Derrotado nos maiores colégios eleitorais do Maranhão na eleição passada, o governador Flávio Dino pode estar repetindo o erro que levou seu grupo político à divisão em 2020.

Ao postergar a escolha de um nome para sucedê-lo e até estimular o surgimento de outras pré-candidaturas para além das documentadas na reunião dos partidos que dão sustentação ao seu governo, ocorrida no início de julho, o governador comuno-socialista repete a surrada estratégia de dividir para conquistar.

O método usado por Dino para liderar seu grupo político funcionou em 2012, 2014, 2016 e 2018. Em 2020, a estratégia mostrou-se desgastada em São Luís e nas maiores cidades do estado, principalmente porque o governador não quis se comprometer antecipadamente com o debate sobre a própria sucessão.

A pouco menos de oito meses para deixar o comando do Palácio dos Leões, o governador divide para reinar. Com os nomes de Carlos Brandão, Josimar de Maranhãozinho, Simplício Araújo e Weverton Rocha buscando se viabilizar para a sucessão, com todos seguindo as regras acordadas entre todos os partidos da base, Dino estimula que o pupilo Felipe Camarão corra por fora e busque se viabilizar como candidato ao governo, usando da estrutura política oferecida pela Secretaria Estadual de Educação.

O risco da manobra está no fato de Dino ser obrigado, por imposição da Lei, a deixar o governo em abril do ano que vem. A partir de então, perderá a posição de árbitro e as condições para manter unido o grupo que sempre fez questão de dividir

Depois que ele renunciar ao mandato em abril, Brandão estará sentado na principal cadeira do Palácio dos Leões. Josimar, Simplício e Weverton encontrarão nas alianças que construíram as condições para seguirem ou não com as candidaturas ao governo. 

E Flávio Dino, desta vez, é quem será impelido a escolher entre vários palanques um viável para concorrer à cadeira de Roberto Rocha no Senado Federal.

A humanidade se deparou com um vírus que provocou o desandar em tudo.

O vírus é misterioso, invisível a olho nu, insípido, inodoro, incolor, mas terrivelmente poderoso na capacidade de transmissão.

Como ele afeta cada pessoa é uma incógnita. Somente depois do encontro com ele é que cada um sentirá ou não os seus efeitos.

Com uns é imperceptível. Em outros, leva à morte.

O vírus é antitético de tudo o que é estar juntos: confraternizar, beijar, abraçar, cumprimentar etc.

É um vírus que, na sua intransparência, fez exsurgir para muitos, transparentemente, um mundo tão desigual, materialmente, como jamais de imaginava.

E é certo que ele estava por aí a nos empreitar, não se sabe, com certeza, onde (na natureza ou num laboratório?).

Especificamente, os coronavírus são velhos conhecidos da ciência e, são tantos e por toda terra, que não se tem como enumerar os já identificados ou, quiçá, criados ou recriados.

Os vírus são nossos parentes, pois fomos iguais a eles ou somos derivados deles. No princípio era o …

O vírus da vez tira o direito fundamental de liberdade de ir e vir, a nos mandar para a “prisão domiciliar” e só nos julga depois de passar por nós, com a decisão/sentença de morte ou liberdade, mas sem que deixe as suas impressões digitais marcadas em nosso corpo com os rastros da imunidade representada pelos anticorpos. Na verdade quem nos salva somos nós mesmos, com a sentença de vida dada pelo vírus ou com ajuda da vacina, que é um vírus fake ou um vírus do bem.

E impressiona muito o fato de que nós, o homo sapiens, ser a única forma de vida que é atingida de maneira que tenha alguma importância. A vida continua lá fora de nós como se não houvesse o vírus.

Andar pelas ruas se tornou uma experiência quase cientifica, como se estivéssemos em laboratórios de pesquisa, ou na guerra, armados com álcool em gel, luvas e máscaras.

Não há como negar: é a maior pandemia vivida/sentida pela humanidade. Veloz como nenhuma outra, chegou a todos.

Ao (s) Estado (s) incumbe primeiro salvar as pessoas; depois mantê-las vivas; em seguida procurar saídas para a crise financeira. Sem isso o Estado deixa de fazer sentido. Seria necessário começar do zero que, é quase certo, não existe mais, pois já andamos muito e perdemos o DNA do primeiro momento.

