BRASIL, 11 de outubro de 2024 – A área total queimada no Brasil em 2024 aumentou 150% de janeiro a setembro, de acordo com dados do Monitor de Fogo do MapBiomas. O levantamento foi divulgado pelo site Meteored na sexta (11).
Até setembro, o país registrou a queima de 22,38 milhões de hectares, área equivalente ao Estado de Roraima. Esse número é 13,4 milhões de hectares maior que o registrado no mesmo período de 2023.
Cerca de 73% da área queimada era composta por vegetação nativa, principalmente formações florestais, que representaram 21% da área atingida. Entre as áreas agrícolas, as pastagens plantadas se destacaram, com 4,6 milhões de hectares destruídos pelo fogo no período.
A maioria das queimadas se concentrou em três Estados: Mato Grosso, Pará e Tocantins. Mato Grosso lidera, com 25% das áreas queimadas, ou seja, 5,5 milhões de hectares destruídos. Pará e Tocantins ocupam o segundo e terceiro lugares, com 4,6 milhões e 2,6 milhões de hectares, respectivamente.
São Félix do Xingu, no Pará, foi o município com a maior área queimada, somando 1 milhão de hectares. Corumbá, em Mato Grosso do Sul, ficou em segundo lugar, com 741 mil hectares atingidos pelo fogo.
PIOR SETEMBRO EM 14 ANOS
O mês de setembro foi o pior de 2024 em número de queimadas, com 83,1 mil focos de incêndio, o maior número registrado desde 2010.
No mesmo mês de 2023, foram 46,5 mil focos, representando um aumento de 78,74%. O Brasil registrou 223,2 mil focos de incêndio até 10 de outubro, um crescimento de 78% em comparação ao ano anterior.
A Amazônia foi o bioma mais afetado, com 49,2% das queimadas, seguida pelo Cerrado, com 32,3%. Entre os Estados, Mato Grosso registrou 48,4 mil focos de incêndio, seguido pelo Pará (38,2 mil), Amazonas (23 mil), Tocantins (15,6 mil) e Maranhão (12,7 mil).
VARIAÇÃO ENTRE REGIÕES
Apesar do aumento nas queimadas em várias regiões, o Pampa e a Caatinga apresentaram uma redução nas áreas queimadas até setembro. No Pampa, as chuvas acima da média histórica resultaram na menor área atingida pelo fogo em três anos.
Já na Caatinga, a redução foi de 18% em comparação ao ano anterior.