exército real como Víbora Vermelha. Sempre arguto no uso de intrigas e espionagens, também ganhou o título de Mestre dos Sussurros.
O exercício do poder político fez Alguém perceber que nenhum adversário poderia ser humilhado demais ao ponto de não se tornar aliado no futuro. Ao mesmo tempo que nenhum aliado poderia ser desdenhado demais ao ponto de se tornar adversário. Se assim fosse, um pequeno sorriso e tapinha nas costas seria o suficiente para apagar da memória qualquer desdém.
A matéria-prima da teia que deixava aliados e adversários unidos era a admiração abastecida pela covardia.
Mas, Alguém mirava desde sempre o cargo de monarca absoluto da República e assim mandar e desmandar. Ardiloso, transformou o fracasso na gestão da província em cargo na corte do rei, ficando mais próximo do trono que sempre quis para si.
No entanto, Alguém começou a perceber que o cargo de rei não era necessariamente pressuposto para seus anseios autoritários. Percebeu como uma pequena facção de sacerdotes iluministros começou a ditar as regras da República, tornando o reino um lugar insalubre para adversários e dócil para aliados. Alguém então decidiu entrar na facção. Mas precisaria do apoio de alguns que perseguiu e humilhou no passado.
Em uma reviravolta digna de um romance shakespeariano, Alguém abraçou e foi elogiado por aqueles que perseguiu. Com o auxílio de algumas de suas antigas vítimas, Alguém entrou na facção. Ah, a ironia! Como ela dança ao redor da fogueira da política.
A relação de Alguém e seus adversários lembra a fábula do Sapo e do Escorpião. O Sapo, enfeitiçado pelos apelos do Escorpião, concorda em carregá-lo nas costas, atravessando um rio. O Escorpião, mesmo sabendo que ambos poderiam perecer, não resiste à sua natureza e pica o Sapo. Enquanto afundam, o Sapo pergunta “Por quê?”. A resposta? “É da minha natureza.”
O Sapo representa os diversos adversários que alguém colecionou ao longo do tempo e que, mesmo assim, não hesitam em servir de trampolim. A trajetória é a política. O naufrágio, no caso de alguém, é o fracasso da correlação de forças e a imposição de si. Alguém é mais forte no naufrágio porque quando naufraga a democracia, tipos como ele se sobressaem.
O mais fascinante em Alguém é a sua habilidade quase mística de humilhar seus adversários apenas para, com um estalar de dedos, converter essas humilhações em apoio e elogios. Como um alquimista político, transforma desdém em alianças, desconfiança em camaradagem. É um espetáculo de viradas e reviravoltas, um balé onde cada passo é calculado com precisão e cada movimento é uma peça de um quebra-cabeça maior.
E assim, a história de Alguém se desenrola, um conto de poder, traição, e uma inabalável habilidade de navegar nas águas turbulentas da política. Seja no papel de perseguidor implacável, ou de amigo arrependido, Alguém desempenha seu papel com uma destreza que deixa espectadores boquiabertos e adversários perplexos.
Alguns acreditam que a condução de Alguém a um assento na facção irá finalizar sua história. Outros acham que o verdadeiro terror começa agora. Sergio Moro vive da expectativa de piedade que não virá. O final, de certo, ainda não foi escrito. Só uma coisa é certa: Alguém é um personagem de ambição sem fim.
Nessa semana, o presidente Lula indicou o ministro da Justiça para o STF. Quando deputado federal, Dino propôs limitar Suprema Corte.
MARANHÃO, 29 de novembro de 2023 – Governador por dois mandatos e eleito senador. Com sucessivas vitórias nas urnas, Flávio Dino está longe de ser um gestor responsável por fazer do Maranhão um modelo a ser seguido. Pelo contrário, aliás. Ele deixou o Poder Executivo local com o Estado nordestino sendo destaque negativo em índices socioeconômicos.
Confira, abaixo, alguns indicadores do Maranhão, que teve Dino como governador de janeiro de 2015 a março de 2022.
