
MARANHÃO, 05 de junho de 2025 – O Maranhão lidera o comércio de cigarros ilegais no Nordeste, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), encomendado pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP).
A pesquisa revela que, em 2024, 70% dos cigarros vendidos no estado foram contrabandeados, movimentando R$ 356 milhões. Como consequência, a arrecadação estadual perdeu cerca de R$ 111 milhões em impostos neste mesmo período.
O estudo alerta que o comércio clandestino financia redes criminosas organizadas, ampliando seu poder financeiro. De acordo com Edson Vismona, presidente do FNCP, o cigarro ilegal é um dos sustentáculos dessas organizações.
Ele afirma que a omissão diante dessa realidade fortalece o crime. O problema, no entanto, não se restringe ao Maranhão, já que o Nordeste se consolidou como o principal polo da pirataria de cigarros no país.
Outros estados da região também enfrentam altos índices de venda irregular. Piauí e Rio Grande do Norte aparecem logo atrás do Maranhão, com 68% do mercado de cigarros dominado por produtos ilegais.
O levantamento também aponta que a comercialização não se limita a marcas genéricas: fábricas clandestinas produzem versões falsificadas de marcas paraguaias famosas dentro do território nacional.
Em 2023, nove fábricas clandestinas foram desativadas em diferentes unidades federativas do Brasil. Desde 2010, o total de fábricas ilegais fechadas chega a 64. As ações se concentram em locais estratégicos de produção e distribuição, com o objetivo de conter o avanço do comércio ilegal de cigarros.
IMPACTO NACIONAL
As perdas com pirataria, contrabando e falsificações somaram R$ 468 bilhões em 2024, registrando o maior prejuízo da última década.
Além do setor de cigarros, outros segmentos fortemente impactados foram os de vestuário, com perdas de R$ 87 bilhões, bebidas alcoólicas, com R$ 85,2 bilhões, combustíveis, que perderam R$ 29 bilhões, e cosméticos, com prejuízo de R$ 21 bilhões.