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Banco do PCC movimentou R$ 8 bi para financiar políticos

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Esquema do PCC movimentou cerca de R$ 8 bilhões envolvendo para promover financiamentos de políticos e campanhas eleitorais neste ano.

BRASIL, 30 de outubro de 2024 – Investigações da Polícia Civil de São Paulo começam a revelar um esquema que movimentou cerca de R$ 8 bilhões envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC) com o banco digital 4TBank, uma espécie de fintech usada, segundo a polícia, para promover financiamentos de políticos e campanhas eleitorais neste ano, além de esquentar dinheiro vindo de ações ilegais e retroalimentar o crime organizado.

Gazeta do Povo procurou a fintech, mas até a publicação desta reportagem os representantes da empresa não haviam se pronunciado. O espaço segue aberto.

No último dia da campanha eleitoral deste ano, na data do segundo turno das eleições, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que encaminharia ao Ministério Público cartas atribuídas à organização criminosa orientando familiares de faccionados a votarem em Guilherme Boulos (Psol) à prefeitura de São Paulo.

Vale destacar, no entanto, que a investigação em curso envolvendo a fintech ligada à organização criminosa não tem relações com a denúncia feita por Tarcísio de Freitas, nem evidências de financiamentos do PCC à campanha de Boulos. Parte dos candidatos supostamente financiados pela facção está ligada a partidos de centro e prioritariamente em cargos de vereadores.

O esquema bilionário envolvendo o banco do PCC começou a ser desvendado há um ano e não tinha como foco original essa investigação.

Em agosto de 2023, a Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Mogi das Cruzes (SP) se debruçou para apurar possíveis financiamentos de políticos e campanhas no estado após a prisão, por tráfico de drogas, de uma mulher suspeita de integrar o PCC.

Ela é esposa de um dos líderes da organização criminosa que está preso há 22 anos. Segundo a polícia, desde a prisão do marido ela passou a coordenar os negócios. O homem apontado como o gerenciador do banco do PCC, João Gabriel Yamawaki, é primo do criminoso que está encarcerado há mais de duas décadas. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Yamawaki. O espaço segue aberto às manifestações.

A teia começou a ser desmantelada quando os investigadores identificaram no celular e outros dispositivos eletrônicos da mulher presa conversas com membros da facção indicando como e para quem deveria ser destinado o financiamento de campanha e apadrinhamento político.

Na casa da suspeita a polícia também encontrou cartas escritas pelo marido, de dentro do sistema prisional, determinando em quais candidatos deveriam ser investidos recursos e a forma como isso deveria ocorrer. Havia nomes e indicações em diversas cidades paulistas, desde a capital, região metropolitana, até o litoral e interior, tudo bancado pelo banco digital do PCC, de acordo com as investigações.

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