Ensino público
Vigésima quinta posição do país no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Só está à frente do Amapá e do Rio Grande do Norte.
Analfabetismo
Mais de 12% da população do Estado com 15 anos ou mais não sabe ler nem escrever, segundo a edição de 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Apenas Paraíba, Alagoas e Piauí apresentam níveis piores.
Água tratada
Pouco mais da metade (55,8%) da população maranhense tem acesso a água potável, segundo dados de 2021 compilados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.
Rede de esgoto
Conforme a mesma edição do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, apenas 12% dos maranhenses têm rede de esgoto.
Renda mensal
A renda média mensal no Estado nordestino é de R$ 409, segundo estudo deste ano do economista Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas. É o valor mais baixo do país. Primeiro colocado no ranking nesse quesito, o Distrito Federal registra mais de R$ 3 mil.
Pobreza
É o último colocado do Brasil no quesito Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que divide de modo igualitário toda a economia entre a população local, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE).
Cidades mais pobres do Brasil
Além disso, Flávio Dino deixou o comando do Maranhão com o Estado sendo destaque — mais uma vez negativo — na parte de PIB per capita por municípios. A saber, todos os dez piores locados são, segundo o IBGE, maranhenses.
Milei se notabilizou como um crítico contundente do socialismo, dos bancos centrais e de muitos tipos de intervenção do governo em geral.
No domingo, Javier Milei foi eleito presidente da Argentina por uma margem confortável, com 56% dos votos. Ele tomará posse como presidente em 10 de dezembro.
Ao longo do ano passado, no entanto, Milei se notabilizou como um crítico contundente do socialismo, dos bancos centrais e de muitos tipos de intervenção do governo em geral. Ele se tornou famoso por comentários inflamados condenando a ideologia e as táticas da esquerda, ao mesmo tempo em que expressava interesse em mudanças imediatas (ou seja, não gradualistas). Ele disse que busca abolir o banco central da Argentina e introduzir o dólar americano como moeda dominante do país.
Sua política fiscal está muito mais na direção do livre mercado do que qualquer outro chefe de Estado em um país tão grande como a Argentina (com 46 milhões de habitantes). Milei expressou admiração pelo trabalho de Murray Rothbard, F.A. Hayek e uma variedade de economistas que são mais mainstream do que Rothbard e Hayek, mas que poderíamos razoavelmente descrever como mais ou menos de livre mercado. Além disso, Milei se identifica como um defensor da Escola Austríaca de Economia.
Se Milei continuar comprometido em controlar (ou abolir) o banco central, reduzir impostos e cortar gastos do governo, Milei tem a oportunidade de promover reformas econômicas reais que possam fornecer alívio à classe média argentina sitiada. Essas pessoas sofreram muito com décadas de inflação de preços induzida pelo dinheiro fácil e uma carga cada vez maior de impostos e regulamentação.
Muitos apoiadores libertários de Milei (dentro e fora do país) reagiram à candidatura de Milei com entusiasmo comemorativo. Alguns o declararam o próximo Ron Paul, e muitos outros parecem supor que sua eleição se traduzirá na implementação real de suas políticas declaradas. Isso poderia acontecer, mas, infelizmente, a parte difícil só começou.
É perfeitamente possível que Milei seja sincero em seus objetivos declarados e em seu aparente compromisso com a oposição radical contra o status quo desastroso na Argentina. Se assim for, trata-se de uma excelente notícia. Depois da eleição de Milei, porém, vem o verdadeiro teste. Supondo que Milei esteja sendo sincero agora, isso não significa que ele não estará mais tarde disposto a executar tais políticas se elas se provarem impopulares à medida que seu governo se desenrola. Dado seu curto histórico de servir em cargos políticos, temos pouco a sugerir sobre um provável resultado de uma forma ou de outra.