É verdade também que o corona que ora nos atormenta é apenas uma das zoonoses que temos presentes e identificadas (HIV, Ebola, gripe aviária, gripe suína, MERS, SARS, febre do Rift Valley, vírus do Nilo Ocidental, vírus do Zika etc.).

No Brasil, o nosso SUS, tão menosprezado, tem sido a nossa salvação. É o nosso “gigante pela própria natureza”, cujas células são os trabalhadores da saúde que, tal como o SUS, são belos, fortes, impávidos colossos. Que o futuro do SUS espelhe essa grandeza.

O presidente do Brasil quer o povo todo armado, mas quase nada fez pelas armas fundamentais contra o coronavírus. E os 450 mil ou mais que morreram/morrerão pelo covid-19, não deveriam estar armados de mais SUS? É como o presidente disse e continua a dizer: “E daí?”. Bem, o nosso presidente é o que sempre foi e será – um relativamente incapaz – (ninguém foi enganado nesse ponto), e a nossa Constituição só permite a cassação, a perda ou a suspensão dos direitos políticos nos casos de incapacidade civil absoluta (art. 15, II). Resta ao Congresso, à PGR e ao Poder Judiciário corrigir rumos, pois não mais será a história e lhes cobrar, mas o passado recente e presente de todo dia. Ao povo, resta esperar a sorte do julgamento das urnas.

O vírus gerou uma crise sanitária que, necessariamente, provocou uma grave crise financeira.

E o estado mínimo? O covid-19 destruiu/desmoralizou essa tese. Um retorno a Keynes?

Os governos tiveram de se “endividar”. Não adiantou querer tributar, pois não se tinha como pagar. Não havia renda, o patrimônio evaporou. As reservas tiveram de ser usadas, afinal, reservas, devem servir para isso. Ao invés das leis do livre comércio, das suas reservas, presente estava somente o Estado para conceder créditos para as empresas, subsídios para manutenção de empregos, dinheiro distribuído para o povo sobreviver, subsídios para a pesquisa e produção de vacinas etc. Vejam só, tudo isso para poder salvar a economia que, segundo os teóricos do estado mínimo, deveria ser entregue ao livre mercado. Como diz Roger Scruton, “as verdades mais evidentes também são as mais difíceis de explicar.”, pois como explicar que o mercado dá conta de tudo se, novamente, foi ele absolutamente incapaz e o Estado é que foi o senhor da resolução dos problemas, inclusive os do mercado/iniciativa privada.

É o surgimento de uma nova economia?

Nos dias da pandemia cada dia que passa é um Ano Novo, um desejo de abraçar um Ano Novo amanhã, sem o cononavírus.

E onde deu errado, onde erramos, nesses tempos de revolução da inteligência artificial, da biotecnologia e da engenharia genética, afinal os coronavírus não eram desconhecidos e, em outros momentos, já estivam por aí. Por que não se fez as vacinas para estes outros coronas que apareceram? Faltou dinheiro para “pesquisas de virologia e zoonose”? O Estado mínimo não poderia/deveria custear e, como não havia demanda, o livre mercado não o faria.

Veja-se que em 2018 Bill Gates fez apelos para que o governo “acumule fármacos antivirais e terapias com anticorpos que possam ter condições de conter rapidamente e parar a propagação de doenças pandêmicas ou curar as pessoas que foram expostas; o mundo inteiro precisa se preparar para as pandemias da mesma forma que os militares se preparam para a guerra”.

Scott Z. Burns disse que “Mas todos os especialistas com quem falei me disseram que não se tratava de saber se isso poderia acontecer, mas de quando.”.

Todavia, a humanidade não fracassou apenas nas ciências, pois hoje ainda temos o racismo, ainda se fala e temos ditaduras e “espíritos” fascistas.

Impossível pensar em evolução civilizatória enquanto ainda houver um joelho de um Derek Chauvin a sufocar, pelo pescoço, um George Floyd, até a morte. “I can’t breathe” (“Não consigo respirar”). Não dar para esquecer Eric Garner quando disse “eu não consigo respirar”.

E quantos “não consigo respirar” foram pronunciados no “pulmão da terra” por falta de oxigênio para os contagiados pela covid-19?

