CAASO MARIELLE

Assassinos usaram imprensa contra Bolsonaro para atrapalhar investigações

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Acusado de ser um dos mandantes, Rivaldo Barbosa chegou a reunir-se com mãe da ex-vereadora. Giniton Lages (esquerda), que chefiou as investigações no começo, divulgou notícias que ligavam Bolsonaro (direita) ao executor Ronnie Lessa.

RIO DE JANEIRO, 1 de abril de 2024 – Apontado como um dos membros da organização criada para matar a ex-vereadora de extrema-esquerda Marielle Franco, o delegado Giniton Lages foi alvo de operação nesta semana. Fatos envolvendo Giniton e responsáveis pela trama mostram que ele usou o cargo para envolver a família do ex-presidente. Imprensa foi usada contra Bolsonaro para atrapalhar investigações.

Giniton foi o delegado que iniciou a apuração do Caso Marielle. Ele foi indicado pelo chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, e tinha como objetivo desviar deliberadamente as investigações.

Como parte do plano, Lages divulgou a informação sobre um suposto relacionamento entre relacionamento entre uma filha Ronnie Lessa, acusado de ter executado Marielle, e um dos filhos de Jair Bolsonaro. O fato pode ter sido divulgado como tentativa da Imprensa ser usada contra Bolsonaro para atrapalhar investigações.

A declaração de Lages foi dada em uma entrevista em 2019. Após a informação de Lages, grande parte da mídia e dos opositores do ex-presidente passaram os anos subsequentes tentando envolvê-lo no caso.

“Isso será enfrentado em um momento oportuno. Não é relevante para este momento”, declarou Lages na época.

Também partiu dos investigadores do caso o vazamento do fato de que o policial reformado Ronnie Lessa era vizinho de Bolsonaro, mesmo que a informação fosse vaga e que o condomínio abrigasse dezenas de casa e seja um dos mais antigos da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. “Não lembro desse cara. Meu condomínio tem 150 casas”, disse Bolsonaro na época

Segundo a Polícia Federal, Giniton Lages foi escolhido pelo então chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, para “conduzir” as investigações “de modo a não revelar os mandantes do crime”.

O relatório da PF e as ações de Giniton lançam suspeitas sobre a possibilidade do delegado ter usado o ódio da grande mídia contra Jair Bolsonaro para atrapalhar as investigações.

“Posteriormente à execução dos crimes, Rivaldo, que passara a ocupar a função de chefe de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) indicou o delegado Giniton Lages para as investigações, ajustando com a autoridade policial que as investigações deveriam ser dirigidas de forma a não revelar os mandantes do crime”, diz o relatório.

MÍDIA FOI USADA

Jair Bolsonaro reclamou várias vezes ao longo dos últimos anos da pressão sofrida por setores da imprensa no caso Marielle. Em várias ocasiões Bolsonaro negou veementemente qualquer envolvimento seu ou de membros de sua família na morte da vereadora.

“O que mais quero é que o fato seja elucidado. Eu nunca tive contato com a Marielle. O meu filho Carlos [Bolsonaro, vereador no Rio] tinha o gabinete dele no mesmo andar da Marielle, nunca tiveram problema”, disse em janeiro.

Cerca de quatro anos após ser colocado constantemente como possível mandante da morte da ex-vereadora, a prisão dos mandantes deixa claro que os assassinos usaram a antipatia da mídia pelo ex-presidente para atrapalhar as investigações.

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