Outra possibilidade é que possamos descobrir que ele não tem a habilidade política necessária para aproveitar e explorar o sentimento de livre mercado que existe no país atualmente. Ele terá que fazer isso para realmente aprovar qualquer uma dessas reformas. Que competências políticas são necessárias para isso? Milei deve ser capaz de convencer uma parcela considerável do público votante de que suas políticas funcionarão ou estão funcionando. Isso não significa necessariamente que uma maioria tenha que estar entusiasmada com ele em todos os momentos. Mas ele pelo menos tem que ser capaz de usar a opinião pública para pressionar o Legislativo e grupos de interesse poderosos. Como Milei não será um ditador na presidência, ele será forçado a de alguma forma espremer concessões de inúmeros socialistas e intervencionistas no governo que literalmente odeiam ele e suas políticas.
Este não é um problema apenas em países com instituições democráticas. Nem mesmo ditadores podem simplesmente decretar políticas radicais à vontade. Como monarcas absolutistas e inúmeros ditadores militares descobriram em suas épocas, os chefes do Executivo enfrentam feroz oposição de interesses entrincheirados dentro do Estado em todos os tipos de regimes – exceto, talvez, em regimes totalmente totalitários. O tipo de reforma que Milei quer fazer prejudicará muitos grupos de interesse que se beneficiaram da inflação e dos altos gastos do governo. A classe produtiva pode sofrer muito com essas políticas, mas também há milhões de eleitores politicamente ativos que acreditam se beneficiar da política econômica de estilo peronista. Aqueles que acham que podem perder com a reforma vão resistir.
Nenhuma vitória é possível sem progresso na batalha de ideias
Por uma questão de argumentação, no entanto, digamos que Milei seja sincero em suas opiniões e também esteeja entre os políticos mais habilidosos que vimos em décadas. Digamos que ele seja habilidoso nos truques que políticos bem-sucedidos empregam para confundir adversários e construir coalizões.
Em última análise, nem mesmo essas habilidades podem levar à implementação bem-sucedida de verdadeiras reformas radicais de livre mercado se Milei e seus apoiadores perderem a batalha das ideias nesse meio tempo. Milei só pode ter sucesso se o público concordar que as políticas de Milei “valem a pena”. Afinal, enquanto Milei tenta aprovar reformas como cortes de impostos ou limites à inflação monetária, seus adversários políticos inundarão a mídia com explicações de como Milei está prejudicando as pessoas comuns, destruindo a economia ou é, de alguma forma, “uma ameaça à democracia”. Os adversários intelectuais de Milei vão pedir que economistas expliquem como os impostos altos e a inflação são realmente bons. O público ouvirá de vários “especialistas” sobre como Milei está errado, e os socialistas e intervencionistas de sempre estão certos.
Essas táticas são especialmente perigosas no curto prazo porque os esforços de Milei para cortar gastos e controlar a inflação de preços certamente causarão muita dor de curto prazo na economia. Cortes nos gastos do governo e o fim da política monetária fácil tendem a estourar bolhas financeiras e levar indústrias dependentes do governo ao declínio. O aumento do desemprego resulta no curto prazo, à medida que as falências aumentam. Isso, claro, é uma má notícia para qualquer político eleito.
A menos que o público possa ser convencido de que essa dor levará a dias melhores pela frente, o público provavelmente abandonará Milei e suas políticas em pouco tempo. Então, quatro anos depois, os peronistas voltarão ao poder e o status quo prosseguirá como se nada tivesse acontecido.
O único antídoto para isso é travar incansavelmente a batalha das ideias na academia, na mídia e com o público. Intelectuais, ativistas, colunistas e palestrantes promotores do livre mercado não devem se cansar de recapitular incessantemente a verdade sobre liberdade, livre mercado e paz. Enquanto uma parcela considerável do público achar que os peronistas “estão certos”, nenhuma reforma de livre mercado pode vencer.
Afinal, a única razão pela qual qualquer pessoa – incluindo Milei – cita economistas da Escola Austríaca ou aprecia a sabedoria dos liberais clássicos de livre mercado é porque essas pessoas aprenderam essas ideias com algum professor, publicação ou organização. Sem estudiosos como Rothbard, Hayek e outros que Milei diz admirar, não haveria a campanha de Milei como a conhecemos. Sem organizações como o Mises Institute e o Instituto Rothbard, podem apostar que não estaríamos ouvindo Milei pedir a abolição de um banco central. Sem liberais clássicos hardcore como Mises, Rothbard, Hayek, Molinari e Bastiat, não haveria praticamente ninguém, em lugar algum, pedindo cortes radicais nos impostos, nos gastos e no poder do Estado em geral.
