Javier Milei vence eleição presidencial na Argentina
BUENOS AIRES, 18 de novembro de 2023 – No domingo (19), o candidato Javier Milei venceu as eleições presidenciais da Argentina. A vitória concede a Milei a liderança da Casa Rosada pelos próximos quatro anos, a partir de 10 de dezembro. Os dados oficiais revelam que Milei conquistou 55,78% dos votos, totalizando 14,022 milhões, até as 21h05, superando os 44,21% do candidato governista e ministro da Economia, Sérgio Massa, que obteve 11,114 milhões de votos. O presidente eleito promete um impactante choque econômico, incluindo medidas como o fechamento do Banco Central, dolarização da economia, cortes de gastos e reformas potencialmente desafiadoras. Milei também enfrentará desafios, incluindo cofres governamentais e do Banco Central esvaziados, uma dívida de 44 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional, uma inflação próxima a 150%, e controles de capitais. Com muitos argentinos considerando a votação como uma escolha do “mal menor”, o temor das medidas econômicas de Milei competia com a insatisfação em relação a Massa e seu partido peronista, responsáveis por uma crise econômica que endividou profundamente a Argentina. A vitória de Milei agita o cenário político e econômico argentino, com possíveis impactos nos setores de grãos, lítio e hidrocarbonetos. Milei expressou críticas à China e ao Brasil, preferindo fortalecer laços com os Estados Unidos. Julio Burdman, diretor da consultoria Observatório Electoral, destacou que a eleição representa uma ruptura profunda no sistema político argentino. Mesmo antes da divulgação oficial, Massa reconheceu a derrota em discurso, ligando para Milei e parabenizando-o. Massa admitiu que os resultados não atenderam às expectativas, mas respeitou a escolha da maioria dos argentinos para os próximos quatro anos, reconhecendo a decepção e a raiva de parte da população em relação à situação do país.
Argentina terá segundo turno entre Massa e Milei
ARGENTINA, 23 de outubro de 2023 – O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, conquistou a liderança no primeiro turno das eleições presidenciais realizadas no domingo (22), com 36,5% dos votos. Apesar dos desafios econômicos do país, incluindo inflação em três dígitos, recessão e desvalorização da moeda, Massa assegurou a vitória sobre o candidato liberal Javier Milei, do partido La Liberdad Avanza, que alcançou aproximadamente 30% dos votos. Enquanto isso, Patrícia Bullrich, da coalizão Juntos por el Cambio, ficou em terceiro lugar com 23,9% dos votos, apontando para uma polarização acentuada no próximo turno. O segundo turno entre os dois políticos está agendado para 19 de novembro. Após sua qualificação para o segundo turno, Milei convocou os opositores ao peronismo, afirmando que precisam se unir para derrotar o partido governante. O panorama político indica uma ausência de maioria no Congresso argentino, com os peronistas obtendo 103 cadeiras na Câmara baixa, Juntos por el Cambio com 93 e La Liberdad Avanza com 39. Além disso, nas eleições para o Senado, os peronistas conquistaram 31 representantes, seguidos por Juntos por el Cambio com 24 e La Liberdad Avanza com 6. Na província de Buenos Aires, Axel Kicillof, governador atual e aliado da ex-presidente Cristina Kirchner, assegurou a vitória com 44,9% dos votos, destacando o domínio dos peronistas nessa região crucial da Argentina.
Lula empresta US$ 1 bilhão à Argentina para socorrer a esquerda
BRASIL, 04 de setembro de 2023 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria auxiliado com urgência na autorização de empréstimo de US$ 1 bilhão do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) à Argentina. Em teoria, a Argentina não poderia mais conseguir recursos por ter alcançado o limite de crédito. Porém, essa possibilidade existe por conta do Brasil ser o país com maior influência nas decisões do CAF, tendo 37,3% de participação em seu capital. A Argentina vive uma situação de crise econômica, com inflação de dois dígitos, e precisava de um empréstimo para conseguir que o Fundo Monetário Internacional (FMI) liberasse US$ 7,5 bi. Contudo, com Lula em cena, a maioria dos países que integram o CAF concordaram em transferir US$ 1 bi para o FMI em nome do país, segundo informações do blog Vera Rosa, no Estadão. O único que votou contra foi o Peru, que vem enfrentando uma instabilidade política intensa nos últimos anos. O empréstimo também ajudaria o atual governo argentino, às vésperas das eleições que tem visto o candidato Javier Milei crescer nas pesquisas. Eleição na Argentina A votação está marcada para 22 de outubro e servirá para substituir o atual presidente argentino, Alberto Fernández, aliado de primeira hora do presidente Lula. Um dos candidatos com maior destaque se chama Javier Milei, um político de extrema direita e que já declarou abertamente que uma de suas inspirações é justamente o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL). No último debate televisivo, Milei chegou a questionar o número de desaparecidos durante a ditadura argentina, a fala de que mulheres não ganham menos que homens no país e o repúdio à política. O candidato teria dito, antes desse debate, que o atual mandatário brasileiro é “socialista com vocação totalitária”, o que não surpreende quando aliados de Lula considerem Milei um risco. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a afirmar que “o Mercosul está em risco”.
