
BRASIL, 16 de junho de 2025 – Cerca de 10 em cada mil bebês nascidos no Brasil apresentam cardiopatias congênitas, má formações cardíacas que surgem durante a gestação.
Dados do Ministério da Saúde indicam que, anualmente, 30 mil bebês são afetados, sendo que 40% precisam de intervenção cirúrgica ainda no primeiro ano. Essas condições representam a terceira maior causa de mortes neonatais no país.
Isabela Rangel, diretora médica da Pró Criança Cardíaca, destaca que muitas mortes podem ser evitadas com diagnóstico rápido. O teste do coraçãozinho, um exame simples de oximetria realizado após o nascimento, identifica cardiopatias graves.
A médica ressalta que a gravidade varia desde casos assintomáticos até situações críticas, que exigem tratamento imediato. Além disso, cuidadores devem observar sinais como coloração azulada na pele, sudorese excessiva e dificuldade respiratória.
A Pró Criança Cardíaca, organização sem fins lucrativos do Rio de Janeiro, já atendeu mais de 16 mil pacientes em 30 anos. Rangel explica que as causas das cardiopatias incluem fatores genéticos e ambientais, como infecções por rubéola, uso de drogas ou medicamentos proibidos na gravidez.
Gestantes com diabetes descontrolado ou idade avançada também têm maior risco, assim como fetos com Síndrome de Down.
O ecocardiograma fetal, exame que avalia o coração do bebê ainda no útero, é essencial para diagnóstico precoce. A médica recomenda que gestantes com suspeita de cardiopatia busquem hospitais preparados para o parto e tratamento adequado.
Com técnicas cirúrgicas e medicamentos modernos, a maioria das crianças diagnosticadas a tempo pode ter uma vida saudável.