Aqueles que travam essas batalhas de ideias fornecem a base para os movimentos políticos que se baseiam nas ideias. No entanto, esses movimentos só podem ter sucesso se o público aprender – pelo menos até certo ponto – por que o dinheiro fiduciário é ruim, por que o poder do Estado é um problema e por que os altos impostos são desastrosos. O público não precisa saber os detalhes técnicos por trás desses argumentos, é claro, e provavelmente nem está interessado nisso. Mas o público deve acreditar, em algum nível, que a liberdade e o livre mercado são coisas boas.
Resta saber se o público votante está disposto a dar a Milei a chance de tentar além do curtíssimo prazo. Muito disso dependerá de os libertários argentinos terem ou não conseguido preservar ou avançar suficientemente alguma medida persistente de sentimento pró-liberdade. Se não o fizerem, Milei fracassará politicamente, independentemente de suas habilidades políticas. Se isso acontecer, ativistas e intelectuais do livre mercado terão que simplesmente manter a luta até que a situação política favoreça novamente um candidato viável de livre mercado.
A situação é muito semelhante para o resto de nós no resto do mundo.
Gabriel e Cleriston foram mortos por decisões do Judiciário brasileiro que passa por seu pior moimento em toda a história do Brasil.
No dia 19 de novembro o Judiciário brasileiro matou o jovem turista Gabriel Mongenot, de 25 anos. Ele estava no Rio de Janeiro para o show da cantora norte-americana Taylor Swift. Menos de 24 horas depois, também foi assassinado por uma decisão judicial Cleriston Pereira da Cunha. Morreu em decorrência de problemas de saúde enquanto estava enjaulado, sob circunstâncias estranhas, estava preso em Brasília.
Ações do Judiciário alheias à letra da Lei resultaram DIRETAMENTE na morte dois. Mortes que poderiam ter sido evitadas.
Gabriel Mongenot foi assassinado por Jonathan Batista Barbosa. Contudo, perdeu a vida por intervenção direta do sistema Judiciário brasileiro. Ocorre que Jonathan Batista Barbosa é um bandido perigoso que estava solto graças à condescendência da justiça nacional. Abordado mais de 50 vezes pela polícia, o assassino de Gabriel acumula ainda mais seis acusações criminais por homicídio, roubo, porte de arma de fogo, lesão corporal, furto e receptação.
Gabriel poderia estar vivo, não fosse a ação da juíza Priscilla Macuco Ferreira, que mandou soltar Jonathan dois dias antes dele participar do assassinato de Gabriel. Se Priscilla levasse em conta a ficha do perigoso Jonathan, evitaria a morte do inocente Gabriel.
Há anos o Judiciário mata milhares de brasileiros por conta de uma diretriz que impõe a soltura de animais assassinos nas ruas. Resultado? Animais como Jonathan matam inocentes como Gabriel às carradas.
No dia 8 de janeiro, o empresário Cleriston Pereira da Cunha invadiu e depredou um prédio público em Brasília. Ao contrário de Jonathan, dono de vasta ficha corrida e solto por Priscilla antes de matar Gabriel, Cleriston não possuía antecedentes criminais.
Cleriston foi preso e o STF decidiu mantê-lo encarcerado preventivamente por acreditar que ele poderia fugir, voltar a tentar dar um golpe de estado ou promover mais depredações. A lei exige que a prisão preventiva seja avaliada pelo tribunal e aplicada apenas em última opção. Contrário à prisão de Cleriston, o Ministério Público pediu sua soltura e argumentou que ele, além de ser réu primário e incapaz de aplicar um golpe de estado após a soltura, sofria de problemas de saúde.