Inflação descontrolada na Argentina atinge 124%
ARGENTINA, 14 de setembro de 2023 – A inflação na Argentina continua atingindo níveis alarmantes pois, segundo dados recentes do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), a inflação ao consumidor subiu 12,4% em agosto em comparação com julho, representando um aumento significativo em relação aos 6,3% registrados no mês anterior. Além disso, na leitura anual, o índice inflacionário disparou para 124,4% em agosto, após uma alta de 113,4% em julho. No acumulado do ano, a inflação na Argentina atingiu a marca preocupante de 80,2%, refletindo a crise econômica persistente que o país enfrenta. Essa situação alarmante está gerando impactos significativos nas famílias argentinas, que lutam com desafios como a desvalorização da moeda, a seca e a escassez de reservas em dólares. Para enfrentar essa situação, o ministro da Economia e candidato à presidência da Argentina, Sergio Massa, anunciou uma série de medidas econômicas no mês passado. Essas medidas têm como objetivo principal “cuidar das famílias argentinas” e incluem benefícios para diversas categorias, como aposentados, pequenas e médias empresas, trabalhadores independentes, assalariados, o setor agrário e grupos dependentes de programas estatais. Além disso, o ministro Massa anunciou a implementação de créditos e reduções de impostos para estimular a atividade econômica e tentar conter a inflação. No entanto, o desafio de controlar a inflação permanece, e a incerteza econômica no país aumentou. A Argentina enfrenta uma onda de vandalismo e roubos a supermercados e empresas em várias partes do país. Esses incidentes contribuíram para um clima de crise, especialmente após as eleições primárias de agosto e a subsequente desvalorização de 20% da moeda argentina no dia seguinte.
Argentina vai importar US$ 600 milhões do Brasil
SÃO LUÍS, 28 de agosto de 2023 – Nessa segunda (28), Brasil e Argentina anunciaram uma iniciativa conjunta para impulsionar o comércio bilateral por meio de um novo mecanismo de financiamento. O projeto, que está em análise pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), visa garantir as exportações brasileiras para o país vizinho no valor de US$ 600 milhões. O anúncio foi feito durante a visita do ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, a Brasília (DF). Durante sua estadia, Massa se reuniu com o ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, para discutir detalhes da iniciativa. Posteriormente, ele foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto. A Argentina, que enfrenta dificuldades financeiras e uma crise econômica acentuada, tem enfrentado restrições para adquirir produtos brasileiros, especialmente no setor de peças automotivas. Essas peças são utilizadas como insumos para a produção de veículos que posteriormente são exportados para o mercado brasileiro. Anteriormente, durante a Cúpula do BRICS, Fernando Haddad propôs que a Argentina realizasse pagamentos pelas importações do Brasil em moeda chinesa, o yuan. No entanto, essa proposta foi descartada em favor do financiamento oferecido pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), que se comprometeu a garantir as transações comerciais entre os dois países. Sergio Massa ressaltou a importância desse financiamento para fortalecer as indústrias automotivas de ambos os países. Ele destacou que, com essa garantia de financiamento, a Argentina poderá importar US$ 600 milhões em produtos brasileiros, o que, por sua vez, contribuirá para impulsionar as exportações de produtos automotivos argentinos para o Brasil. O Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) tem previsão de apresentar sua resposta final sobre o financiamento em setembro. Segundo informações, o Banco do Brasil atuará como garantidor das exportações brasileiras, e a CAF fornecerá uma contragarantia para o Banco do Brasil, minimizando riscos para ambas as partes.