No Brasil, como dito pelo Ministro do STJ Rogerio Schietti Cruz (HC 580653 – PE (2020/0111168-5)), “O recado transmitido é, todavia, de confronto, de desprezo à ciência e às instituições e pessoas que se dedicam à pesquisa, de silêncio ou até de pilhéria diante de tragédias diárias. É a reprodução de uma espécie de necropolítica, de uma violência sistêmica, que se associa à já vergonhosa violência física, direta (que nos situa em patamares ignominiosos no cenário mundial) e à violência ideológica, mais silenciosa, porém igualmente perversa, e que se expressa nas manifestações de racismo, de misoginia, de discriminação sexual e intolerâncias a grupos minoritários.”.

Diante da crise sanitária global não já seria o momento de uma governança global?

Eu sou e sempre fui um cético, é verdade.

O coronavirus e/ou as suas consequências não são um mal em si. Aliás, não são um mal em qualquer circunstância, pois são apenas um dado da vida. Uma consequência da existência de vida.

Eu não quero o contato com o vírus. É um ato de proteção, covardia ou egoísmo? Prefiro acreditar que é apenas um instinto de sobrevivência, um hiperbólico apego à vida, um vício pela vida (um dia, nos idos de 1990, fiz a seguinte anotação numa agenda que ainda hoje guardo: “A vida mais é que a eternidade de morte”).

Eu tenho medo. Medo de morrer sem poder respirar, de pronunciar “eu não consigo respirar”. De ser colocado numa câmara frigorifica antes de ser enterrado numa vala/cova comum e sem a presença e o olhar dos parentes. Sem funeral.

É a realidade. Enterros sem funerais, sem despedidas de corpo presente.

Nunca antes tivemos tão de frente com o “antes de” e o “depois de”, pelo menos para a atual geração. Não tem vacinas suficiente para todos. No Brasil, ainda não chegamos na nova era, a do “depois da Covid-19”. Ainda estamos no passado e, é quase certo, que entraremos em 2022 ainda no passado.

Impressiona que para alguns ficarem em casa, lavarem as mãos e usarem máscaras foi preciso a morte de muitos. E muitos ainda morrem porque tudo se faz a favor do vírus. Inacreditável.

É certo falar que, nalgum lugar, será possível falar: no começo era o caos. Noutro, a fala é: ainda estamos no caos.

São tempos difíceis, de tal forma que até os que promovem curas e vendem salvação desapareceram. Não seria o momento de se reinventar, acrescentar às “penitências” e orações etc. a assistência aos mais pobres, um pouco de estudo, tal como o direito penal faz nas suas penas para crimes de menor potencial ofensivo ou para diminuir a pena? Um tema bom para pensar: o direito penal e as religiões.

E quando a humanidade estava/está prestes a ruir não aparece nenhum profeta a dizer que chegou o nosso fim. Todos os profetas, assim como nós, querem mesmo é uma vacina para salvá-los dessa maldição não dita, não antecipada, por eles. Até estes querem a vacina para, vivos, no futuro, continuarem a propalar o juízo final.

Vivemos um momento distópico.

O isolamento fez deixar mais claro o quanto hoje estamos ligados as máquinas, como advertia Habermas faz mais de 60 anos.

E nos dias presentes é fácil constatar que Harari está certo quando afirma que o empreendimento da humanidade sempre foi na base da cooperação.

De outro lado, não voltaremos para onde estávamos e nem teremos como dar continuidade de onde paramos. Será tudo novo, como sempre foi, mas com as marcas do passado. Heráclito, o filósofo grego, já dizia isso faz tanto tempo (Lembram? “Ninguém entra em um mesmo rio uma segunda vez, pois quando isso acontece já não se é o mesmo, assim como as águas que já serão outras.”). Não há como apagar os anos que se passam. É ilusão imaginar que o passar do tempo muda a história. Há uma continuidade. Eles ficam gravados para sempre, servem para o presente e sobretudo para o futuro. Os anos de 2020, 2021 e, quiçá, 2022, ficaram marcados em nós como “tatuagens marcadas a chicote”. Foram e serão anos muito duros e violentos. Continuarão singularmente marcados em nós amanhã e para sempre. “Tudo flui”.

O vírus afasta, provoca a ausência de comunicação entre as pessoas.

Assim como o vírus, a ignorância e a desinformação afastam a comunicação correta/verdadeira, quando não efetivamente censura, pois a ignorância e desinformação é também uma forma de privar, censurar o conhecimento, a informação.

O vírus acelerou a infodemia (epidemia de informações falsas).

