BRASÍLIA, 30 de janeiro de 2024 – A Câmara dos Deputados, prestes a encerrar o recesso em 1° de fevereiro, revela sinais de uma possível obstrução à agenda de projetos do presidente Lula e sua equipe.
Membros do centrão demonstram descontentamento, apontando para o descumprimento de acordos por parte do ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), ao longo de 2023.
Um dos principais pontos de atrito é a não liberação de verbas de emendas parlamentares, principalmente aquelas vinculadas ao Ministério da Saúde, sob a gestão de Nísia Trindade.
O não cumprimento desses acordos compromete a relação entre o governo e o centrão, levando alguns congressistas a defenderem até mesmo a demissão de Padilha e uma resistência a pautas econômicas e propostas do governo Lula.
Entre as questões em pauta, destaca-se o programa “Nova Indústria Brasil”, que propõe uma forte intervenção estatal para estimular a indústria.
A decisão sobre a autorização para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiar a exportação de serviços está nas mãos do Congresso, e a postura alinhada ao pensamento liberal por parte de alguns parlamentares pode gerar conflitos com a agenda progressista do governo petista.
Outro ponto de atrito é a tentativa do governo de reverter a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia. Após a aprovação contrária ao Planalto no ano passado, o Congresso mantém resistência a novas investidas.
Apesar das dificuldades na aprovação de medidas econômicas, a equipe de Padilha argumenta que muitas pautas de Lula encontraram respaldo na Câmara, contando com o apoio dos deputados do centrão.
No entanto, a persistente insatisfação em relação à distribuição de recursos do Ministério da Saúde e outras questões sinaliza um cenário político complexo para o segundo ano de mandato do presidente Lula.