Candidatos de direita na Argentina querem país fora do Brics
ARGENTINA, 24 de agosto de 2023 – Os dois candidatos da oposição argentina na corrida pela Presidência do país anunciaram nesta quinta-feira que, caso sejam eleitos em 22 de outubro — ou num eventual segundo turno em 19 de novembro — retirarão o país do Brics. Ambos se posicionaram contra a adesão do país durante palestras no Latin American Cities Conferences, de Buenos Aires, realizado no luxuoso hotel Alvear da capital argentina. No dia em que os cinco integrantes atuais do grupo — Brasil, China, Rússia, África do Sul e Índia — anunciaram a incorporação dos novos membros plenos Argentina, Irã, Emirados Árabes Unidos e Egito, o candidato da extrema direita argentino, Javier Milei, deixou claro que, se for eleito presidente, a Argentina sairá do Brics. Sem mencionar explicitamente o grupo, disse a uma plateia de empresários locais e estrangeiros que seu alinhamento será unicamente com os Estados Unidos e Israel. “Não vamos nos alinhar com comunistas”, frisou Milei. Segundo disse ao GLOBO um de seus principais assessores, foi a maneira do candidato rechaçar a presença da Argentina no Brics. Perguntado pelo GLOBO sobre a entrada da Argentina no grupo — por forte influência do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — o candidato do partido A Liberdade Avança, que virou um rock star em eventos públicos e privados, afirmou que defende “o livre comércio”. “Já disse que defendo o livre comércio, será decisão dos privados decidir com quem vão comercializar. Mas como chefe de Estado defenderei o livre comércio, o Estado não deve interferir. Isso responde sua pergunta”, disse. Consultado sobre outros países, como Espanha, Milei disse que “os socialistas não são defensores da liberdade”. Em sua palestra, o candidato da extrema direita afirmou que não vai romper relações com nenhum país, e que o setor privado poderá ter relações comerciais com vizinhos como o Brasil, ou com a China. Mas enfatizou que “a questão da geopolítica será função do Estado”, e disse que seu alinhamento será apenas com EUA e Israel. Já Patricia Bullrich, candidata da aliança de centro-direita Juntos pela Mudança, foi mais direta. “Se formos governo a Argentina não estará nos Brics”, declarou.
Argentina congela preços de combustíveis até fim das eleições
ARGENTINA, 22 de agosto de 2023 – O governo da Argentina anunciou medidas visando estabilizar sua economia e conter a escalada da inflação. A principal delas é o congelamento dos preços dos combustíveis e da taxa de câmbio até o dia 31 de outubro. Após recentes ações, como a redução do valor oficial do peso em 22% e o aumento da taxa de juros em 21 pontos percentuais, chegando a 118% ao ano, o governo argentino acredita que essa nova medida busca trazer um período de trégua econômica e minimizar a volatilidade que vinha impactando a economia do país. A decisão de congelar os preços dos combustíveis é uma resposta à crescente inflação, que se prevê atingir patamares de dois dígitos já em agosto, segundo projeções do próprio governo. Essa medida abrange os segmentos que operam dentro dos valores oficiais, mas não afeta as cotações paralelas do peso, onde o dólar e outras moedas estão cotados quase o dobro do valor oficial. Apesar de seis meses consecutivos de desaceleração nos índices inflacionários, a inflação acumulada nos últimos doze meses ainda permanece elevada, alcançando 113,4%. Essa taxa é uma das mais altas em nível global atualmente e reflete um cenário de longo prazo que o governo argentino está buscando equilibrar. O pacote de medidas é liderado pelo presidente Alberto Fernández e a vice-presidente Cristina Kirchner.
Conheça as principais propostas de governo de Milei
SÃO LUÍS, 17 de agosto de 2018 – As eleições primárias na Argentina, realizadas em 13 de agosto, trouxeram uma surpresa: a vitória de Javier Milei. Ele é o único candidato presidencial que apresentou um plano de governo detalhado. O candidato em questão é Javier Milei, um economista e congressista autodescrito como anarcocapitalista. Ele conquistou 30% dos votos, superando as expectativas de cerca de 20%. A vitória nas primárias aponta para a possibilidade de uma vitória nas eleições gerais. Uma análise mais aprofundada das motivações dos eleitores, considerando o nível de engajamento e disposição para votar, pode indicar um cenário político que as pesquisas prévias não conseguiram capturar. Embora o candidato já tivesse delineado os elementos-chave de seu plano, foi em 2 de agosto que Milei apresentou um plano detalhado e abrangente. Esse plano focaliza duas áreas críticas: economia e crime, questões que assolam a Argentina com um estado sobrecarregado e alta criminalidade, afetando significativamente a qualidade de vida e resultando em quase metade da população vivendo abaixo da linha da pobreza. As propostas de Governo de Milei revelam uma abordagem pragmática dentro do cenário anarquista. As medidas-chave incluem: A abordagem ampla e abrangente das propostas de Governo de Milei busca enfrentar os desafios sistêmicos que afetam a Argentina, desde a economia até a segurança pública e a justiça. Com um foco pragmático, o candidato anarcocapitalista está ganhando atenção e gerando discussões sobre a viabilidade de sua visão em um cenário político complexo. As propostas foram compiladas pelo economista Manuel García Gojon neste texto.