BRASIL, 12 de setembro de 2024 – O número de candidaturas em cidades brasileiras com altos índices de violência contra políticos caiu mais do que a média nacional entre as eleições de 2020 e 2024.
A conclusão é de um estudo do Grupo de Investigação Eleitoral (Giel), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), que monitorou os casos de violência.
O estudo identificou que Duque de Caxias (RJ), Rio de Janeiro e Manaus foram os municípios mais afetados no período entre 2021 e 2024. Duque de Caxias, por exemplo, registrou dez atentados ou homicídios contra políticos.
No Rio de Janeiro, ocorreram cinco casos, e em Manaus, quatro. Em 2021, três vereadores de Duque de Caxias foram assassinados.
Pesquisadores do Giel utilizaram palavras-chave para rastrear reportagens de violência contra políticos nos estados. Casos foram classificados como ameaças, agressões físicas, sequestros, atentados e homicídios.
A análise identificou que a violência é um dos fatores que contribuiu para a diminuição de 18% no número total de candidaturas nas eleições de 2024, em comparação com 2020.
No Rio de Janeiro, a queda foi de 43%, enquanto Manaus registrou 41%, e Duque de Caxias, 31%. Além da violência, a diminuição do número de partidos e a criação de federações partidárias contribuíram para essa redução.
As novas regras da Justiça Eleitoral, que limitaram o número máximo de candidatos por partido, também influenciaram.
Casos de violência foram destacados em várias localidades. Em Duque de Caxias, três vereadores foram assassinados em 2021: Danilo do Mercado, Quinzé e Sandro do Sindicato. Além disso, em 2022, o carro do vereador Marcus Vinícius Guimarães foi alvejado meses após a morte de Sandro, de seu partido.
Na mesma linha, no Amazonas, o deputado federal Amom Mandel, concorrendo à Prefeitura de Manaus, teve o carro de sua equipe alvejado em 2022. Wesley Teixeira, candidato a deputado estadual em Duque de Caxias no mesmo ano, também relatou ameaças.