Impressiona muito perceber que na era da internet, onde o conhecimento está em alta e totalmente disponível, a internet tenha servido exatamente para o inverso, para proliferar, exponencialmente, a ignorância, a desinformação, a censura do que é necessário saber.

A desinformação e a ignorância censuram, pois não permitem que a verdade apareça. Tal como o vírus, impedem a colaboração, afastam e silenciam as pessoas.

A pandemia do covid-19 passará. A desinformação e a ignorância são uma constância que a cada dia de amplia, alimentada pela evolução do ser humano no âmbito dos meios de comunicação. Quanto mais conhecimento e possibilidade de acesso a ele, mais a desinformação e a ignorância prosperam.

O vírus associado à ignorância e desinformação, quando agem com eficiência, censuram o conhecimento do futuro. Matam o devir, eles privam a respiração.

A ignorância e a desinformação ocultam a verdade e a mentira, e tudo vira um caos. Na ignorância e na desinformação não há cooperação.

Como encerramento, um verso livre para homenagear a ignorância:

Vá prá rua

A mãe terra está superpovoada

Ela precisa de ti

A mãe terra está quase esgotada

Não seja egoísta como eu

A covid-19 é a salvação dos egoístas

A mãe terra precisa de ti.

*Artigo publicado originalmente no site do Instituto Líderes do Amanhã por Caio Ferolla

Recentemente, pudemos acompanhar a migração de várias empresas e pessoas da Califórnia para o Texas. A mais icônica de todas foi a de um dos homens mais ricos do mundo, o bilionário Elon Musk, que, além de se mudar, também iniciou a construção de uma fábrica gigante da Tesla em Austin.

Elon Musk comparou a Califórnia a um time que sempre está vencendo e acaba se acomodando, não proporcionando mais a melhor atitude em relação a seus investidores. Fato é que não foi somente a Tesla que deixou de investir na Califórnia para ir ao Texas. A Hewlett Packard Enterprise também anunciou a intenção de mudança de sua sede para o Texas. Outros casos famosos de saída são a da Oracle e da Charles Schwab.

E essa migração não é somente no campo das empresas. A população jovem da Califórnia teve uma redução de mais de 400 mil pessoas na última década, ao mesmo passo que a população jovem do Texas teve um aumento em mais de 500 mil. Constata-se, portanto, um forte processo de saída dos jovens de um estado para o outro. Isso porque a Califórnia sofreu um processo de aumento de impostos, o que aumentou para todos os custos de se morar lá. Desde que Arnold Schwarzenegger, do partido Republicano, saiu em 2011, só os Democratas ficaram por lá. Os democratas subiram os impostos, deixando a Califórnia com uma das maiores taxas do país, sendo de 7,25% de base para compras e 13,3% para imposto de renda. Além disso, os Democratas colocaram uma série de regras excessivas que deixaram muito mais complicado fazer negócios no estado da Califórnia do que décadas atrás.

Enquanto a Califórnia nada na contramão do liberalismo, dificultando a vida e a liberdade de sua população, com muitas medidas progressistas, o Texas está indo na direção oposta, e, favorável ao ambiente mais liberal. Exemplo disso é que o Texas não tem imposto de renda estadual. O Texas prioriza a criação de empregos em relação à igualdade social ou de renda, impõe muito menos regulamentações às empresas locais, tornando muito mais fácil e barato operar lá do que na Califórnia. Além disso, suas universidades são muito boas e com muitos jovens migrando para lá, há trabalhadores qualificados no estado.  Morar no Texas, hoje, é muito mais barato que na Califórnia, com uma qualidade de vida igualmente boa e os muitos estão valorizando isso.

Ayn Rand afirmou que, “você pode ignorar a realidade, mas não pode ignorar as consequências de ignorar a realidade.” Em um mesmo país, podemos ver, claramente, dois estados vizinhos que adotaram diferentes medidas, um mais progressista e intervencionista e outro liberal. O Texas, ao adotar mais o liberalismo que a Califórnia, vê seus indicadores socioeconômicos cada vez melhores, se tornando a 9ª maior economia do mundo, se fosse um país. A economia do Texas é maior que a do Brasil, segundo o Fundo Monetário Internacional. Além disso, em 2019, o Texas foi o estado que mais produziu empregos nos Estados Unidos, sendo, também, o maior exportador do país. Temos dentro dos Estados Unidos, um caso, emblemático, de como o liberalismo pode ser favorável onde ele for implementado.