O Judiciário decidiu manter Cleriston preso e matá-lo, apesar da ausência de antecedentes, impossibilidade de voltar a praticar o crime, problemas de saúde e apelos do Ministério Público. Se a lei fosse aplicada, Cleriston ainda estaria vivo. Foi assassinado por decisão direita do Judiciário.
O Judiciário que decidiu pela soltura de Jonathan, que matou Gabriel, decidiu pela manutenção da prisão de Cleriston. Menos de 24 horas a decisão que matou Gabriel ser consolidada, morreu Cleriston por problemas de saúde em uma cela em um presídio de Brasília.
No caso de Gabriel, este é o tipo de assassinato familiar aos brasileiros. Aquele motivado pela impunidade e impossibilidade de manter na cadeia homens e mulheres que representam perigo ao povo. Já Cleriston é a primeira vítima de um novo protocolo de morticínio: a prisão, perseguição, tortura psicológica e destruição de quem representa ameaça política/eleitoral contra os escolhidos do Judiciário.
Gabriel é só mais um entre milhares. Cleriston é um entre vários que estão por vir caso a depravação da Justiça não seja freada. O Judiciário brasileiro é genocida.
O mundo se divide em duas turmas: os que usam a razão e os que usam a força. Todo o resto vem dessa divisão insuperável.
O mundo se divide em duas turmas: os que usam a razão e os que usam a força. Todo o resto vem dessa divisão insuperável.
A convivência pacífica entre esses dois polos é impossível, porque quando o grupo que usa a razão propõe ao grupo que usa a força que use a razão também não há a possibilidade de isso acontecer, porque o uso da razão é resultado de um processo evolutivo que nem todos têm condições de compreender exatamente porque o uso da razão é necessário.
A condição para a superação de uma barreira cognitiva implica na existência anterior dessa condição. O que cria o que os americanos chamam de “conundrum” ou na gíria “catch 22”.
O uso da força é um recurso primitivo que quem usa a razão domina e, dada a capacidade cognitiva superior que tem, sempre irá superar o grupo que por definição só tem o recurso primitivo, o uso da força, como opção, uma vez que o uso da razão não está no seu alcance.
Quem usa a razão cria e constrói, quem usa a força não cria nada, apenas destrói.
Nas sociedades que elegem a razão como meio de interação interpessoal, o “qui pro quo” da vida funciona assim, a razão atrai a razão que cria valor gerando mútuo benefício, numa espiral crescente e positiva que leva os indivíduos a florescerem e prosperarem na medida do seu mérito de acordo com sua capacidade produtiva, sua autoestima e sua ética racional.
Nas sociedades que elegem a força como meio de interação interpessoal não existe “qui pro quo”, não existe troca, existe apenas a destruição de valor ou no máximo uma troca de soma zero.
Paz entre esses dois grupos só é possível mediante três condições, o desarmamento de quem não consegue usar a razão, a eliminação de quem impede que o uso da razão prospere no seu seio e a reprogramação cognitiva da geração jovem para que o uso da razão seja possível.
Sociedades que são educadas para a obediência servil e o cumprimento do dever, sempre definido por quem monopoliza a coerção, pela coerção, são escravas de uma espiral descendente que nada constrói e leva à autodestruição. A autodestruição é acelerada quando o grupo que usa a força vence a batalha contra quem usa a razão.
A história fala da ascensão e queda de civilizações perante a barbárie. Isso sempre ocorreu quando quem usa a razão se torna leniente e acha que com bárbaros é possível o mútuo entendimento. Não é. Para haver mútuo entendimento, ambos precisam usar a razão, mas esse processo não faz parte da mentalidade bárbara.
Num conflito entre racionais e bárbaros a única linguagem possível é a da força e os racionais só podem encontrar a paz através da vitória, da destruição da capacidade do inimigo de usar a força, da capitulação e rendição incondicional, da libertação das mentes submetidas ao dever imperial e à obediência servil.
Israel, se quiser paz, tem que ir adiante até vencer seus inimigos irracionais, resolvendo assim o “conundrum”, o “catch-22”, missão impossível para quem não usa a razão.