Na efervescente Avenida Paulista, neste 25 de fevereiro, desdobrou-se um espetáculo de resistência absoluta. A ofensiva judicial contra o bolsonarismo fracassou. Contra todas as expectativas, a condenação de donas de casa, vendedores ambulantes e idosas – figuras até então anônimas da sociedade, sentenciadas a penas que alcançam os 17 anos por participarem dos atos de 8 de janeiro de 2023 – não arrefeceu os ânimos de bolsonaristas pelo Brasil. Talvez tenha até inflamado o fervor dos apoiadores do ex-presidente.
Diante desta constatação primária, emergem outras, mais sutis, porém igualmente significativas. A despeito da derrota nas urnas de 2022, que viu a ascensão de Lula ao poder, a direita brasileira não apenas sobrevive, mas pulsa com vigor renovado.
O que outrora se manifestava como um fervor limitadamente popular agora se consolida como uma força política palpável, como evidenciado pela manifestação do dia 25 de fevereiro. Nunca antes tantos políticos eleitos haviam participado de eventos semelhantes quanto ontem. O povo de antes estava lá, de novo. Só que dessa vez acompanhado por dezenas centenas de deputados estaduais e federais, prefeitos, vereadores, senadores, governadores e presidentes de partidos. Nem mesmo no ápice de seu mandato como presidente, Bolsonaro não conseguiu atrair tantos políticos a seus atos.
E isso terá reflexos diretos nas urnas.
A manifestação de ontem reforça a trajetória ascendente nas eleições de 2018, 2020 e 2022, prenunciando um desempenho robusto em 2024. O Partido Liberal, refúgio partidário do bolsonarismo, firmou-se como uma das mais proeminentes forças no Congresso Nacional em 2022, e tudo indica que expandirá seu domínio às prefeituras do país em 2024.
Atualmente, o PL detém o comando de aproximadamente 370 prefeituras, contrastando com as cerca de 220 sob gestão do PT. A liderança, contudo, pertence ao PSD, com 960 prefeituras. Nesse cenário, é plausível prever que o partido de Bolsonaro dobrará sua representação municipal.
Para o governo federal, tal demonstração de força é um augúrio sombrio. Lula vê-se privado da hegemonia popular que o caracterizou em outrora, derrotado pela multidão dos “amarelinhos”. A influência e poder de entidades como UNE, CUT e MST em manifestações populares foi enterrada ontem. A noção de que as ruas eram um reduto da esquerda desvanece, especialmente considerando que a manifestação ocorreu sob a ameaça de represália jurídica.
Assim, a certeza de que as ruas não mais se curvam diante da esquerda, diante do insucesso da campanha intimidatória do Judiciário e da incapacidade de Lula de eclipsar a popularidade de Bolsonaro fazendo um bom mandato, coloca o governo em uma posição de vulnerabilidade. O Congresso se vê diante de um executivo fragilizado, complicando sobremaneira as negociações políticas.
A manifestação de 25 de fevereiro, mais do que um ato de resistência, foi uma declaração ao mundo e ao povo brasileiro de que o bolsonarismo, contra todas as adversidades, permanece incólume. Longe de ser uma mera sobrevivência, o movimento mostra-se imune às investidas de seus adversários.
Eles não “derrotaram” o bolsonarismo como disse um certo togado durante participação ilegal da esquerda. Eles apenas ganharam um cargo em uma eleição em que o tal bolsonarismo saiu muito maior do que no pleito passado.
Segue o jogo!
Respostas de 2
Linhares Jr. Eu perguntei em um blog aqui do Maranhão, sobre o que seria aquele movimento na Av. Paulista. Não obtive resposta. Mas aqui encontrei a resposta. Irei compartilhar esse texto com eles.
O linhares com o seu bolsonarismo eloquente, a manifestação não mudou nada, Lula continua presidente, Bolsonaro continua inelegível e vai pra cadeia, em 2026 se Lula for candidato ganha novamente independentemente se bolsonaro fizer mais prefeito ou não o resto e historia de blogueiro bolsomios.