Se fosse tão eficiente em promover um estado economicamente viável quanto está sendo na distribuição de cestas básicas, a classe política maranhenses iria transformar o estado em um paraíso.

Desde oposição à situação, novos e velhos, comunistas e capitalistas, deputados estaduais, prefeitos de interior, ateus e cristãos, senadores, bolsonaristas e petistas, deputados federais, secretários estaduais, líderes comunitários e, em patamares diferentes, também o prefeito da capital e o governador: toda a classe política maranhense está unida na distribuição de cestas básicas por conta da pandemia.  

E a felicidade contagiante da população durante essas ações sociais revelam um dilema cruel: eles, os políticos, são muito eficientes no assistencialismo enquanto forma de combate à miséria absoluta. E só!

E é certo frisar que nem o mais pedregoso coração gelado há de se incomodar com comida sendo doada a quem precisa. Que continuem a distribuir cestas básicas e a matar a fome dos esfomeados. Só que há antecedentes para lá de malignos em uma situação aparentemente virtuosa. E eles começam a serem revelados com perguntas simples.

Por que essa união agora? Por que só agora esse trabalho em equipe tão articulado e eficaz? Por que a fome não fora enfrentada antes? Por que gastar tantos recursos tentando cuidar dos sintomas, quando se passaram décadas em que se desprezou completamente as causas?

A Covid-19 é, sem dúvidas, a causa máxima de nossa miséria atual e ninguém pode ser culpado por este flagelo. Mas… será que alguém tem coragem de discordar do fato de que se o Maranhão fosse economicamente mais saudável seriam menores as filas para cestas básicas?

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No primeiro semestre de 2020, enquanto o Brasil enfrentava o primeiro impacto da pandemia da Covid-19, a expectativa também era grande quanto ao trâmite no Congresso Nacional e à sanção presidencial do novo Marco Legal do Saneamento, avanço relevante para a saúde pública e o meio ambiente. A conquista foi consolidada com a publicação da Lei 14.026, de 15 de julho de 2020, que, em síntese, instituiu a livre concorrência para sistemas de água, esgoto, coleta e destinação de resíduos sólidos, sua sustentabilidade econômica, prazos e metas para erradicação de lixões e universalização desses serviços essenciais.

Foi uma conquista da sociedade, pois os anacrônicos contratos sem licitação entre municípios e empresas públicas, com pouca eficiência e baixo investimento, estavam com os dias contados, sendo substituídos por um modelo contemporâneo de livre concorrência, que viabiliza aporte significativo de capital, para que os brasileiros tenham acesso a serviços de excelência em áreas cruciais para a qualidade da vida. Depois da sanção e publicação da lei do novo marco, surgiram ameaças à sua integralidade. Tudo isso, até o momento, foi vencido, prevalecendo o bom senso dos parlamentares.

Quando, porém, finalmente se acreditava que nada mais interferiria no direito dos brasileiros a água enganada, esgoto tratado, coleta e destinação ambientalmente corretas do lixo, eis que surge um novo risco, na forma de inoportuno e descabido projeto de lei apresentado pelo deputado federal Dr. Leonardo (Solidariedade/MT). Ele simplesmente propõe que se adiem por 12 meses, para 15 de julho de 2022, a regionalização e o estabelecimento das bases para a viabilidade econômico-financeira dos serviços de coleta, transporte e destinação correta dos resíduos sólidos; e para 31 de dezembro do próximo ano a inclusão, nos contratos em vigor, das metas de universalização do atendimento referente à água e esgoto.

Cabe esclarecer que a inclusão dessas metas nos contratos não é uma exigência legal nova. Na verdade, remonta à lei 11.445, de 5 de janeiro de 2007, de 14 anos atrás. Ninguém, portanto, foi pego de surpresa com essa determinação, simplesmente referendada pelo novo Marco Legal. Os municípios, de acordo com a regulamentação presente, deverão incluir nos contratos atuais, até o último dia do presente ano, as metas de universalização que garantam o atendimento de 99% da população com água potável e de 90% com coleta e tratamento de esgotos até 31 de dezembro de 2033.

Mudar tudo isso é inadmissível. Quem, em sã consciência, imaginaria, em 2007, que, 14 anos depois, um deputado tentaria retardar ainda mais a solução da precariedade do sistema de água e esgoto? Quem pensaria, no momento de lúcida comemoração da sanção do Marco do Saneamento, em julho de 2020, que a matéria poderia sofrer ameaça de retrocesso em itens relevantes? O projeto de lei agora proposto evidencia a falta de segurança jurídica existente em nosso país e corrobora a surrealista tese de que “no Brasil até o passado é imprevisível”.

Com sua proposição, Dr. Leonardo, médico, contradiz sua própria profissão, pois água, esgoto e gestão correta de resíduos sólidos são fundamentais para a saúde. Antagoniza, também, com a sigla de seu partido, mostrando-se não solidário com uma prioridade da população, que não pode continuar convivendo com atrasos em serviços essenciais para a qualidade ambiental do meio urbano. Um parlamentar não pode ignorar informações básicas, como, por exemplo, a conclusão da OMS de que, para cada dólar gasto em boa gestão de resíduos, economizam-se quatro dólares em saúde pública.

É urgente e prioritário atender aos anseios de 100 milhões de brasileiros que ainda vivem sem coleta e tratamento de esgoto, 35 milhões sem água potável e os que têm seu ambiente poluído pelos lixões, que continuam existindo em cerca de 2.700 municípios, impactando negativamente população superior a 60 milhões de pessoas. Tais problemas tornaram-se ainda mais graves na pandemia da Covid-19. Esperamos, assim, que prevaleça o bom senso e que o inconveniente projeto de lei de Dr. Leonardo não prospere no Congresso Nacional.

*Luiz Gonzaga Alves Pereira é presidente da Abetre (Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes).

Há mais de 12 anos, o Instituto Millenium busca explicar a importância de uma agenda liberal econômica para o desenvolvimento do Brasil, já que são os empreendedores que geram empregos e riquezas para um país.

Durante esse período de pandemia ficou ainda mais evidente a importância de buscar soluções rápidas por meio do setor produtivo, que assumiu o protagonismo, inclusive na produção de vacinas, como explicou o economista Maurício Bento em entrevista recente ao Imil.

“O setor privado criou as vacinas. As empresas farmacêuticas muitas vezes são criticadas por conta de produtos caros, mas foram investimentos privados, em sua maioria, que garantiram a vacina em tempo recorde. Além disso, outras empresas se adequaram, começaram a produzir máscaras e encontraram novas formas de contribuir produzindo bens e serviços que fazem falta”, declarou.

Daí a necessidade das reformas estruturaisprivatizações e leis claras, que criem um ambiente de negócios favorável para os empreendedores, desburocratizando os processos e atraindo investimentos.

O novo estudo do Instituto Millenium, desenvolvido em parceria com a empresa Octahedron Data eXperts (ODX)Agronegócio: Exportação, Emprego e Produtividade, realizado de forma independente, sem auxílios de governos, partidos ou Ministérios, exemplifica a capacidade do setor privado de gerar riquezas, como é o caso do agronegócio nos últimos 10 anos.

“O agronegócio é um exemplo positivo de como o setor privado realmente despontou e está criando oportunidades, aumentando a produtividade, e continuou produzindo apesar de todas as confusões, dificuldades diplomáticas e tributações absurdas”, afirma Priscila Pereira Pinto, CEO do Instituto Millenium.

Outro ponto importante que merece destaque é que o desenvolvimento e a produtividade estão diretamente ligados ao aumento da sustentabilidade. Quando há inovação, mecanização e tecnologia, fazemos mais com menos, ou seja: em uma década foi produzido mais, utilizando menos espaço.

“Essa mistura de tecnologia e inovação significa menos água, menos área ocupadamaior sustentabilidade e resultados”, disse a CEO.

O grande objetivo do estudo foi analisar os principais fatores que levaram o agronegócio a estar na contramão dos outros setores, sendo o único que não teve a chamada década perdida, com resultados positivos, que inclusive evitaram uma queda ainda maior do PIB no ano passado.

No Imil, temos diversos conteúdos que explicam o problema crônico de baixa produtividade e investimentos, por causa, principalmente, do excesso de burocracia e peso do grande Estado. O agronegócio conseguiu superar essas barreiras e atingiu níveis excelentes de produtividade, que chegaram a 100% de aproveitamento em algumas culturas agrícolas.

“O agronegócio funciona porque o Estado não está em cima dele e é um exemplo de inspiração para outros setores”, destaca.

Para acessar o estudo na íntegra acesse a página “O Setor Privado Não é Vilão”.

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